Resultados da pesquisa por “fundos de investimento

Fundo Macquarie investirá R$ 500 Mi para compra de terminais da Rumo em Santos

A aquisição do controle de dois terminais da Rumo no Porto de Santos pela CLI (Corredor Logística e Infraestrutura), por R$ 1,4 bilhão, foi viabilizada por meio de um aumento de capital de mais de R$ 500 milhões, subscrito pelo Macquarie Infrastructure Partners V (MIP V), fundo australiano de infraestrutura com mandato para investir em ativos do setor nas Américas.

A CLI tem 100% de suas ações detidas pela IG4 Capital. Já o MIP V é gerido pela Macquarie Asset Management, divisão de gestão de fundos de investimento do banco australiano Macquarie, investidor institucional global em infraestrutura, com atuação em setores de logística portuária e agricultura. Após o investimento, IG4 e MIP V compartilharão o controle da CLI, com 50% cada das ações ordinárias com direito a voto.

Na noite desta sexta-feira, a Rumo anunciou a alienação do controle de dois dos maiores terminais de grãos e açúcar do complexo portuário santista. A operação envolve a venda de 80% dos ativos à CLI, que passará a operar, em parceria com a Rumo, a Elevações Portuárias (EPSA), empresa responsável pelos terminais 16 e 19 do Porto de Santos. A Rumo permanecerá com 20% das ações.

O contrato assinado irá viabilizar um investimento no terminal em torno de R$ 600 milhões para os próximos anos, como parte das obrigações previstas na concessão, o que possibilitará um crescimento de mais de 20% em relação ao volume atual de grãos movimentado nos terminais. A parceria não inclui os demais terminais em que a Rumo permanece como sócia no Porto de Santos: TXXXIX, TERMAG e TGG.

A CLI é uma das quatro operadoras do Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), com expertise de operador independente (“bandeira branca”) e foco único em infraestrutura e logística portuária para o agronegócio e serviços de elevação. A CLI vai passar de uma capacidade atual de elevação de 4 milhões para mais de 20 milhões. “O serviço que é sucesso no Itaqui vai ser prestado aos clientes em Santos”, afirma em comunicado à imprensa o CEO da CLI, Hélcio Tokeshi.

De acordo com o diretor executivo do Macquarie e responsável por investimentos em infraestrutura no Brasil, Fernando Lohmann, a companhia tem “longa exposição” ao agronegócio brasileiro. “A parceria com a IG4 e a Rumo, por meio do investimento na CLI, é um passo natural para fortalecer essa conexão entre infraestrutura e agricultura”, observa. “Temos forte convicção no potencial de crescimento do setor e de que investimentos como esse ajudam o Brasil a fortalecer seu papel de liderança na exportação de produtos agrícolas.”

Para o co-fundador e CEO da IG4 Capital, Paulo Mattos, a sociedade com o Macquarie e a parceria com a Rumo fortalece a CLI que, com essa aquisição, passa a ser o maior operador independente de infraestrutura e logística portuária para o agronegócio no Brasil. “Estamos muito confiantes em poder ampliar a atuação da CLI como uma plataforma de infraestrutura no setor e participar de uma gestão tão robusta e estratégica em parceria com a Rumo, no maior complexo portuário do País.”

Segundo o vice-presidente comercial da Rumo, Pedro Palma, as obras de conclusão da Ferrovia Norte-Sul, batizada de Malha Central, a construção da primeira ferrovia estadual de Mato Grosso – cuja licença de instalação (LI) dos primeiros quilômetros foi recentemente emitida – e os investimentos em melhorias que vêm sendo realizados em Santos fazem parte da estratégia de expansão de uma logística ferroviária competitiva para o agronegócio. “Já temos quatro terminais em operação na Malha Central, sendo três em Goiás e um em Minas Gerais, e três destes pertencem a empresas parceiras. É esse formato bem-sucedido que estamos replicando agora em Santos, com a CLI”, esclarece, no comunicado.

