Resultados da pesquisa por “fundos de investimento

Dívida Pública Federal cai 1,29% em outubro, para R$ 5,373 trilhões, diz Tesouro

O estoque da Dívida Pública Federal (DPF) recuou 1,29% em outubro e fechou o mês em R$ 5,373 trilhões. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 24, pelo Tesouro Nacional. Em setembro, o estoque estava em R$ 5,443 trilhões.

A correção de juros no estoque da DPF foi de R$ 55,69 bilhões no mês passado, enquanto houve resgate líquido de R$ 125,83 bilhões.

A DPF inclui a dívida interna e externa. A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) recuou 1,54% em outubro e fechou o mês em R$ 5,185 trilhões. Já a Dívida Pública Federal externa (DPFe) ficou 3,77% maior no mês, somando R$ 267,41 bilhões ao fim de outubro.

DPF

Em meio à alta da taxa básica de juros, a parcela de títulos da Dívida Pública Federal (DPF) atrelados à Selic subiu em outubro, para 36,15%. Em setembro, estava em 33,95%. Já os papéis prefixados reduziram a fatia, de 32,58% para 29,04%.

Os títulos remunerados pela inflação subiram para 29,57% do estoque da DPF em outubro, ante 28,48% em setembro. Os papéis cambiais aumentaram a participação na DPF de 4,99% em setembro para 5,24% no mês passado.

O Tesouro informou ainda que a parcela da DPF a vencer em 12 meses apresentou redução, passando de 24,34% em setembro para 21,50% em outubro. O prazo médio da dívida apresentou aumento de 3,83 anos em setembro para 3,97 anos, no mês passado. O custo médio acumulado em 12 meses da DPF aumentou de 7,79% ao ano para 8,02% ao ano em outubro.

Estrangeiros

Mesmo em meio à volatilidade do mercado, a participação dos investidores estrangeiros no total da Dívida Pública voltou a aumentar outubro. De acordo com dados divulgados há pouco pelo Tesouro Nacional, a parcela dos investidores não residentes no Brasil no estoque da Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) passou de 10,05% em setembro para 10,46% no mês passado. No fim de 2020, a fatia estava em 9,24%. O estoque de papéis nas mãos dos estrangeiros somou R$ 533,86 bilhões em outubro, ante R$ 521,39 bilhões em setembro.

Apesar de um recuo na margem, a maior participação no estoque da DPMFi continuou com as instituições financeiras com 28,76% em outubro, ante 31,33% em setembro. A parcela dos fundos de investimentos passou de 23,15% para 23,76% em no mês passado.

Na sequência, o grupo Previdência passou de uma participação de 21,76% para 22,71% de um mês para o outro. Já as seguradoras passaram de 3,96% para 4,06% na mesma comparação.


Riscos à estabilidade financeira diminuem com retomada, diz BCE

O Banco Central Europeu (BCE) afirma, em seu relatório sobre estabilidade financeira de novembro, que os riscos nessa frente diminuíram, com a recuperação econômica após o auge do choque da covid-19. Há vulnerabilidades à frente, porém, adverte o documento publicado nesta quarta-feira.

Na avaliação do BCE, há “crescentes vulnerabilidades” nos mercados imobiliários e as valorizações dos ativos financeiros estão “esticadas”. Há ainda desafios potenciais à recuperação e a perspectiva inflacionária é outro risco, aponta, diante de dificuldades nas cadeias globais de produção e do avanço nos preços de energia.

O vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, considera no documento que os riscos de taxas mais elevadas de defaults corporativos e perdas bancárias são agora “significativamente mais baixos que seis meses atrás”. Mas ele nota que os riscos advindos da pandemia “não desapareceram por completo”.

As empresas da zona do euro viram recuperação nos lucros no primeiro semestre de 2021, o que ajudou a manter o nível de insolvência corporativa abaixo dos níveis pré-pandemia, diz o BCE. Houve, porém, alta nesse nível nos setores mais afetados pela covid-19 e ele pode avançar mais, adverte.

