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PMS acima do pré-covid reflete TI e transporte de cargas, diz gerente do IBGE

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Estadão Conteúdos

O bom desempenho do setor de serviços tem como protagonistas os setores de tecnologia da informação (TI) e transporte de cargas. Os serviços presenciais também mostram recuperação, apesar de oscilações pontuais por questões sanitárias ou até mesmo por impacto da inflação elevada. A avaliação é de Rodrigo Lobo, gerente da Pesquisa Mensal de Serviços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na média global, o volume de serviços prestados cresceu 0,9% em maio ante abril, com avanços em todas as cinco atividades pesquisadas: transportes (0,9%), informação e comunicação (0,9%), outros serviços (3,1%), serviços profissionais, administrativos e complementares (1,0%) e serviços prestados às famílias (1,9%).

“Esse crescimento aconteceu de forma disseminada. Esse movimento de crescimento disseminado passou a ser mais comum no pós-pandemia”, disse Lobo. “Tanto as atividades de caráter presencial quanto aquelas que não são presenciais mostraram taxas positivas. Em meses anteriores havia alternância”, lembrou.

De fevereiro a maio, os serviços acumularam um ganho de 3,3%, apesar de ter havido ligeiro recuo de 0,1% no mês de abril. O volume de serviços prestados chegou a maio operando em patamar 8,4% superior ao de fevereiro de 2020, antes do agravamento da crise sanitária no País. “Tem papel preponderante e protagonismo do setor de tecnologia da informação e transporte de cargas”, frisou Lobo.

Os dois segmentos foram beneficiados de alguma forma pelas características da pandemia, que trouxe algumas oportunidades de negócios, explicou o pesquisador do IBGE. O isolamento social impulsionou o comércio eletrônico e a necessidade de ferramentas para comunicação à distância, lembrou.

Em maio, os transportes passaram a operar 16,7% acima do nível pré-pandemia, enquanto os serviços prestados às famílias ainda estavam 7,0% abaixo. Os serviços de informação e comunicação estão 12,4% acima do pré-covid; o segmento de outros serviços, 1,0% além; e os serviços profissionais e administrativos, 6,1% acima.

Lobo ressalta que, depois do choque inicial provocado pela pandemia, houve uma tendência de recuperação de atividades de serviços presenciais. Segundo ele, apesar de haver oscilações, com ocorrência de taxas negativas ao longo da série histórica, a leitura geral é de retomada dos serviços presenciais. No entanto, boa parte deles segue operando em nível abaixo do pré-pandemia, como os serviços prestados às famílias e o transporte de passageiros, exemplificou.

“Quanto maior o nível de emprego, quanto maior o nível de renda, quanto menor a inflação, mais a gente vai perceber essas atividades evoluindo positivamente”, disse Lobo. “Os serviços prestados às famílias são serviços de alguma forma supérfluos. Boa parte de serviços prestados às famílias é consumida por famílias de renda média e alta”, completou.

Rodrigo Lobo lembra que a inflação tem um efeito direto sobre o desempenho dos serviços via deflator, ou seja, o aumento de preços de determinados itens, como alimentação fora de casa e passagens aéreas, reduz o resultado das empresas desses setores (como restaurantes e companhias de transporte aéreo de passageiros) quando usado como base para a transformação da receita em volume de serviços prestados. “Outro ponto é o efeito indireto dos índices de preços. As famílias têm uma restrição orçamentária”, acrescentou Lobo.

Ele lembra que aumentos de preços de itens essenciais, como combustíveis, não são usados como deflatores na Pesquisa Mensal de Serviços, mas pesam mais no orçamento das famílias, restringindo os recursos disponíveis para o consumo de serviços. “Isso consome uma parte importante da minha renda, eu considero esse item como essencial, eu vou deixar de consumir outros itens”, explicou.