O fechamento da operação ainda está condicionado à aprovação da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), entre outras condições precedentes usuais neste tipo de transação.


Anbima: empresas captam R$ 233 bi no mercado de capitais no 1º semestre

As empresas captaram R$ 233 bilhões no mercado de capitais do Brasil no primeiro semestre de 2022, queda de 12,1% na comparação com igual período de 2021, de acordo com números da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) divulgados nesta tarde.

As emissões de renda fixa foram o destaque, com crescimento de 25%, em ofertas que somaram R$ 202 bilhões, enquanto as de ações despencaram 75%, aqui ainda sem incluir os dados da oferta da Eletrobras, de R$ 33,7 bilhões.

Dentro da renda fixa, o destaque foi debêntures, com avanço de 35% nas captações, para um volume de R$ 133,8 bilhões. O prazo médio dos papéis foi de 6 anos e o setor de energia elétrica foi o mais ativo, responsável por emissões de R$ 33 bilhões. Ao todo, foram 225 emissões no primeiro semestre, das quais 49 acima de R$ 1 bilhão.

As debêntures incentivadas, voltadas para infraestrutura e com prazos mais longos, somaram R$ 19,6 bilhões, em 47 ofertas. Pessoas físicas compraram mais debêntures no primeiro semestre, ficando com 28,9% dos recursos. Os bancos coordenadores das ofertas e outros intermediários ficaram com 32% e os fundos de investimento com 31%.

Entre outros instrumentos, os fundos de recebíveis tiveram queda de 43,5% e os fundos imobiliários tiveram captações 66,7% menores. Já os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) aumentaram 13%, enquanto as ofertas dos Certificados de Recebíveis Agrícolas avançaram 54%.

“Tivemos uma pequena retração no volume do mercado de capitais doméstico”, disse o vice-presidente da Anbima, José Eduardo Laloni, em entrevista à imprensa há pouco. “Na renda variável, o mundo todo tem sofrido, com as emissões de novas ações em compasso de espera.” Já as ofertas de ações de empresas já listadas (follow-on), disse Laloni, têm saído. Os saques nos fundos de ações e o desempenho fraco das ações das empresas novatas na B3 acabaram dificultando novas aberturas de capital (IPO, em inglês), ressaltou o executivo.

A maior volatilidade no mercado e a maior aversão a risco, no Brasil e no mundo, em meio à inflação e taxas de juros em alta estão afetando a alocação dos investidores, disse Cristiano Cury, vice coordenador da Comissão de Renda Fixa da Associação. O reflexo natural é a busca por papéis de renda fixa, de perfil mais conservador. “O mercado de capitais reflete muito o que acontece com a indústria de fundos”, completou Cury.


Dívida Pública Federal sobe 2,01% e fecha maio em R$ 5,702 trilhões, diz Tesouro

O estoque da Dívida Pública Federal (DPF) cresceu 2,01% em maio e fechou o mês em R$ 5,702 trilhões. Os dados foram divulgados pelo Tesouro Nacional nesta terça-feira, 28. Em abril, o estoque estava em R$ 5,589 trilhões, alta de 0,45% em relação a março. O número de abril ainda não havia sido divulgado por conta da greve dos servidores do Tesouro Nacional.

A correção de juros no estoque da DPF foi de R$ 43,10 bilhões no mês passado, enquanto houve emissão líquida de R$ 69,18 bilhões. Em abril, a correção de juros no estoque da DPF foi de R$ 66,27 bilhões no mês, enquanto houve resgate líquido de R$ 40,65 bilhões.

A DPF inclui a dívida interna e externa.

A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) subiu 2,17% em maio fechou o mês em R$ 5,475 trilhões. Já a Dívida Pública Federal externa (DPFe) ficou 1,71% menor no mês, somando R$ 226,27 bilhões ao fim de maio.

Em abril, a DPMFi subiu 0,32% e fechou o mês em R$ 5,359 trilhões. Já DPFe ficou em R$ 230,19, alta de 3,46%.