O BCE destaca ainda problemas nas cadeias globais de produção e a alta recente em preços de energia, desafios à recuperação econômica e à perspectiva inflacionária. Nesse quadro, o banco central acredita que aumenta o risco de uma correção de preços em parte do setor imobiliário e nos mercados financeiros.

Entidades financeiras não bancárias, como fundos de investimentos, seguradoras e fundos de pensão, continuam a aumentar sua exposição a dívida corporativa com ratings mais baixos e podem enfrentar perda “substancial”, caso as condições do setor corporativo piorem, diz o BCE. “Os fundos de investimento também seguem bastante expostos a riscos de liquidez.”

Ainda para o BCE, as valorizações dos bancos da zona do euro retornaram aos níveis pré-pandemia. As perdas bancárias seguem baixas, embora algumas possam levar tempo para se materializar.

O banco central afirma ainda que políticas macroprudenciais mais estritas podem ajudar a lidar com crescentes vulnerabilidades, sobretudo nos mercados imobiliários de alguns países. O BCE recomenda também a implementação total das reformas de Basileia III no setor financeiro e uma estrutura de política mais estrita para o setor financeiro não bancário.


Lira diz não acreditar em mudanças partidárias bruscas em relação à PEC

Mesmo após as cúpulas de partidos de oposição ao governo terem reagido ao apoio dado por essas legendas à PEC dos precatórios, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse nesta quinta-feira não acreditar em mudanças na postura desses partidos. Após reunião do colégio de líderes, Lira demonstrou otimismo com a continuidade da votação da proposta, marcada para a manhã da próxima terça-feira, 9.

A PEC foi aprovada com 312 votos favoráveis – apenas quatro acima do necessário para uma mudança constitucional. O apoio da oposição foi essencial para o avanço do texto: o PDT deu 15 votos, e o PSB, outros dez.

Além das legendas contrárias, o PSDB, que tem três pré-candidatos ao Palácio do Planalto, também enfrenta pressão interna para rever a posição favorável à PEC. A legenda deu 22 votos de apoio à proposta.

“Não acredito em mudanças partidárias bruscas”, disse o presidente da Câmara.

O PSB ajudou na aprovação, apesar da orientação contrária do líder da legenda, Danilo Cabral (PE). A bancada tem 32 parlamentares na Câmara. Nesta quinta, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, avisou que o partido pode fechar questão contra a matéria para o segundo turno – o que deflagraria punição a deputados infiéis.

Já o PDT deu 15 votos dos 24 integrantes da bancada na Câmara. Nesta quinta, o ex-ministro Ciro Gomes anunciou a suspensão de sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto até que seu partido “reavalie” a posição na votação da PEC dos precatórios. O PDT orientou a favor da proposta.

“Temos acordo claro e transparente, proposto pelo PDT, com anuência do líder do partido”, avisou Lira, em referência ao acerto para priorizar o pagamento de precatórios (dívidas judiciais) da União com Estados em decorrência do Fundef (fundo de educação básica). Como a PEC cria um limite que, na prática, adia parte dessas dívidas, os repasses demorariam a ser feitos, mas o acordo antecipa parte do pagamento.

O PSDB, por sua vez, também havia orientado sim ao texto. “Não há posição do PSDB em revisar sua postura”, disse Lira.

O presidente da Câmara disse ainda que os assuntos foram tratados “de maneira clara, ampla e democrática”. Ele defendeu o texto, que vai abrir espaço de R$ 91,6 bilhões no Orçamento de 2022. Parte será destinado ao Auxílio Brasil, sucessor turbinado do Bolsa Família, mas parte da oposição que votou contra a PEC teme que o dinheiro também sirva às emendas de relator, usadas para distribuir recursos a aliados do governo.

“Estamos falando em alargamento do espaço fiscal do governo para manter máquina pública”, disse Lira. Ele também citou que o acordo firmado com a oposição prevê a aprovação de uma PEC para constitucionalizar o princípio de uma renda básica no País.

A votação da PEC deve continuar na terça-feira, começando pelos destaques, sugestões de mudanças no texto principal já aprovado. Depois, a proposta ainda precisa ser votada em segundo turno na Câmara para ir então ao Senado Federal. Antes, na segunda, a Câmara fará uma sessão presencial para já ir testando o quórum de deputados.

