Análise e Opinião

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Finanças perigosas: Os principais riscos ao investir

Por
Filipe Moreira

É quase certo que, todas as vezes em que analisamos um investimento nossas primeiras observações sejam direcionadas para

  1. Esse investimento está aderente ao meu perfil de risco e objetivos?
  2. Qual o retorno desse investimento?
  3. Quais os riscos desse investimento?

De fato, são perguntas poderosas e que podem nos direcionar para investimentos que estão de acordo com a nossa política de investimentos e principalmente, nos livrar de enrascadas.

Neste artigo iremos abordar sobre a terceira pergunta poderosa, compreendendo o conceito de risco e os principais riscos do mercado.

Mas afinal, o que é risco?

Segundo a definição da palavra, risco é: Probabilidade de perigo.

Trazendo para o nosso mercado financeiro, chama-se risco a probabilidade de perda financeira, ou de forma mais técnica, a variabilidade dos retornos associados a um determinado ativo, ou seja, o risco nada mais nada menos que a variação dos possíveis retornos de um investimento.

O risco total de um ativo, pode ser subdivido em

  • Risco Sistemático
  • Risco Não Sistemático

Risco sistemático

Este, trata-se do risco que é intrínseco a todos os ativos. Ou seja, todos os ativos estão sujeitos ao Risco Sistemático, não importando outras condições.

O risco sistemático tende a ser determinado por eventos econômicos, políticos e sociais, e é comumente chamado de Risco de Mercado.

Temos alguns bons exemplos recentes que podem facilitar a identificação de risco sistemático, como por exemplo a Covid19, a guerra no oriente médio entre Rússia X Ucrânia, eleições presidenciais no Brasil. Esses foram eventos que, por mais resilientes que fossem determinados setores ou empresas, todos, sem exceção de uma forma ou de outra foram afetados.

O risco sistemático, ou de mercado não pode ser eliminado pela diversificação da carteira. Embora, seja fundamental.

Risco não sistemático

Já o risco não sistemático, pode ser identificado e relacionado ao próprio ativo e está diretamente ligado ao seu desempenho. Por exemplo, um novo concorrente, a falha em algum produto, problemas de qualidade. Todos esses são riscos relacionados ao ativo ou, setor e por tanto, não afetam o mercado como um todo, como no caso do risco sistemático.

O risco não sistemático pode ser reduzido ou eliminado de uma carteira, por meio da diversificação.

Veja o gráfico abaixo, ele mostra a queda do risco diversificável conforme o número de ativos na carteira aumenta. Embora o risco sistemático, ou de mercado não seja afetado.

Risco X Diversificação

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Principais Tipos de Riscos do Mercado Financeiro

Entendido o conceito básico de risco e o que é Risco Sistemático e Risco não sistemático, vejamos agora os principais riscos do mercado financeiro, que são:

  • Risco de Mercado
  • Risco de Crédito
  • Risco de Liquidez
  • Risco Operacional

Risco de Mercado

Risco de mercado trata-se de possíveis variações ou perdas relacionadas as mudanças nos parâmetros do mercado, como por exemplo juros, taxas de câmbio, índices de ações, entre outros.

Este risco representa a incerteza em relação às mudanças nos cenários de uma economia, que influenciam todas as instituições. Este, também costuma ser chamado de Risco Sistemático, pela sua influência em praticamente todos os ativos.

Risco de Crédito

Este é o famoso risco de Calote. O risco de crédito está diretamente ligado a impossibilidade da contraparte de cumprir suas obrigações ao longo da transação.

Por exemplo, o risco de crédito de uma instituição financeira se dá quando o tomador, ou seja, a pessoa que possui a responsabilidade de honrar seus pagamentos, deixa de cumprir com suas obrigações.

Quando investimentos em títulos do governo federal, como por exemplo o tesouro direto, estes são classificados como Títulos Soberanos, sendo seu risco de crédito extremamente reduzidos.

Para ajudar os investidores a entender o risco de crédito há companhias especializadas em ranquear a capacidade de pagamento das empresas, as chamadas Agências de Rating.

Risco de Liquidez

Risco de liquidez deve ser entendido como a capacidade e a velocidade de transformar um ativo em dinheiro. Por exemplo, imóveis e carros de luxo são ativos extremamente ilíquidos, já que não são tão facilmente transformados em dinheiro.

Já no mercado financeiro há diversas opções de ativos com liquidez diária, como CDBs, caderneta de poupança ou fundos de investimentos.

Risco Operacional

Risco operacional trata-se do potencial de perdas resultante de uma falha operacional, seja sistêmica ou humana, falhas de gestão, de controles, fraudes etc.

No mercado financeiro o risco operacional é extremamente considerável, principalmente no que se refere ao erro humano, data intensiva utilização de sistemas online, gráficos e cotações. Muitas empresas têm tornado cada vez mais frequente a necessidade de níveis de aprovações para atividades específicas, para que a tomada de decisão não seja realizada sem um double check.

Os investimentos podem ser uma ótima maneira de criar riqueza a longo prazo, mas também envolvem riscos. É importante que os investidores estejam cientes desses riscos antes de tomar qualquer decisão de investimento.

É importante que os investidores estejam cientes dos riscos envolvidos em qualquer tipo de investimento e façam uma avaliação cuidadosa antes de tomar uma decisão de investimento. Isso inclui entender o tipo de risco envolvido em cada investimento, bem como o potencial de retorno. É também importante diversificar os investimentos, o que pode ajudar a minimizar o risco de perda de capital.