Parcela de títulos prefixados

A parcela de títulos prefixados na DPF subiu de 26,96% em abril, para 27,21% em maio, de acordo com dados divulgados pelo Tesouro Nacional. Os papéis atrelados à Selic aumentaram a fatia de 36,66% em abril para 36,80% em maio.

Os títulos remunerados pela inflação caíram de 32,03% do estoque da DPF em abril para 31,80% em maio.

Os papéis cambiais tiveram redução na participação na DPF de 4,35% em abril para 4,18% em maio.

Doze meses

O Tesouro informou ainda que parcela da DPF a vencer em 12 meses apresentou aumento, passando de 20,47%, em abril, para 23,37%, em maio.

O prazo médio da dívida apresentou queda, passando de 4,00 anos, em abril, para 3,95 anos, em maio.

O custo médio acumulado em 12 meses da DPF apresentou aumento, passando de 9,53% ao ano, em abril, para 9,86% ao ano, em maio.

Participações

A participação dos investidores estrangeiros no total da Dívida Pública voltou a cair nos meses de abril e maio, ficando respectivamente em 9,32% e 9,09%. Em março, o porcentual era de 10,56%. O número de abril ainda não havia sido divulgado por causa da greve dos servidores do Tesouro Nacional.

O estoque de papéis nas mãos dos estrangeiros somou R$ 497,68 bilhões em maio, ante R$ 499,54 bilhões em abril e R$ 564,97 bilhões em março.

Em maio, a maior participação no estoque da DPMFi ficou com as Instituições Financeiras, com 29,61% em maio, ante 28,84% de abril. A parcela dos Fundos de Investimento passou de 23,19% para 23,50% em setembro.

Na sequência, o grupo Previdência passou de uma participação de 23,00% para 23,23% de um mês para o outro. Já as Seguradoras passaram de 3,99% para 4,06% na mesma comparação.

Colchão de liquidez

O colchão de liquidez da dívida pública apresentou aumento nominal de 6,85%, passando de R$ 1,037 trilhão em abril, para R$ 1,108 trilhão em maio.

Em relação a maio do ano passado, houve aumento, em termos nominais, de 6,91%.


Netflix demite mais 300 funcionários; total em 2022 é de 450

Depois de perder assinantes pela primeira vez em 11 anos, a Netflix anunciou a demissão de cerca de 300 funcionários nesta quinta-feira, 23. Este é o segundo corte na empresa em 2022 – em maio, 150 pessoas foram demitidas no mundo. Com isso, o total chega a 450 pessoas.

Em comunicado, a companhia lamentou a necessidade dos cortes. “Hoje, anunciamos com tristeza a demissão de cerca de 300 pessoas. Enquanto continuamos a investir significativamente em nosso negócio, nós fizemos ajustes para que os custos crescentes estejam alinhados com o nosso crescimento mais lento de receita”, afirmou a empresa.

A receita do primeiro trimestre cresceu 10%, para US$ 7,87 bilhões, ligeiramente abaixo das previsões de Wall Street de US$ 7,93 bilhões.

A queda de 200 mil assinantes nos primeiros três meses deste ano foi o resultado da guerra da Ucrânia, que levou a plataforma a suspender seu serviço na Rússia, levando a uma perda de 700 mil assinantes. O resultado só não foi pior porque a empresa conseguiu adicionar 500 mil novos clientes no período. No total, a empresa tem 222 milhões de assinantes.

Para aumentar sua receita, a companhia planeja o lançamento de uma versão do seu serviço de streaming de filmes e séries que será rentabilizado com propagandas, como faz a televisão. Segundo a mídia internacional, a Netflix já busca acordos com diversos parceiros para viabilizar o novo modelo de negócios.

Demissões

Em março deste ano, cerca de 100 funcionários que trabalhavam com computação em nuvem no Google foram demitidos. A Microsoft reduziu o número de contratações para se preparar para os resultados fiscais do ano de 2022. A Tesla, liderada pelo homem mais rico do mundo Elon Musk, paralisou as contratações. A Intel fez o mesmo. Já o Spotify revisou seus planos para reduzir 25% o número de contratações neste ano.