Teto de gastos

O presidente da Câmara dos Deputados disse que não há alternativa “que não seja furar o teto de gastos”. Em entrevista, Lira insinuou ainda que críticas à PEC dos Precatórios são feitas por gestores de fundos que têm dívidas judiciais a receber e querem o recurso imediatamente. “Não há alternativa que não seja furar o teto. Muitos que estão administrando alguns fundos de investimentos querem é receber imediatamente precatórios. Não sobrará recursos a serem pagos em anos seguintes, todos esses recursos serão compensados no ano de 2022”, afirmou.

Diante do nervosismo do mercado nesta quinta-feira, Lira disse não saber se “a Bolsa está caindo e o dólar está subindo por causa disso”. “Tudo o que o mercado queria era uma definição. O que o mercado não precisa é de imprecisão, de incerteza, de boatos”, afirmou.

Lira argumentou ainda que toda mudança gera instabilidade e que o mercado assimilará o resultado final da PEC. “A votação foi ontem, vamos dar tempo para serenar. Mercado se movimenta de previsibilidade. Dissemos o caminho que será feito, daí pra frente é seguir com a vida pelos caminhos que são possíveis”, completou.


Dívida dos brasileiros cresce mais do que em outros países da região

Apesar do crescimento da poupança durante a pandemia de covid-19, a dívida das famílias brasileiras aumentou 11,2% em 2020, mais rápido do que o visto em outros países da América Latina, à exceção da Argentina, “dominada pela inflação”, destaca o Grupo Allianz, na 12.ª edição do Relatório de Riqueza Global, obtida com exclusividade pelo Estadão/Broadcast.

Como resultado, as famílias aqui arcam com mais dívidas do que o conjunto de Chile, Colômbia, México, Peru e Argentina – a razão dos passivos domésticos brasileiros em relação a dos outros países passou de 117% em 2019 para 126%. Isso quer dizer que o endividamento das famílias no Brasil, hoje em € 536 bilhões (cerca de R$ 3,4 trilhões), é mais da metade (55,8%) do total da região.

Segundo o grupo Allianz, as dívidas das famílias latino-americanas avançaram € 67 bilhões (cerca de R$ 436 bilhões) em 2020, alcançando € 960 bilhões (R$ 6,2 trilhões), um aumento de 7,5% ante 2019. Depois do Brasil, o México é outro “peso-pesado” quando se trata de dívidas das famílias na região, com € 165 bilhões (R$ 1,07 trilhão). Juntos, os dois países representam 73% do passivo na América Latina.

No Brasil, a dívida das famílias em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) chegou a 46% no fim de 2020, maior do que em 2019 (41%). Além disso, a média de crescimento na última década, de 10%, é muito maior do que a nível global (4%). No entanto, Arne Holzhausen, chefe de Seguros, Tendências e Pesquisa ESG do Allianz SE, afirma que a razão não é “alarmante”. Está abaixo da media dos mercados emergentes (49%) e dos níveis da China (61%), Malásia (93%) e Tailândia (89%).

RIQUEZA GLOBAL

Depois de alcançar a marca inédita de € 200 trilhões (R$ 1,3 quatrilhão) em 2020, a riqueza global, medida pelo agregado de ativos financeiros, deve ter novo salto neste ano, conforme as previsões da Allianz Research, “à exceção de uma queda brusca das Bolsas nos últimos meses do ano”.

Graças ao avanço da vacinação, à recuperação da economia global e aos estímulos fiscais e monetários ainda em vigor no mundo, o grupo prevê avanço de 7% do montante de depósitos bancários, apólices de seguros e fundos de pensão, títulos de renda fixa, ações e fundos de investimento detido pelas famílias de 57 países (mais de 90% do PIB global).

Segundo relatório do grupo, em 2020, “somas inimagináveis” em incentivos permitiram que o agregado da riqueza das famílias resistisse à maior crise econômica desde a 2.ª Guerra e crescesse 9,7%, 11,6 ponto porcentual acima do PIB global. Assim, pela primeira vez, os ativos financeiros globais alcançaram 300% do PIB mundial.

