Análise e Opinião

Análise e Opinião

Oportunidade em Renda Fixa: Qual é o retorno esperado para um título IPCA+6,5% ao ano e sem cobrança de imposto de renda?

Por
Vanessa Corrêa

calculations 2021 09 24 03 26 18 utc scaled

Em 2022, os investimentos atrelados ao CDI deram retornos médios de 13% no ano. É um retorno consideravelmente alto em relação ao risco e histórico do investimento. Isso chamou atenção de muitos investidores, que começaram a optar por esses ativos. Estamos em maio de 2023 e será que teremos esse mesmo efeito nesse ano?

Explicando de forma simplificada: os atrelados ao CDI acompanham a taxa básica de juros da economia (SELIC) que é o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central (BC) para controlar a inflação. Com a subida da taxa de juros (SELIC), o CDI acompanha na mesma proporção. Em maio de 2021, há exatos dois anos atrás, a SELIC estava 3,75% ao ano e, exatos seis meses depois, chegou ao patamar 9,25% ao ano. Esse aumento acelerado foi necessário para controlar o aumento de preços no país. Em 2023, o que vemos é uma inflação mais controlada, o que pode ser um sinal para o Banco Central (BC) começar a cortar os juros. Corte nos juros faz com que os ativos atrelados ao CDI também caiam e acompanhem esse movimento.

Nesse cenário, já podemos observar os efeitos em nossos investimentos dessa possível redução de juros. Alguns investimentos em renda fixa indexados à inflação superaram os retornos do CDI nos primeiros meses de 2023.

O investimento em inflação trata-se de um título híbrido com rentabilidade composta por uma parte prefixada (taxas pré-determinadas e fixas) e outra pós-fixada que varia conforme a inflação (IPCA). De forma resumida, são empréstimos que fazemos para uma instituição e que prometem devolver o dinheiro investido mais um valor adicional pelo empréstimo, que são os rendimentos (no caso dos títulos de inflação são as taxas IPCA+ X%) em um prazo pré-estabelecido. Esses investimentos são os mais indicados para proteger seu patrimônio da inflação.

Para investir em ativos que acompanham a inflação, temos três opções de emissores:

  1. TESOURO IPCA+, títulos emitidos pelo governo
  2. CDB / LCI / LCA, títulos emitidos por bancos e instituições financeiras
  3. Debêntures/ CRI /CRA, títulos emitidos por empresas privadas

Esses títulos são dívidas e diferem-se basicamente pelas taxas, prazos e risco de crédito do emissor.  Os títulos do governo possuem o risco do próprio país. Os títulos emitidos por bancos e instituições financeiras possuem o FGC (fundo garantidor de crédito), que pode proteger os investidores em caso de falência da instituição. Já os títulos emitidos por empresas podem possuir uma série de garantias atreladas ao risco de solvência da empresa.

Como possuem maior risco, os títulos emitidos por empresas (debêntures, CRIs e CRAs) também detêm em sua maioria, taxas de remuneração maiores e muito deles não possuem a cobrança de imposto de renda, que no caso dos títulos públicos é cobrado 15% do rendimento no resgate em prazos maiores que dois anos. Considerando apenas as debêntures com melhor classificação de risco (AAA), há pelo menos 29 papéis diferentes oferecendo taxas acima de 8% ao ano mais a variação do IPCA. Para investidor com foco em longo prazo, esse investimento pode ser uma ótima escolha para compor a carteira. Essas oportunidades de taxa acontecem em poucas janelas de tempo, especialmente em crises e momentos de estresse.

O gráfico abaixo simula o rendimento de R$100.000,00 em aplicações na janela de 15 anos em IMA-B versus aplicações em CDI. O IMA-B é um índice que acompanha um conjunto de títulos atrelados ao IPCA. Ele representa o desempenho dos preços de mercado de títulos públicos NTN-B. Mesmo os títulos públicos tendo as menores taxas dentro do universo de renda fixa de inflação, ainda sim, nos últimos 15 anos, ele superou o retorno do CDI. A linha verde clara é o IMA-B, a linha verde escura pontilhada é o CDI e a linha cinza simula um investimento que rende 110% do CDI.

 

Imagem1

Imagem2

Por fim, vale reforçar que esse texto é informativo e não uma sugestão de investimentos. Existem profissionais qualificados e certificados em corretoras e instituições financeiras que avaliam o perfil do investidor, suas reais necessidades e detalham o risco de cada investimento.  Esses profissionais podem te ajudar a definir a melhor opção para você e explicar as características de cada investimento.

 

Deixe um comentário