A onda de demissões em empresas de tecnologia chegou à Netflix só agora, mas começou nas startups. No Brasil, empresas como Mercado Bitcoin, Zak, Sami, Quinto Andar, Liv Up, Loft, Faci.ly, Olist, Kavak, Vtex e Sanar fizeram cortes em seus times neste ano.

Grande parte das startups busca o crescimento exponencial dos negócios, financiado com venture capital, o capital de risco levantado junto a fundos de investimento ou investidores-anjo. Com o aumento do risco de recessão global, inflação e taxas de juros, as empresas começaram a captar menos em 2022, levando a ajustes nas finanças para manter os negócios.


‘Problema de uma unidade não pode afetar a outra’

Constantemente reconhecida em prêmios de governança corporativa, a Natura & Co se viu em uma posição inédita em sua história: no mês passado, veio à tona uma reunião da empresa com fundos de investimento para falar sobre resultados ainda não divulgados, ferindo um pilar básico de transparência. Além disso, enfrentava a descrença do mercado: as ações, em 12 meses, recuavam mais de 70%. Para dar um “giro” e retomar a confiança, a empresa trouxe para a operação um velho conhecido do mercado brasileiro: o executivo Fabio Barbosa.

Ex-presidente do ABN/Real, Santander e do Grupo Abril, Barbosa sempre teve uma atuação associada ao meio ambiente e à governança corporativa, ainda antes de ESG – sigla em inglês para as áreas ambiental, social e de governança – ser moda.

O executivo diz que chegou para arrumar a casa, desburocratizar o negócio e trazer eficiência para uma estrutura inchada. Ele substitui Roberto Marques, que irá para o conselho e depois deve se aposentar.

Ao jornal O Estado de S. Paulo e ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o executivo contou que a decisão de mudar os rumos do grupo – que é dono das marcas Natura, Avon, Aesop e The Body Shop – diz que os problemas de uma marca não poderão mais afetar o crescimento de outras e também do negócio como um todo.

Na conversa, ele admitiu que colocar a Avon global para dentro de casa foi mais complexo do que a empresa inicialmente previa – a compra foi fechada às vésperas do início da pandemia de covid-19.

A mudança de comando, anunciada na quarta-feira, antes da abertura do mercado, foi bem recebida. Os papéis da Natura subiram na quarta 7,93%, fechando o dia a R$ 15,10.

Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista:

É um momento conturbado na companhia, e um dos questionamentos tem sido sobre a comunicação com o mercado. Como é assumir a empresa nesse momento?

A mudança de estratégia foi pensada porque existe uma preocupação do que se pode fazer para a empresa recuperar seu crescimento. A empresa sofreu com a questão de covid e coisas do gênero, com externalidades, o que afetou nossos resultados. A estratégia que vinha sendo montada na empresa, de buscar as sinergias, norteou os primeiros anos das aquisições. Agora isso fica em segundo plano.

O mercado não vê as capturas de sinergia com a Avon aparecendo nos números da companhia…

Onde foi possível capturar oportunidades de sinergia, isso foi feito. Percebemos, porém, que estávamos insistindo numa busca de sinergias e perdendo o foco em cada um dos negócios. A complexidade da organização impede que se tenha uma visão clara em relação às sinergias capturadas. A busca de sinergias acabou amarrando a empresa.

A leitura de alguns investidores é de que a Avon estava mais deteriorada do que a empresa imaginava. É por isso que a empresa decide agora tocar os dois negócios separados?

A visão de que a Avon tem mais complexidade do que imaginávamos é correta. A integração possível era na América Latina. Ao redor do mundo, o que se podia buscar eram integrações operacionais. Isso foi feito. Agora, tendo as dificuldades que a Avon teve, inclusive com pressões de distribuição, logística e cadeia de abastecimento, a ideia é de que um negócio não pode distrair o outro.