Juntamente com as quantias enormes de transferências sociais, a “economia forçada” foi o principal vetor do crescimento dos ativos financeiros em 2020, já que os cuidados necessários para evitar a disseminação do vírus impediram que as famílias gastassem estavam habituadas.

CULTURA

As novas poupanças avançaram 78%, para € 5,2 trilhões (R$ 33,8 trilhões), em 2020, um recorde absoluto, sendo que pelo menos a metade em todos os mercados considerados teve como destino os depósitos bancários. Esses depósitos, que não requerem uma decisão ativa de investimento, apenas são mantidos na conta, cresceram no ano passado a uma taxa de dois dígitos (11,9%) pela primeira vez na história.

Os Estados Unidos foram o principal destaque, com aumento de 374% desse fluxo. Assim, o país passou a responder por 51% de todos os novos depósitos no mundo, de 31% em 2019. No Brasil, os ativos financeiros brutos detidos pelas famílias aumentaram 13,2% em 2020, com avanço de 28,4% dos depósitos bancários, o mais forte desde 2010.

“Os números principais são muito impressionantes. Mas devemos cavar um pouco mais fundo. A maioria das famílias não poupou realmente, simplesmente depositou seu dinheiro”, diz Ludovic Subran, economista-chefe do grupo Allianz. “Meu medo é de que, se as famílias começarem a desperdiçar, o dinheiro acabará no ‘consumo de vingança’ e apenas alimentará a inflação. Precisamos urgentemente de uma nova ‘cultura de economia’.”

Holzhausen ressalta que a recuperação da covid-19 está “entrando em águas turbulentas”, já que os gargalos na cadeia de abastecimento e as crises de energia não serão resolvidos rapidamente.

DISTÂNCIA ENTRE DESENVOLVIDOS E EMERGENTES AUMENTARÁ

No seu Relatório de Riqueza Global, o Allianz avalia que a distância entre os países desenvolvidos e emergentes deve voltar a se alargar assim que acabar a ajuda do Estado aos mais vulneráveis por causa da pandemia. O mesmo deve valer para a desigualdade dentro dos países, especialmente considerando que as perdas educacionais devem dificultar a mobilidade social.

“A pandemia é um desafio muito maior para os países em desenvolvimento. Muito provavelmente, a covid-19 continuará a travar o desenvolvimento econômico nesses grupos de países por muito mais tempo do que nos mercados avançados”, diz Patricia Pelayo Romero, coautora do documento.

Ela afirma, porém, que o verdadeiro desafio vem depois, uma vez que esses países se encontrarão em um mundo pós-pandêmico, que tornará cada vez mais difícil para eles exercerem suas vantagens comparativas. “O fechamento gradual do hiato de prosperidade global – o desenvolvimento definidor das últimas décadas – não pode mais ser tomado como algo certo.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Dívida Pública Federal cai 0,68% em setembro para R$ 5,443 trilhões, diz Tesouro

O estoque da Dívida Pública Federal (DPF) recuou 0,68% em setembro e fechou o mês em R$ 5,443 trilhões. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 27, pelo Tesouro Nacional. Em agosto, o estoque estava em R$ 5,480 trilhões.

A correção de juros no estoque da DPF foi de R$ 52,92 bilhões no mês passado, enquanto houve resgate líquido de R$ 90,27 bilhões.

A DPF inclui a dívida interna e externa. A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) subiu 0,98% em setembro e fechou o mês em R$ 5,185 trilhões.

Já a Dívida Pública Federal externa (DPFe) ficou 5,83% maior no mês, somando R$ 257,7 bilhões ao fim de setembro.

Títulos prefixados

A parcela de títulos prefixados na DPF subiu em setembro, para 32,58%. Em agosto, estava em 31,86%. Já os papéis atrelados à Selic reduziram a fatia, de 36,11% para 33,95%.

Os títulos remunerados pela inflação subiram para 28,48% do estoque da DPF em setembro, ante 27,35% em agosto.

Os papéis cambiais aumentaram na participação na DPF de 4,68% em agosto para 4,99% em setembro.

