“Estamos estudando medidas de facilitação por parte do governo, com isenção fiscal, para que empresas venham produzir semicondutores no País”, disse o presidente do Sindipeças (que representa a indústria de autopeças), Cláudio Sahad, no Summit “O Futuro da Indústria Automotiva”, realizado ontem pelo Estadão.
Segundo Sahad, “essa janela única de oportunidade” foi tema de encontro anteontem em Brasília, com dirigentes do setor automotivo e os ministérios de Relações Exteriores, Economia, Ciência e Tecnologia e Comunicação.
Grande parte dos chips para carros é produzida na Ásia, e está escassa desde o ano passado. Isso tem levado várias montadoras a suspender sua produção. Para Sahad, esse é um gargalo do País e há um esforço entre o setor público e o privado para resolver a dependência.
Ele alertou ser preciso melhorar o ambiente de negócios no País para atrair essas empresas. “Sem isso, mesmo tendo incentivos, as empresas não virão, pois os investimentos exigidos são altos.”
Antonio Filosa, presidente da Stellantis (reúne Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën), disse que as empresas locais são competitivas “da porta para dentro”, com uso de tecnologias, investimentos e mão de obra iguais às de outros países. “Mas essa competitividade acaba da porta para fora.” Entre os desafios, ele citou o sistema tributário e a falta de infraestrutura e de isonomia entre as regiões.
O presidente da Anfavea (associação das montadoras), Luiz Carlos Moraes, disse que a pandemia provocou uma reavaliação da globalização para determinados itens, como chips, não só para reduzir a dependência da importação, mas também para ser base de exportação.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.