E o que precisa mudar?

Queremos agora evitar que a atividade de uma das unidades de negócio interfira em outra. Ouvimos os investidores e essa mudança tem a ver com algumas coisas. A primeira foram as dificuldades que o mercado impôs para todos. Depois, as dificuldades internas que nos foram passadas. E, em terceiro lugar, o que ouvimos de investidores. É lógico que temos problemas internos. O comitê de transição servirá para entrar em nível de detalhe que não consigo entrar agora e saber o que será feito em relação a pacote de remuneração, processos de alocação de capital, por exemplo.

E quais são as prioridades?

Primeiro, é olhar a questão do pacote de remuneração, como alinhar os incentivos a essa nova estrutura. Depois, estabelecer uma disciplina de alocação de capital e definir quais são os pontos que merecem alocação de capital.

Como foi a primeira conversa para assumir a presidência executiva da Natura?

Estou no conselho (de administração) da Natura há seis anos e vinha se discutindo um plano para dar mais agilidade. Foi uma situação crescente e fui questionado se não poderia fazer isso. Adoro a Natura, e agora preciso ajudar a companhia. Foi um processo de construção do projeto que começou há seis meses. E, (da decisão sobre) meu nome até (assumir) o cargo, dois meses.

E como ficam os planos de a empresa listar suas ações nos EUA?

Está tudo on hold (em suspenso).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Amos Genish, ex-Telefônica, assume presidência da V.tal

A empresa de redes de fibra ótica V.tal anunciou nesta segunda-feira que terá o executivo Amos Genish (ex-presidente de Telefônica e Telecom Italia) será o presidente executivo da companhia na fase inicial do negócio – quando haverá a consolidação do modelo de atuação e definição de estratégias da empresa. Genish é sócio sênior do BTG Pactual desde 2019 e presidente do conselho de administração da V.tal – cargo em que permanecerá.

A V.tal foi criada a partir do processo de separação estrutural dos ativos de fibra ótica da Oi e transferência do controle para a GlobeNet e os fundos de investimento do BTG Pactual, que assumem a responsabilidade pela gestão. A transação foi concluída semana passada.

A Oi passa a ser um acionista relevante, além de maior cliente das redes de fibra ótica da V.tal. Como acionista, a tele não terá participação na gestão direta da companhia. E como cliente, contará com as mesmas condições comerciais dos demais clientes, segundo comunicado emitido pela V.tal.

O modelo de negócio da V.tal consiste no compartilhamento da sua rede neutra para operadoras e provedores de internet, de todos os tamanhos e regiões, que não precisam investir na construção, manutenção e evolução da sua própria infraestrutura. Eles podem se concentrar no atendimento ao cliente e na oferta de serviços, além de expandirem rapidamente para mais cidades e regiões do que aquelas onde já atuam. É um modelo também que favorece a entrada de novos players no mercado, aumentando a competição e oferecendo mais opções para os consumidores.

Diretoria

Genish é um dos maiores conhecedores do setor de telecomunicações mundo afora. Ele vinha atuando como líder de varejo digital do BTG Pactual. Antes disso, cofundou e atuou como CEO da empresa brasileira de telecomunicações GVT entre 1999 e 2015, que foi vendida para a Telefónica em 2014 por mais de US$ 9 bilhões.

Após esta transação, Genish foi nomeado CEO da Telefónica Brasil até o final de 2016. De 2017 até o final de 2018, atuou como CEO Global da Telecom Itália e, também entre 2017 a 2019, esteve no Conselho de Administração da Holding do Itaú Unibanco S.A.

A diretoria executiva da V.tal será composta por 11 áreas, lideradas pelos executivos: Pedro Arakawa (Negócios de Infraestrutura para Varejo), Bento Louro (Negócios de Wholesale), José Cláudio Gonçalves “Naval” (Novos Negócios & Inovação), Marcelo Souza (Operações), Cícero Olivieri (Engenharia), Sandro Simas (Tecnologia), José Miguel Vilela (Finanças), Eduardo Silveira (Estratégia), Marcelo Del Vigna (Jurídico), Maria Cláudia Cunha (Governança, Risco e Compliance) e Anna Karla Ribeiro (Pessoas & Cultura), todas se reportando ao CEO.