Doze meses

O Tesouro informou ainda que parcela da DPF a vencer em 12 meses apresentou redução, passando de 25,18%, em agosto, para 24,34%, em setembro.

O prazo médio da dívida apresentou aumento de 3,73 anos, em agosto, para 3,83 anos, em setembro.

O custo médio acumulado em 12 meses da DPF aumento de 7,55% ao ano, em agosto, para 7,79% ao ano., em setembro.

Participações

Mesmo em meio à volatilidade do mercado, a participação dos investidores estrangeiros no total da Dívida Pública aumentou em setembro. De acordo com dados divulgados pelo Tesouro Nacional, a parcela dos investidores não residentes no Brasil no estoque da DPMFi passou de 9,76% em agosto para 10,05% no mês passado. No fim de 2020, a fatia estava em 9,24%.

O estoque de papéis nas mãos dos estrangeiros somou R$ 521,39 bilhões em setembro, ante R$ 510,90 bilhões em agosto.

A maior participação no estoque da DPMFi continuou com as instituições financeiras com 31,33% em setembro, ante 31,01% em agosto. A parcela dos fundos de investimentos passou de 24,06% para 23,15% em setembro.

Na sequência, o grupo Previdência passou de uma participação de 21,96% para 21,76% de um mês para o outro. Já as seguradoras passaram de 3,88% para 3,96% na mesma comparação.


BoJ espera sistema financeiro robusto mesmo com eventual piora da pandemia

O sistema financeiro do Japão deve permanecer “altamente robusto” mesmo com um eventual recrudescimento da pandemia de covid-19 no país ou um ajuste nos mercados financeiros globais e economias emergentes devido a um aumento nas taxas de juros de longo prazo nos EUA, segundo avalia o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), com base em testes de estresse realizados pela entidade em outubro.

Em caso de ajuste brusco nos mercados internacionais, três riscos são apontadas como mais preocupantes pelo BoJ.

Primeiro, o BC japonês lista um possível aumento nos custos de crédito devido a um atraso na recuperação econômica doméstica e global. A entidade destaca, porém, que os riscos de crédito de empréstimos no exterior estão “contidos em geral”, já que as economias como um todo se recuperam.

O segundo risco destacado pelo BoJ vem da deterioração da relação entre ganhos e perdas de investimentos em títulos, em especial das instituições financeiras com “maior grau de sobreposição com fundos de investimento”. Por fim, o BC do Japão cita a “desestabilização do financiamento em moeda estrangeira devido ao estreitamento dos mercados de financiamento em moeda estrangeira”.

O BoJ ainda avalia que os lucros de instituições financeiras continuarão sob pressão por conta do ambiente de juro baixo, mesmo após o fim da pandemia de covid-19.


Lira: como justificaríamos romper teto para precatório e não para auxílio?

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), relativizou a importância do cumprimento das regras fiscais ao defender urgência na definição do novo programa social do governo. Nos últimos dias, tem crescido a pressão pela prorrogação do auxílio emergencial a vulneráveis, contrariando a equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, que tenta barrar qualquer programa fora do teto de gastos – a regra que limita o avanço das despesas à variação da inflação.

O Ministério da Economia tem defendido a aprovação de uma nova regra para o pagamento de precatórios (dívidas judiciais) para abrir espaço no teto de gastos à ampliação do Bolsa Família, que será rebatizado de Auxílio Brasil. Na prática, a PEC permite que uma parte desses débitos seja paga fora do limite de despesas. Há ainda outro requisito colocado pela equipe econômica: a aprovação da reforma do Imposto de Renda, pois a taxação de lucros e dividendos seria a fonte de financiamento do aumento permanente de despesa.

Como nenhuma dessas propostas já foi completamente apreciada pelo Congresso, integrantes da ala política reforçaram a pressão por alguma prorrogação dos benefícios atuais – mesmo que isso signifique algum gasto fora do teto. Enquanto a equipe de Guedes tenta resistir, Lira questionou a lógica política disso.

