No documento, Campos Neto cita as projeções do Relatório Trimestral de Inflação de dezembro, de um IPCA de 4,7% em 2022, 3,2% em 2023 e 2,6% em 2024. Apenas neste ano, a queda projetada pelo BC na inflação é de 5,4 pontos porcentuais. Para 2022, o centro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3,50%, com tolerância de 1,5 p.p. (2,00% a 5,00%).
“O cenário é de convergência da inflação para as metas ao longo do horizonte relevante. Nesse cenário, em 2022, a inflação ainda se mantém superior à meta, embora dentro do intervalo de tolerância, em virtude dos efeitos inerciais da inflação de 2021. Esses efeitos são contrabalançados pela política monetária, embora não de forma integral, em virtude das diferenças temporais entre os impactos inerciais dos choques, de prazo mais curto, e os efeitos da política monetária, mais concentrados no médio prazo”, argumenta o presidente do BC na carta.
Campos Neto repete ainda no documento o comunicado da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que elevou a Selic para 9,25% ao ano em dezembro, destacando ser apropriado que o ciclo de aperto monetário avance significativamente em território contracionista. Ele também mantém a sinalização de um novo aumento de 1,5 p.p. na reunião de fevereiro, para 10,75% ao ano. “O Comitê irá perseverar em sua estratégia até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”, repete a carta.
A carta aberta é uma exigência do sistema de metas, quando a inflação fica fora do intervalo de tolerância, para explicar as razões do descumprimento e indicar providências para o retorno à meta, assim como o prazo para que isso ocorra.