A V.tal emprega mais de 3 mil colaboradores diretos em todo o Brasil e tem sede em São Paulo, no bairro da Vila Olímpia. A empresa também possui escritório no Rio de Janeiro e tem planos de expansão para ter bases em outras capitais do país.


Privatização levará a mudanças em conselho e comando da Eletrobras

A concretização da privatização da Eletrobras, com a oferta de ações concluída na quinta-feira, 9, foi recebida com otimismo por analistas, que acreditam na redução do risco relacionado à empresa do setor elétrico. Assim, a maioria dos bancos e casas de análise projeta uma valorização dos papéis da companhia. Apesar desse alívio pontual para o mercado – após um período de marasmo, a operação movimentou cerca de R$ 33,7 bilhões -, o consenso é de que a operação não deve servir para reanimar o mercado de IPOs (ofertas iniciais de ações, na sigla em inglês), parado desde agosto de 2021.

Em relação à privatização da companhia, um dos primeiros passos esperados por fontes de mercado ouvidas pelo Estadão é a troca de executivos da companhia e também do conselho de administração. Com a redução de sua participação, o governo terá menos assentos no colegiado, abrindo espaço para que fundos de investimento indiquem seus representantes.

A partir dessa mudança, o novo conselho deverá fazer uma mudança geral no quadro administrativo da empresa, incluindo todo o alto escalão.

FÔLEGO

Analistas do setor acreditam que a empresa poderá ter mais fôlego para investir, incluindo em fontes de energia renováveis. “A Eletrobras terá exatamente o mesmo modelo de governança que já foi testado em outras privatizações do setor elétrico na Europa. A disponibilidade de caixa e o uso do mercado de capitais para novas captações vão permitir novos planos de investimento que são essenciais no segmento”, aponta Fabio Coelho, presidente da Amec, associação que representa mais de 60 investidores, entre locais e estrangeiros, que têm investimento de mais de R$ 700 bilhões na Bolsa brasileira.

Segundo Coelho, um dos pontos relevantes na “nova Eletrobras” será uma maior agilidade na tomada de decisão. “É importante ressaltar que o governo continuará sendo o maior acionista individual, e que, portanto, terá acesso a maior porcentual dos lucros esperados, justificando, assim, o interesse público na operação”, comenta.

EFICIÊNCIA

Sócio do M3BS Advogados e especialista em negócios públicos, Lucas Miglioli afirma que, com a privatização, a Eletrobras deve se tornar mais eficiente. “Tornando sua burocracia mais compatível com a do setor privado, terá mais agilidade para enfrentar um cenário cada vez mais competitivo e ávido por novas tecnologias”, disse. “A expectativa é de que, ao deixar de ser controlada pela União, a Eletrobras deixe de atuar como mera operadora e ganhe protagonismo no setor.”

Para o público em geral, uma das expectativas é de que a conta de luz fique mais barata, mas pode não ser bem assim. Sócio do PMMF Advogados e especialista em direito público, Ulisses Penachio lembra que apenas parte do novo capital – aquele destinado à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) – poderá gerar alguma redução nas tarifas. “A médio e longo prazo, o impacto da privatização na tarifa tende a ser neutro”, aponta.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Eletrobras é privatizada com oferta de R$ 33,7 bilhões na Bolsa

A oferta de ações que resultou na privatização da Eletrobras movimentou cerca de R$ 33,7 bilhões, depois de o preço de cada papel ser definido a R$ 42 na noite de quinta-feira, 9, segundo fontes de mercado. O ajuste de preço foi alvo de uma intensa disputa entre investidores locais e estrangeiros, que só terminou depois das 20h. A venda da estatal de energia via Bolsa foi o maior movimento de desestatização do País em duas décadas. A fatia do governo e do BNDES no negócio deve cair a cerca de 35%.

