Os bancos estão desempenhando papel importante ao impulsionar o mercado de títulos corporativos, que, de outra forma, teria desacelerado. As instituições financeiras são os emissores por trás de mais de um terço da dívida com grau de investimento dos EUA até agora neste ano, de acordo com a Dealogic, a maior participação da série histórica.
As vendas recordes de dívidas podem parecer desnecessárias, já que os bancos reportam caixa positivo, tendo captado trilhões de dólares em depósitos desde o início da pandemia. Os depósitos, porém, são apenas uma parte da equação para os grandes bancos, que também são obrigados a manter uma certa parcela de seus passivos em dívidas de longo prazo. Por causa disso, a proporção da dívida em relação a outros passivos pode ficar desequilibrada quando os depósitos aumentam tanto. Assim, os bancos estão emitindo mais títulos para superar os obstáculos regulatórios.
Outro ponto interessante aos bancos que vendem dívidas é sua capacidade de travar custos de empréstimos baixos no longo prazo, o que ajudaria a impulsionar os lucros no futuro. No momento, porém, a demanda por empréstimos está fraca, pois durante a pandemia, consumidores reduziram gastos e receberam incentivos federais, que lhes deram dinheiro para pagar os saldos dos empréstimos.