Análise e Opinião

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Diversificação inteligente: Como reduzir o risco do seu portfólio

Por
Jhady Vasconcelos

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Você já deve ter ouvido a frase “Em time que está ganhando, não se mexe”. Essa frase diz muito sobre a insegurança de mudar algo que está gerando bons resultados. Porém, no mundo dos investimentos, muitas vezes precisamos realizar algumas mudanças antecipadamente para continuar tendo bons resultados. E a diversificação é uma grande aliada nesse sentido.

Como a economia é muito dinâmica e imprevisível, faz-se necessário investir em produtos diferentes para conseguir bons resultados nos possíveis cenários que podemos ter. Um portfólio preparado para várias situações faz com que você tenha alta performance no longo prazo, mesmo diante das adversidades.
São muitas as possibilidades de investimento e você pode diversificar o seu patrimônio fazendo uma melhor gestão de risco do seu portfólio.

Diversificando classes de ativo

Um portfólio 100% atrelado a renda fixa é mais conservador, enquanto um portfólio 100% atrelado a renda variável é mais agressivo. Você precisa saber o seu perfil de investidor para dividirmos adequadamente a proporção dessas classes de ativo. Existem algumas classes, como pós-fixados, fundos imobiliários, fundos multimercado e alternativos, por exemplo.

Diversificando indexadores de renda fixa

Dentro da renda fixa temos alguns indexadores que norteiam a economia.
A Selic, que é a nossa taxa básica de juros, é muito utilizada como uma referência para ativos pós fixados. Por ser a taxa que guia as outras taxas do país, essa alocação é conservadora e ideal para objetivos de curto prazo.
Se você tiver objetivos de médio ou longo prazo, você pode explorar ativos atrelados ao IPCA, que é o indexador referente a inflação. Esses ativos garantem um ganho acima da inflação do período.
Ainda dentro da renda fixa, temos os ativos pré-fixados, que são interessantes em casos que o investidor deseja travar uma rentabilidade. É uma alocação interessante em cenário de queda de taxa de juros, pois permite que o investidor trave uma taxa alta de rentabilidade por mais tempo. Por incrível que pareça, esse é considerado o investimento mais arriscado da renda fixa, pois o investidor consegue a manutenção da taxa mesmo em situações de mudanças estruturais, para o bem ou para o mal.

Diversificando emissores

Além de saber como será sua remuneração, devemos entender quem pagará aqueles juros. Ou seja, para quem você está emprestando dinheiro. Veja a tabela a seguir onde consta cada título de renda fixa e o emissor:

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Fonte: adaptada de https://hubdoinvestidor.com.br/investir-em-renda-fixa-digital-ou-renda-fixa-tradicional-entenda-os-pros-e-contras/

É importante sabermos a saúde financeira do emissor: esse emissor tem condições de honrar o compromisso de te pagar com os juros no prazo estabelecido? É um setor perene? Como estão os concorrentes e outros players de mercado?
No caso de títulos do Governo, ele tem capacidade de emitir mais moeda para honrar a dívida com os credores. No caso dos títulos de instituições financeiras, contamos com a garantia do FGC. Já no caso dos títulos de empresas, os famosos créditos privados, faz-se necessária uma análise mais criteriosa do emissor. Podemos contar também com a análise realizada pelas agências de classificação de risco, onde olhamos o “Rating” do emissor.

Diversificando gestoras

Dentro dos fundos de investimentos temos uma possibilidade de diversificação que é pouco falada. As casas de gestão de fundos de investimentos possuem muitos fundos, sendo alguns com estratégias diferentes. Imagine que você possui três fundos da mesma gestora, com estratégias diferentes (por exemplo: fundo DI, fundo multimercado e fundo alternativo). Se essa gestora tem problemas de crédito com algum de seus emissores, esse fato pode afetar toda a classe de fundos dela e o seu patrimônio poderia ser penalizado nos três fundos. Por isso é importante analisar gestoras diferentes na hora de escolher os fundos.

Diversificando setores

A diversificação de setores é interessante na renda fixa e na renda variável. Quando compramos ações ou títulos de dívida de empresas, devemos analisar o setor delas. Quando apostamos em um setor só, nosso patrimônio fica sujeito aos fatores que influenciam aquele setor. Por exemplo, se você só investe em ações da JBS e compra título de dívida da Marfrig, e surge uma doença como a “vaca louca”, o seu patrimônio estará em risco em virtude do setor estar desestabilizado.

Mitigando riscos e acentuando lucros

A diversificação é muito importante para trazer um equilíbrio entre risco, liquidez e rentabilidade. Fazendo uma diversificação com pesos corretos, conseguimos amenizar adequadamente o peso da performance dos ativos. Se por acaso algum dos ativos tiver uma performance negativa, será compensada pela performance positiva de algum outro ativo. Portanto, a diversificação é muito importante para ajudar o investidor a diminuir o risco e a volatilidade do portfólio.

Porém, para realizar a diversificação ideal, você precisa entender também qual é a correlação dos ativos disponíveis. Afinal, quem diversifica demais pode acabar com uma alocação pulverizada e perder o propósito.
Outra dica interessante é ter uma reserva de oportunidade, pois por melhor que algum ativo possa parecer, a economia pode mudar e outros ativos ficarem mais atrativos. Essa reserva de oportunidade pode ser usada para fazer balanceamentos que são necessários com o decorrer dos meses.
Para finalizar tenha em mente os passos a seguir:

1. Entenda o seu perfil de investidor para não correr riscos desnecessários.
2. Tenha consciência dos seus objetivos e metas, afinal, todos os investimentos precisam ter prazos e retornos adequados.
3. Conte com especialistas para fazer uma diversificação adequada com base em uma análise de risco, retorno e correlação dos ativos.

A diversificação de investimentos pode ser complicada para quem não está familiarizado com o mundo dos investimentos. Por isso, conte com a ajuda do seu assessor para ter sucesso nessa missão.

 

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