No mês, os aportes na caderneta somaram R$ 278,079 bilhões, enquanto os saques totalizaram R$ 285,509 bilhões. Considerando o rendimento de R$ 3,285 bilhões da caderneta, o saldo total das contas também caiu pelo terceiro mês seguido, para R$ 1,027 trilhão.
Outubro foi o sexto mês de 2021 em que os saques superaram os depósitos na poupança. No acumulado de janeiro a outubro deste ano, os saques líquidos da caderneta pela população chegam a R$ 30,779 bilhões. Em 2020, em meio à pandemia do novo coronavírus, a poupança chegou a registrar dez meses consecutivos de depósitos líquidos (de março a dezembro), terminando o ano com saldo positivo de R$ 166,310 bilhões.
No ano passado, a caderneta havia sido favorecida pelo pagamento de auxílios à população. Além disso, ela foi impulsionada em 2020 pela maior cautela das famílias brasileiras.
Preocupadas com a renda futura e com medo do desemprego, muitas delas reduziram gastos e passaram a aplicar recursos na caderneta, o que elevou o saldo. Este movimento foi o que o próprio BC chamou de “poupança precaucional”. Houve também o movimento identificado como “economia circunstancial”, uma vez que, dada a pandemia, muitas famílias não conseguiram consumir serviços as quais estavam acostumadas.
No início deste ano, com a paralisação temporária do auxílio emergencial entre janeiro e março, os saques voltaram a ser preponderantes. Com o retorno do benefício, houve saldo mensal positivo de abril a julho. Mas, com a inflação galopante e a reabertura econômica, desde agosto, a população tem retirado mais recursos da caderneta do que depositado.
A poupança é remunerada atualmente pela taxa referencial (TR), que está em zero, mais 70% da Selic (a taxa básica de juros), hoje em 7,75% ao ano. Na prática, a remuneração atual da poupança é de 5,425% ao ano.
Esta regra de remuneração da poupança vale sempre que a Selic estiver abaixo dos 8,50% ao ano. Quando estiver acima disso, a poupança é atualizada pela TR mais uma taxa fixa de 0,5% ao mês (6,17% ao ano), o que pode acontecer em breve, considerando a indicação do Comitê de Política Monetária (Copom) de um novo aumento de 1,50 ponto porcentual da Selic em dezembro, para 9,25%.