A receita líquida alcançou R$ 1,9 bilhão, representando uma queda de 6,4% frente ao primeiro trimestre de 2021, mas subiu 46,3% frente ao quarto trimestre do ano passado. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) cresceu 46,3% em 12 meses e caiu 28,3% frente ao trimestre imediatamente anterior, para R$ 825,9 milhões.
De acordo com o presidente da Unipar, Mauricio Russomanno, a atividade e o resultado da companhia foram marcados no primeiro trimestre por uma desaceleração na demanda e preços do PVC, onde o segmento de construção é o principal consumidor e a atividade afetada pela alta do juro.
Por outro lado, companhia viu parte desse efeito compensado por uma elevação na demanda de cloro, que atende a indústria de saneamento, onde a atividade está aquecida dada a agenda dos Estados e municípios em torno do tema, após a aprovação do marco do saneamento em 2020.
Além disso, a empresa retomou esforços para a exportação. “Começamos a exportar para outras regiões como América Latina, Europa e Ásia”, contou Russomanno. Segundo ele, durante a pandemia a atividade no mercado brasileiro foi tão forte que as exportações zeraram.
Ele diz que essa é uma agenda que tende a crescer, como estratégia para diversificar a carteira de clientes da companhia, citando potenciais aquisições na América Latina e nos Estados Unidos. “Deixamos nossa dívida líquida próxima de zero com o objetivo de liberar espaço em nosso balanço para expansão”, disse.
A Unipar fechou o primeiro trimestre com uma dívida líquida negativa em R$ 433 milhões, acima dos R$ 148 milhões do quarto trimestre do ano passado. Ao mesmo tempo, a companhia carrega um caixa de R$ 1,9 bilhão, 15% acima do quarto trimestre de 2021.
“Dobramos a operação nos últimos quatro anos e queremos dobrar novamente nos próximos cinco anos”, lembrou Russomanno. Nesse sentido, além da expansão internacional, a Unipar tem estudos para a construção de fábricas de cloro e soda no Nordeste, possivelmente na Bahia e Pernambuco. Em novembro, a Unipar anunciou a expansão em 15% da fábrica de Santo André, dedicada a produção de PVC.
A produção de cloro e soda da Unipar está atualmente focada em Cubatão e, dentro da estratégia de buscar eficiência de custos, chegar mais perto de clientes que estão no Nordeste do País, onde as necessidades de saneamento são maiores, faz sentido.
Energia é outro custo relevante para a empresa e, por isso, a Unipar assinou contratos em projetos para a construção de dois parques eólicos em parceria com a AES Tietê, e um projeto de energia solar com a Atlas Energia Renovável, para reduzir em 10% a emissão de carbono.