Para conquistar uma vida financeira saudável, em que conseguimos cobrir nossas necessidades básicas tranquilamente e sobre dinheiro para investirmos em nossos sonhos, é primordial um bom planejamento financeiro.
O planejamento deve nos mostrar as etapas a serem seguidas para auxiliar nas decisões de investimento, seja no curto, médio ou longo prazos.
Mas com tantas coisas para fazer, como saber o que priorizar? Qual o investimento certo para cada horizonte de tempo?
O começo do seu planejamento financeiro
Dentro de um bom planejamento financeiro, precisamos estabelecer as etapas a serem seguidas para alcançarmos as metas de curto, médio e longo prazos, partindo da maior prioridade e entendendo quais são os investimentos certos para cada uma dessas etapas.
Para isso, vamos utilizar um esquema visual simplificado, porém muito útil.
Na pirâmide à esquerda, vemos as etapas do Planejamento Financeiro. Esta é uma visão macro dos objetivos e necessidades de uma pessoa ao longo de sua vida.
À direita, temos os principais produtos financeiros disponíveis no Brasil, agrupados de acordo com o horizonte de tempo ideal a se investir que depende, sobretudo, do risco atrelado àquele tipo de investimento.
A base da pirâmide representa a maior prioridade dentro do planejamento financeiro, ou seja, alta liquidez é fundamental e não há espaço para riscos.
À medida que avançamos para as etapas seguintes – e, portanto, o horizonte de investimento fica cada vez maior – começam a surgir espaços propícios para assumirmos riscos em busca de maiores retornos – sempre respeitando o perfil de investidor.
Assim, precisamos ter em mente que as etapas do planejamento financeiro não devem ser puladas, ou seja, só devemos prosseguir quando o estágio anterior estiver de acordo com o planejado.
Planejamento de curto prazo (até 2 anos)
Neste horizonte de tempo, devemos prezar pela segurança financeira, ou seja, estar preparados para qualquer evento adverso que possa ocorrer, como despesas urgentes ou não planejadas. O foco aqui é preservar e proteger, por isso, a reserva de emergência deve ser capaz de suportar o orçamento familiar por 6-12 meses.
Em um período de tempo tão curto, a taxa de juros que você receberá será pouco relevante, visto que o tempo é o principal fator para que a mágica dos juros compostos aconteça (juros sobre juros). Assim, nesta etapa deve prevalecer o conservadorismo e alta liquidez nos investimentos.
Caso algum objetivo de vida esteja dentro desse horizonte de curto prazo (como a troca de carro, aquisição da casa própria etc.) e a reserva de emergência esteja em dia, vale a busca por aplicações com vencimento próximo à data planejada, abrindo mão da liquidez em troca de maior retorno.
Cabe, ainda nesta fase, o gerenciamento de riscos de maior impacto, aqueles mais sérios em que a reserva de emergência não seria capaz de cobrir as despesas familiares por muito tempo, fazendo-se necessário o investimento em uma proteção mais robusta.
Investimentos interessantes para proteção:
- Seguro de Vida
- Para Reserva de Emergência:
- LFT;
- CDBs liquidez diária;
- Fundos de Renda Fixa Conservadores.
Para objetivos de curto prazo:
Todos os incluídos na Reserva de Emergência, ou seja, CDBs, LCIs, LCAs, LCs, LFs com vencimento em até dois anos.
Planejamento de médio prazo (3 a 10 anos)
Neste prazo, devemos focar em realizar nossos objetivos de vida, como um intercâmbio, chegada de um bebê, aquisição da casa própria, pós-graduação etc.
Aqui teremos um período maior de investimento, portanto, tendo a etapa anterior bem consolidada, podemos inserir alguns fatores de risco ao portfólio e abrir mão da liquidez imediata, tudo de forma controlada, visto que o prazo não é tão longo assim e, como os objetivos geralmente tem data certa para acontecer, não há espaço para rentabilidades negativas.
Esta é a etapa com mais alternativas de investimentos, por isso é importante entendermos a fundo o nosso perfil de investidor e os objetivos planejados, o que permitirá a calibragem adequada do risco e liquidez nos investimentos de médio prazo, tendo como diretriz básica a correção pela inflação.
Investimentos para ficar de olho:
- CDBs / LCIs / LCAs / LCs / LFs com vencimento maior que dois anos;
- Fundos Multimercado;
- Fundos de Inflação;
- Fundos de Crédito Privado;
- CRIs / CRAs;
- NTN-B;
- LTN.
Planejamento de longo prazo (mais de 10 anos)
Enfim, após cuidar das duas etapas anteriores, devemos mirar um horizonte mais distante, com o objetivo de acumular patrimônio e atingir a liberdade financeira.
Uma vez garantido o curto prazo, através da reserva de emergência e proteções necessárias, e os objetivos de vida bem encaminhados, com a capacidade de poupança e investimentos adequados, temos uma estrutura fortificada, que nos permite, então, assumir maiores riscos em busca de maiores retornos no topo da pirâmide.
Além disso, outra razão pela qual o longo prazo é o horizonte de tempo ideal para investirmos em ativos de maior risco é que, caso as coisas não corram tão bem quanto o planejado, teremos mais tempo para fazer os ajustes necessários.
Mesmo se não houver a necessidade de repensarmos nossa estratégia, num longo período de tempo as oscilações de curto prazo nos preços tendem a suavizar, revertendo cenários de rentabilidade negativa e deixando os juros compostos agirem.
Investimentos para ficar de olho:
- Ações;
- ETFs;
- BDRs;
- Debêntures;
- Fundos de Ações;
- Fundos Imobiliários;
- Previdência Privada.
Este artigo tem como objetivo democratizar o acesso à educação financeira via Romero Oliveira, Sócio e Head de Renda Variável da Valor Investimentos.