E eu vou te explicar o por quê.
Uma dúvida bastante comum quando começamos a investir e montar uma carteira de investimentos é:
“Meus retornos serão maiores investindo em Renda Fixa ou em Renda Variável no Brasil?”.
Os investidores mais “conservadores” certamente irão optar pela Renda Fixa, normalmente atrelada ao CDI e os mais “agressivos” tenderiam a abrir o home broker e investir em ações na bolsa de valores acreditando no mito dos retornos rápidos e exponenciais, mas será que no longo prazo, o nosso principal índice da bolsa o IBOVESPA consegue superar o CDI?
Para quem ainda está começando no universo dos investimentos, o CDI é a sigla utilizada para representar o Certificado de Depósito Bancário que consiste em um instrumento financeiro utilizado no mercado interbancário para a captação de recursos de curtíssimo prazo.
E ele funciona da seguinte forma: um banco com excedente de caixa pode emprestar dinheiro para um banco deficitário – sim os bancos emprestam dinheiro entre si – em troca de uma remuneração, o CDI. Todo esse processo é registrado na B3, o que garante transparência da operação.
Além disso, o CDI é atrelado à taxa SELIC – a nossa taxa básica de juros – e é utilizado para remunerar ativos de Renda Fixa como os CDBs e os Fundos DI.
Resumidamente, o IBOVESPA é uma carteira teórica com as ações mais negociadas na bolsa de valores do Brasil e representativas dos setores mais relevantes da economia brasileira. O cálculo da pontuação do IBOVESPA é feito diariamente com base na valorização ou desvalorização das ações que compõem o índice durante o horário de funcionamento do mercado de ações.
A comparação entre um investimento de R$1.000,00, por exemplo, em um ativo 100% do CDI e alocados 100% no IBOVESPA no período de 15 anos – embora não seja possível investir diretamente no IBOVESPA, é possível investir em diversos fundos que replicam o índice – está ilustrado no gráfico abaixo.
Como vocês podem observar.
Comparação entre os retornos do CDI e do IBOVESPA
Ao final dos 15 anos, o investidor que optou por alocar os R$1.000,00 pela bolsa de valores chegou ao valor de R$1.618,62 e o investidor conservador que investiu R$1.000,00 no CDI atingiu o valor bruto de R$3.800,62, ou seja, uma rentabilidade de, aproximadamente, 234% superior ao índice IBOVESPA.
Estranho, não?
Pode ser estranho em outros países, mas este é um fenômeno brasileiro.
Nas economias mais desenvolvidas do mundo, como por exemplo os Estados Unidos, o prêmio de risco do investimento na Bolsa de Valores é positivo, isto é, espera-se um retorno maior investindo na Bolsa do que na Renda Fixa, como podemos ver no gráfico abaixo comparando o retorno do S&P500 com Treasury de 10 anos. Aqui no Brasil isso não acontece pois historicamente o Brasil é um país com inflação alta – a média desde a criação do plano Real é 6,9– e o principal remédio que o Banco Central brasileiro utiliza para manter a inflação sob controle é a taxa de juros – a média dos últimos 20 anos é 11,45% – .
Comparação entre os retornos do S&P500 e o título de 10 anos do Tesouro Americano.
Então, basta alocar em uma carteira de Renda Fixa atrelada ao CDI que teremos sempre a melhor rentabilidade?
Não necessariamente, o gráfico abaixo mostra a comparação entre o CDI e o IBOVESPA com um portfólio diversificado com ativos em Renda Fixa, Renda Variável, Inflação, Multimercados e Internacional. Um investidor que alocou R$1.000,00 nesta carteira diversificada conseguiu superar a rentabilidade tanto do IBOVESPA quanto do CDI alcançando um financeiro de R$4.507,93.
Comparação entre os retornos do CDI, IBOVESPA e uma carteira diversificada em ativos de diferentes classes.
É importante ter em mente que a diversificação das classes de ativos é fundamental para alcançar uma rentabilidade satisfatória por meio de uma carteira equilibrada, e quem pode te ajudar a alcançar este objetivo é seu assessor de investimentos, buscando as opções de investimentos mais adequadas ao seu perfil e deixar sua carteira mais eficiente.