“Como a gente ia justificar furar o teto para pagar precatórios, e muitos precatórios já foram vendidos, estão nas mãos de fundos de investimentos, e não furarmos o teto para um programa (social) ou para um auxílio? Como, politicamente, não se aprova isso?”, disse o presidente da Câmara em entrevista à revista Veja. Para ele, esses programas “não são eleitoreiros, são urgentes”. “Temos mais de 20 milhões de brasileiros passando literalmente fome”, afirmou.

Ainda sobre os precatórios, Lira disse que a solução não passará por calote ou rompimento do teto. Ele disse ainda que a proposta deixará problemas financeiros para presidentes que forem eleitos no futuro.

O presidente da Câmara afirmou também que a definição do novo programa social não é uma questão eleitoreira. Ele mencionou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já tem falado em romper o teto, controlar preços de combustíveis, monitorar a imprensa e em elaborar um programa social mais amplo para atender a população carente. “Não faço defesa do governo ou da oposição, mas a questão da pobreza é mais ampla que a eleição”, disse.


BC não vê risco relevante para a estabilidade financeira

O Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do primeiro semestre de 2021, divulgado nesta segunda-feira, 18, pelo Banco Central (BC), traz a avaliação de que não há risco relevante para a estabilidade financeira no Brasil. De acordo com a autoridade monetária, os testes de estresse de capital demonstram que o sistema bancário está preparado para enfrentar todos os choques macroeconômicos simulados.

O documento relata que, na primeira metade do ano, o Sistema Financeiro Nacional (SFN) manteve suas provisões elevadas, enquanto as perdas esperadas com crédito se reduziram. O relatório mostra ainda que a capitalização do sistema bancário melhorou e a liquidez manteve-se confortável.

“Esse desempenho está em linha com a evolução positiva da economia doméstica, em um período de recuperação parcial da confiança dos agentes econômicos e de avanço da campanha de vacinação”, completou o BC.

O BC aponta dados da Pesquisa de Estabilidade Financeira que mostram que as instituições financeiras elevaram ainda mais sua confiança, com redução das preocupações com a inadimplência e a atividade econômica. Além disso, o avanço da vacinação reduziu as preocupações com os impactos da crise sanitária.

“Desde o início da pandemia, o mercado apresenta confiança na estabilidade financeira bem acima do que esteve durante a recessão de 2015-2016. No início de agosto de 2021, o nível de confiança aproximou-se do maior valor observado”, destacou o documento.

Ainda assim, o relatório pondera que ainda há bastante incerteza sobre o ritmo de crescimento da economia, devido ao risco de novas variantes do novo coronavírus, às dificuldades para algumas cadeias produtivas obterem insumos, e às eventuais implicações da crise hídrica.

Em relação ao cenário externo, o BC pontuou ainda que o sistema financeiro das principais economias segue resiliente, com níveis de capital e liquidez robustos. Testes de estresse realizados por outros bancos centrais também indicam que o sistema financeiro global permanece preparado para suportar choques.

Rentabilidade dos bancos

O Relatório de Estabilidade Financeira do primeiro semestre de 2021 destaca que a rentabilidade dos bancos já está no nível pré-pandemia, mas aponta que a incerteza segue acima do usual. O Retorno Sobre Patrimônio Líquido (ROE) do sistema bancário atingiu 14% em 12 meses até junho deste ano, ante taxa de 11,5% em dezembro de 2020.

“A principal causa para a recuperação da rentabilidade é o menor volume de despesas com provisões. A inadimplência sob controle e a materialização de perdas aquém do esperado sugerem que não haverá alteração significativa nas despesas com provisões no curto prazo”, avaliou o BC. “Melhoras consistentes nas receitas com serviços e despesas administrativas crescendo abaixo da inflação também têm beneficiado a rentabilidade”, completou o documento.

Por outro lado, o relatório reconhece que, no curto prazo, a elevação da Selic pressionará o custo de captação dos bancos. Da mesma forma, a receita com crédito será impactada à medida que novas operações forem sendo concedidas, em um novo nível de taxas de juros. Além disso, uma eventual recuperação da atividade mais lenta que o esperado pode prejudicar o cenário para a rentabilidade do sistema à frente.