O preço de R$ 42 representou um desconto de 4% em relação ao valor da ação ao fim do pregão de quinta-feira, de R$ 44. Além de ter sido uma das maiores ofertas de ações em todo o mundo no ano de 2022, a operação da Eletrobras também foi a maior operação na B3, a Bolsa brasileira, desde a megacapitalização da Petrobras, em 2012, que movimentou R$ 100 bilhões.

Grandes investidores marcaram presença na operação, entre eles o fundo 3G Capital – dos fundadores da Ambev – e banco Clássico, de José Abdalla Filho, que também é um relevante acionista da Petrobras. A demanda total, considerados todos os tipos de investidores teria superado R$ 70 bilhões.

Mas a oferta da Eletrobras teve um empurrão importante da possibilidade de uso de recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para a compra de ações. Foi a primeira vez em cerca de 20 anos que o trabalhador brasileiro teve essa oportunidade. Antes, isso ocorreu com papéis da Vale e da Petrobras.

Diante da oportunidade, a demanda foi alta: cerca de 350 mil pessoas reservaram ações da companhia. O teto para uso do FGTS era de R$ 6 bilhões, mas a demanda ficou em R$ 9 bilhões, ou 50% a mais. Por essa razão, deverá haver uma redução em relação aos valores reservados por trabalhadores.

O investidor que fez uso de seu FGTS para entrar na oferta não poderá se desfazer do investimento por um prazo de no mínimo 12 meses – exceto em alguns casos, como o de demissão sem justa causa.

De olho em ganhos de eficiência

Em relação à privatização da companhia, um dos primeiros passos esperados por fontes de mercado ouvidas pelo Estadão é a troca de executivos da companhia e também do conselho de administração. Com a redução de sua participação, o governo terá menos assentos no colegiado, abrindo espaço para que fundos de investimento indiquem seus representantes.

A partir dessa mudança, o novo conselho deverá fazer uma mudança geral no quadro administrativo da empresa, incluindo todo o alto escalão.

Analistas do setor acreditam que a empresa poderá ter mais fôlego para investir, incluindo em fontes de energia renováveis. “A Eletrobras terá exatamente o mesmo modelo de governança que já foi testado em outras privatizações do setor elétrico na Europa.

A disponibilidade de caixa e o uso do mercado de capitais para novas captações vão permitir novos planos de investimento que são essenciais no segmento”, aponta Fabio Coelho, presidente da Amec, associação que representa mais de 60 investidores, entre locais e estrangeiros, que têm investimento de mais de R$ 700 bilhões na Bolsa brasileira.

Segundo Coelho, um dos pontos relevantes na “nova Eletrobras” será uma maior agilidade na tomada de decisão. “É importante ressaltar que o governo continuará sendo o maior acionista individual, e que, portanto, terá acesso a maior porcentual dos lucros esperados, justificando, assim, o interesse público na operação”, comenta.

Mais próxima do setor privado

Sócio do M3BS Advogados e especialista em negócios públicos, Lucas Miglioli afirma que, com a privatização, a Eletrobras deve se tornar mais eficiente. “Tornando sua burocracia mais compatível com a do setor privado, terá mais agilidade para enfrentar um cenário cada vez mais competitivo e ávido por novas tecnologias”, disse. “A expectativa é de que, ao deixar de ser controlada pela União, a Eletrobras deixe de atuar como mera operadora e ganhe protagonismo no setor.”

Para o público em geral, uma das expectativas é de que a conta de luz fique mais barata, mas pode não ser bem assim. Sócio do PMMF Advogados e especialista em direito público, Ulisses Penachio lembra que apenas parte do novo capital – aquele destinado à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) – poderá gerar alguma redução nas tarifas. “A médio e longo prazo, o impacto da privatização na tarifa tende a ser neutro”, aponta.