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Petróleo fecha em queda de quase 3%, com cautela por covid e reservas

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Estadão Conteúdos

Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda de quase 3% nesta quarta-feira, 17, com o barril abaixo de US$ 80 em Nova York, em sessão na qual as perspectivas para a demanda pressionaram a commodity, incluindo a preocupação com o avanço da covid-19. Além disso, a possibilidade de liberação de reservas por parte de Estados Unidos e China para buscar reduzir os preços seguiu no radar, e o movimento ganhou força com o pedido do presidente americano, Joe Biden, por uma investigação sobre os valores dos combustíveis em seu país.

O petróleo WTI para janeiro caiu 2,75% (US$ 2,19), a US$ 77,55 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o Brent para janeiro recuou US$ 2,15 (-2,61%), a US$ 80,28 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

Sobre a queda nos preços hoje, a Rystad Energy aponta que há uma percepção de que a demanda pode se reduzir, principalmente em meio a uma alta do número de casos de covid-19 na Europa, o que já levou à adoção de medidas de restrição em alguns países e levanta perspectivas sobre novas ações em outros.

“O aumento da oferta nos EUA e a promessa de aumentos incrementais futuros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) ameaçam interromper a sequência de 17 meses de déficit de oferta do mercado, à medida que a demanda diminui”, afirma a consultoria.

Segundo o TD Securities, conversas sobre os EUA e a China explorando suas reservas estratégicas de petróleo também ajudaram a aumentar o sentimento um “tanto negativo”. Hoje, Biden pediu à Comissão Federal de Comércio (FTC, na sigla em inglês) que considerasse se a “conduta ilegal” de grandes empresas de hidrocarbonetos está elevando os preços da gasolina para os consumidores americanos.

Assim, o banco avalia que o “mercado parece estar ignorando notícias positivas” para a cotação, a exemplo da divulgação de queda de estoques acima do esperado hoje nos EUA na última semana pelo Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês).

A instituição acredita ainda que está longe de ser claro que o mercado ficará em uma configuração “frouxa” no inverno do Hemisfério Norte. É muito provável que o fenômeno climático La Niña aumente a demanda por derivados de petróleo, já que as temperaturas caem devido ao seu efeito de resfriamento, aponta a Rystad.

“Também deve ser lembrado que a Europa ainda está em uma crise de energia profunda, especialmente porque o operador de oleoduto da Belarus restringiu os fluxos para a Polônia e Alemanha”, lembra o banco, que vê uma cotação do Brent em US$ 90 ainda possível nos próximos meses.