“Quando a política monetária coloca o pé no freio, a política fiscal não deve pisar no acelerador. Se fizerem, correm o risco de entrar em trajetória muito perigosa”, disse Georgieva, em coletiva de imprensa, na manhã desta quinta-feira, 13.
Ela reafirmou que o cenário atual é complexo, com maiores riscos de uma recessão global, que não são desprezíveis. “O caminho é estreito, mas está lá. É como escalar uma montanha”, disse. “Nos podemos evitar uma recessão global”, acrescentou.
De acordo com Georgieva, há muito a se fazer para controlar inflação via ferramentas de política monetária e que os impactos positivos do aperto de condições financeiras já começam a aparecer. “Se não estabilizarmos preços, vamos criar mais incertezas para investidores”, disse, acrescentando que o risco de desancoragem das expectativas da inflação se tornou mais visível.
A diretora-gerente do FMI chamou atenção ainda para os efeitos de uma economia global menos integrada. Na sua visão, os países emergentes e em desenvolvimento seriam os mais afetados. “Se perdemos benefícios de economia global integrada, todos seríamos mais pobres, mas o impacto atingiria mais os emergentes e países em desenvolvimento”, destacou.