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SNIC: vendas de cimento ficam estáveis em março e fecham tri em -2,2%

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Estadão Conteúdos

As vendas de cimento totalizaram 5,5 milhões de toneladas em março, desempenho estável em relação ao mesmo mês de 2021, mostram dados do Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (Snic) divulgados hoje. Quando comparado a fevereiro deste ano, o incremento das vendas foi de 14,6%.

Com o desempenho de março, o setor fechou o primeiro trimestre com retração de 2,2% nas vendas em relação ao mesmo período de 2021. A queda no trimestre é explicada pelo resultado do mês de janeiro, quando as fortes chuvas que atingiram a região Sudeste do País impediram o escoamento de parte da produção de cimento.

“As vendas em janeiro deste ano foram 8,2% abaixo de janeiro do ano passado. Com as chuvas, não teve condição de distribuir nada. Desde então, estamos recuperando, mês a mês, o volume de vendas do cimento”, afirma Paulo Camillo Penna, presidente do Snic.

As vendas também são impactadas pelo avanço da taxa de juros e a alta da inflação, somadas ao ambiente de instabilidade geopolítica mundial, o que influenciaram o ritmo da demanda pelo produto no mercado doméstico brasileiro. O desempenho do setor não foi pior em março por causa do mercado imobiliário.

“A indústria de cimento está com um ovo grande na cesta, que é a construção imobiliária, principalmente para as classes A e B, algumas coisa para a classe C. É um risco para a indústria porque estamos vendo nossos estoques aumentarem muito e a tendência é de redução de lançamento de obras pela frente”, diz.

Segundo Camillo, a indústria de cimento deve encerrar este ano com vendas estáveis em relação ao ano passado, interrompendo uma sequência de três anos de crescimento. O setor cresceu em 2019 (3,5%), 2020 (10,6%) e 2021 (6,6%). Mesmo com esses triênio de avanço, o setor vende 8 milhões de toneladas anuais a menos do que em 2014, início da recessão do governo Dilma Rousseff.

O presidente do Snic se queixa ainda dos custos de insumos do cimento. Houve reajustes de insumos como refratários, gesso, sacaria, frete marítimo e rodoviário no primeiro trimestre. O coque de petróleo foi um dos maiores impactos, com aumento de 37% no preço apenas no primeiro trimestre. Hoje, 40% a 45% custo do cimento vem da energia térmica, como o coque de petróleo.