Por Marcos Parisi – Assessor e e especialista em investimentos da Valor Investimentos
No primeiro evento pós-fusão Vértice-Valor, o bate-papo de ontem – 2021: o que mudou e o que ainda vai mudar? – reuniu o sócio-fundador Paulo Henrique Corrêa, o também sócio e assessor da Valor, Pedro Scaramussa, além da presença do Economista-Chefe da XP Investimentos, Caio Megale.
O tema, a propósito, discorreu sobre como podemos enxergar o cenário para investimentos em 2021 e entender toda a conjuntura global e doméstica instaurada após o ano de 2020 caracterizado principalmente pela pandemia do Coronavírus.
Assista, em nosso canal no YouTube, o bate-papo completo.
Leia, a seguir, os principais destaques do evento.
1ª parte | Gestão ativa dos investimentos
Megale trouxe para os convidados uma máxima: é necessário ter gestão ativa dos seus investimentos!
O que isso significa?
Num Brasil, em que há poucos anos onde se conseguia aplicações conservadoras que rentabilizavam seu patrimônio em percentuais da ordem de 14% a.a, hoje, o cenário de taxas de juros faz com que os investidores precisem assumir mais risco para buscar retornos superiores aos 2% a.a que os investimentos de Renda Fixa costumam render atualmente.
As economias e os mercados sentiram, de certa forma, uma retomada no 2º semestre de 2020, muito impulsionada pelas notícias da produção de diversas vacinas contra a Covid-19. Além disso, as eleições nos Estado Unidos passaram um ar mais tranquilo com a substituição do ex-presidente Donald Trump e as injeções monetárias dos pacotes de estímulos nas economias.
2ª parte | O mês de janeiro 2021
Dessa forma, findo o ano de 2020, em janeiro/2021 esperava-se um começo de ano mais tranquilo, porém não foi o que aconteceu. Os principais fatores que levaram janeiro a ser um mês de alta volatilidade foram:
. A 2ª onda da Covid-19 ao redor de todo o mundo, com a preocupação dos aumentos de números de casos por mundo afora;
. A confusão interna doméstica relacionada com a vacinação no Brasil;
. E a definição das eleições para a Presidência do Senado e da Câmara.
Nesse momento, o Brasil se vê descolado do mundo. Como será o primeiro semestre de 2021? Nervoso e azedo como foi janeiro? Ou no caminho da retomada como se mostrou os meses de novembro e dezembro de 2020?
Para ajudar na reflexão, olhar o cenário global sob 3 perspectivas é muito importante.
Crescimento mundial
Observando os números de PMI (Purchase Manager Index) da indústria e serviços, que medem a temperatura da atividade econômica, nota-se que a atividade industrial e serviços como um todo estão atualmente numa tendência de alta (exceto a parte de serviços da Zona do Euro, muito por conta da 2ª onde de COVID-19 por lá).
Os principais países possuem cacife para continuar os estímulos e pacotes econômicos, o que mantém as taxas de juros baixas e alta liquidez. Se as maiores economias globais estão em crescimento, naturalmente impulsionam outros mercados, assim como o Brasil.
Liquidez e commodities
Commodities sempre foram um dos pontos mais fortes dos países da América Latina. Além disso, é possível notar um 3º ciclo de alta em formação, mostrando ser um momento favorável para países emergentes, assim como o Brasil, para exportações.
MARCHA DA VACINA
O ritmo da produção de vacinas e a vacinação da população têm se mostrado muito eficiente. Os números de casos estão diminuindo em países como Israel e Estados Unidos.
Uma matéria do jornal americano The New York Times veiculada recentemente apresentou uma nota dizendo que as notícias sobre as vacinas continuam excelentes, mas que a discussão pública sobre ela continua mais negativa do que os fatos estão mostrando.
3ª parte | Possível retomada
Os fatores globais mostram um ritmo na direção da retomada. Entretanto, não se pode negligenciar o cenário doméstico, principalmente o risco fiscal. A relação Dívida/PIB está em torno de 90% no Brasil.
Isso significa que a pressão por manter os juros baixos para diminuir a dívida, gera preocupação com o tema inflação.
O Tesouro precisa sempre emitir mais títulos de dívida. Assim, surfar na onda das commodities pode ser muito bom para o Brasil. E no momento estamos “patinando no gelo fino”.
Com a nova administração das casas, os próximos 30 dias podem ser de alta volatilidade, pois teremos uma noção se o Brasil engata na retomada do crescimento, assim como em acontecido em diversos lugares do mundo, ou descolamos ainda mais desse movimento.
4ª parte | Portfólio equilibrado
Enfim, montar um portifólio equilibrado com as devidas proteções, aproveitando o momento das commodities, é interessante nesse momento, segundo Caio Megale.
Importante notar que no segundo semestre começam os preparativos para as próximas eleições presidenciais, momento que também pode ser de volatilidade.
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. Marcos Parisi
Sócio, assessor e especialista em investimentos da Valor.
. E-mail: marcos.parisi@valorinvestimentos.com.br