O documento traz ainda a avaliação de que a reforma tributária, se aprovada pelo Congresso, terá impacto na rentabilidade do sistema financeiro de diferentes formas. “No primeiro momento, haverá reavaliação do crédito tributário, sem efeito no caixa dos bancos. No médio prazo, a alíquota menor reduzirá o dispêndio com tributos”, afirma o BC.

Expansão do crédito PF

O REF do primeiro semestre de 2021 avalia, ainda, que a expansão do crédito para as famílias é condizente com os fundamentos econômicos e ocorre em praticamente todas as modalidades de financiamentos.

O documento destaca que as contratações de crédito imobiliário seguem estimuladas pelas taxas de juros baixas, mas considera que a participação dos financiamentos habitacionais no Produto Interno Bruto (PIB) continua baixa. Da mesma forma, o crédito consignado elevou-se devido ao aumento do limite de consignação, que foi prorrogado até dezembro de 2021.

“O forte aumento das modalidades voltadas ao consumo indica mais apetite ao risco por parte das instituições financeiras, em um contexto de menos restrições à circulação da população”, acrescentou o BC.

Mesmo com o aumento das concessões e, consequentemente, do endividamento e do comprometimento de renda das famílias, o relatório argumenta que a qualidade da carteira de crédito foi mantida.

“Os ativos considerados problemáticos mantiveram-se estáveis, embora os indicadores de nível de risco tenham se reduzido devido ao aumento da carteira de crédito. O desempenho de algumas carteiras específicas requer acompanhamento, como, por exemplo, o crédito imobiliário com recursos do FGTS, cuja inadimplência tem aumentado”, alertou o documento.

Inadimplência

O REF do primeiro semestre de 2021 mostra que, embora ainda seja o risco mais citado pelos bancos, as instituições financeiras reduziram a preocupação com “inadimplência e atividade”. Isso se deveu à recuperação econômica e aos números relativamente favoráveis de calotes.

“O aumento da cobertura vacinal e a redução dos casos de Covid-19 diminuíram as preocupações com os impactos da crise sanitária na atividade econômica. Os respondentes demonstram cautela em razão de riscos advindos da circulação de cepas do coronavírus mais resistentes às vacinas, da retirada de estímulos econômicos e da persistência do desemprego”, relatou o documento.

O BC destacou ainda que “riscos fiscais” e “cenário internacional” continuaram muito citados pelos bancos. O primeiro está mais associado a um aumento de preocupações com eventuais políticas favoráveis à expansão fiscal, que impactem a sustentabilidade das contas públicas. O segundo está associado a possíveis ajustes monetários nas economias avançadas, que podem alterar custos e fluxos dos recursos para economias emergentes.

Segundo o relatório, a disposição dos bancos para tomar risco permanece baixa, mas com tendência de elevação. Ao mesmo tempo, as instituições financeiras consideram alta a alavancagem de famílias e empresas.

Empresas de capital aberto

O relatório do Banco Central afirma também que a recuperação econômica permitiu melhora da situação econômico-financeira das empresas de capital aberto. Além disso, o BC destaca que as companhias grandes voltaram ao mercado de capitais e as de pequeno porte, por sua vez, impulsionam o crédito bancário.

Segundo o BC, os indicadores econômico-financeiros das empresas de capital aberto estão melhores do que no período imediatamente anterior à pandemia de covid-19. Considerando o fluxo de recebimentos de todo o conjunto de empresas, a percepção de melhora é maior do que no fim de 2020, mas o BC pondera que os setores de “Mídia e Lazer” e “Telecomunicações” ainda não alcançaram o fluxo de recebimentos anterior à pandemia.

Em relação a grandes empresas, o REF destaca que houve expansão importante do financiamento no mercado de capitais, sobretudo devido às emissão de debêntures, concentradas em poucas companhias, e às aquisições de recebíveis por parte dos Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) ligados a grandes empresas.

Quanto às micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), por sua vez, o relatório afirma que o crédito bancário seguiu estimulado pela recuperação econômica e pela flexibilização do distanciamento social. “O crescimento foi expressivo, mesmo com o fim dos programas emergenciais. Espera-se nova expansão a partir do segundo semestre de 2021, com a retomada dos programas de incentivo.”