O diretor Financeiro e de Relações com Investidores do CTC, Rinaldo Pecchio, afirmou ao Broadcast Agro que o recuo no lucro está relacionado a um item extraordinário, que foi a reversão de um passivo com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep); e que o Ebitda caiu principalmente por causa do investimento em pesquisa e desenvolvimento, que subiu 5,8% na comparação anual, para R$ 41,9 milhões.
O executivo afirmou que as pesquisas visam o longo prazo e ainda não há novos lançamentos previstos para a atual safra, mas que a companhia trabalha com, por exemplo, encapsulamento de sementes. “Precisamos achar algo que tenha condições ideais, que seja resistente e também providencie nutrição quando há falta de chuva.” Entre os produtos já lançados, a companhia destacou em comunicado a eficiência das variedades da série 9000, que tiveram crescimento de plantio acima do previsto.
Para a safra 2022/23 de cana, que começa em abril no Centro-Sul brasileiro, Pecchio disse que a empresa está “cautelosamente otimista”. “A condição climática pode influenciar, pode haver impacto negativo de um La Niña, mas achamos que as empresas têm condições financeiras para recuperar o plantio. E pelo movimento que vemos de procura de mudas, achamos que deve haver alguma compensação.” A boa situação financeira das usinas, que se deve aos altos preços de açúcar e etanol, ajuda o CTC porque estimula a renovação de canavial e reduz a inadimplência.
IPO
Para realizar sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), que foi interrompida em abril, Pecchio afirma que o CTC continua fazendo trabalho de apresentação para fundos. “Estamos mostrando nosso caso, são vários interessados com quem conversamos, e quando houver melhora no mercado, retomamos o processo”, disse. “Mas é difícil prever quando isso vai acontecer”, afirmou, ressaltando que provavelmente a oferta não ocorrerá este ano.