Todos os dias, é possível ouvir nos noticiários sobre os índices e taxas percentuais que incidem na economia brasileira, como a Taxa Selic, o IPCA e até mesmo a tão temida inflação.
Ainda assim, você já parou para compreender profundamente sobre o que são esses aspectos e como esta relação pode afetar de maneira direta no seu bolso? Se a resposta for “não”, está na hora de mudar esta realidade.
Somente a título de curiosidade: em 1994, além da seleção brasileira ser tetracampeã da Copa do Mundo, Itamar Franco era o presidente, os filmes Pulp Fiction e Forrest Gump estreavam nos cinemas e o papel moeda de um real era capaz de comprar dez pães franceses. Lá se vão quase três décadas desde a criação do real, ou melhor, a nona moeda da nossa história. Embora o Plano Real tenha obtido êxito em relação ao controle da inflação, é impossível negar que o seu poder de compra foi corroído nesse período.
Neste artigo, vamos descomplicar a relação entre a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, com a inflação.
O assunto parece complexo, mas a lógica é simples de entender, como você verá a seguir.
Taxa Selic: o que é?
A Taxa Selic é uma estratégia de política financeira que o país adotou para ganhar mais estabilidade econômica, evitando que os preços saiam de controle e desvalorizem a moeda nacional.
Em especial porque, quanto mais recursos disponíveis, maior é o consumo. E, quanto maior o consumo, maior é a demanda – o que incentiva os preços a subirem de forma exacerbada.
Só que, quando isso ocorre, a Selic pode ficar muito elevada. Por esta razão, ela vai na mão contrária a essa lógica, a fim de controlar o volume dos recursos disponíveis e incentivar a circulação de dinheiro no país.
Assim, sua tática é aquecer a economia com o aumento dos preços. Só que, consequentemente, com essa taxa mais alta, os juros também aumentam. E, claro, o mesmo acontece com os créditos para consumidores e empresas – diminuindo o consumo desenfreado.
Logo, é muito próxima a relação entre a Taxa Selic e a Inflação. A princípio devemos saber que a Taxa Selic também é conhecida como taxa básica de juros, ou seja, é ela quem influencia e muito o nosso cotidiano e a economia brasileira.
O COPOM (Comitê de Política Monetária) tem sempre o desafio de estabelecer, de tempos em tempos, a taxa de equilíbrio que permite a economia “respirar de forma leve”.
No entanto, quando há um desequilíbrio na Taxa Selic, este fato tende a provocar ou um esfriamento demais (desaceleração) ou um aquecimento demais (aceleração) na economia brasileira. A inflação é exatamente isso.
Qual é a forma de medir a inflação?
A forma oficial de medir a inflação é por meio do IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Amplo), índice realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) – órgão do governo que acompanha periodicamente o valor de uma cesta de produtos. Esta cesta de produtos não é necessariamente a cesta básica de alimentos, mas inclui também serviços prestados, conta de energia, ou seja, uma série de produtos que estão disponíveis no próprio site do IBGE.
Veja abaixo a variação mensal desde 1994, data da criação da moeda real, até julho de 2021.
O IPCA tem o porquê de ser relevante, pois é o indicador mais amplo da evolução dos preços, medindo a inflação no Brasil. Muitos dos investimentos que fazemos estão atrelados a esse índice. Teríamos, por exemplo, títulos públicos, como o Tesouro IPCA, vinculados à variação da inflação, além de uma taxa quando se contrata no momento do investimento.
Neste caso, se fizermos um investimento de longo prazo, a grande preocupação não deve ser com a Taxa Selic, mas a inflação via IPCA, já que a única coisa que poderia tirar o seu poder de compra no futuro é a própria inflação.
O Tesouro IPCA, por exemplo, irá acumular ao longo de sua história de investimento, o valor que foi investido mais a rentabilidade acima da inflação. Caso a inflação dispare, seu ganho também dispara. Porém se a inflação for muito baixa, seus ganhos também serão baixos.
Na prática, para quem faz investimentos de longo prazo ou para quem faz um planejamento para aposentadoria, o Tesouro IPCA é uma boa referência.
Tesouro IPCA: Entenda melhor
O Tesouro IPCA costuma ser utilizado para os investimentos a longo prazo. Ele está contido no Tesouro Direto, portanto, é um dos títulos de renda fixa que paga um juro anual somado à variação da inflação – o IPCA.
Esse tipo de título permite que o investidor se proteja da inflação com total segurança. No entanto, ao colocar seu dinheiro no investimento, você não terá certeza quanto irá receber no vencimento.
Ainda assim, se manter a aplicação conforme a data correta de rendimento, você conseguirá ter uma boa noção, somando o tempo de aplicação mais as taxas após o desconto do imposto de renda. Sem nenhuma surpresa, como prometido.
Caso você precise vender o seu título antes do prazo, saiba que o valor também ficará sujeito ao preço de mercado. Ou seja, dependendo do momento que a economia estará no dia, o valor de retirada poderá ser alterado.
Apesar disso, se no momento você já possui o título e pensa em negociá-lo, é possível calcular quanto ele está valendo no momento, através de sites que contam com uma calculadora de renda fixa. Basta colocar as informações básicas, como a data a taxa da compra e o título.
Ademais, se o seu objetivo é ganhar lucros com esse título, vale a pena seguir algumas informações primordiais. Primeiro, será necessário se cadastrar em uma corretora ou banco de investimento. Isso permitirá que você tenha acesso a uma instituição própria para isso.
Inclusive, escolha com sabedoria a instituição que abrirá as portas para esse novo mundo financeiro. E, claro, procure por uma com menores taxas, que dê assistência aos seus passos e que seja transparente.
Leia também | Veja o que são títulos públicos e como funciona o investimento
A relação entre o Tesouro IPCA e a Taxa Selic
Agora que você já sabe um pouco mais sobre ambos os conceitos, chegou a hora de solucionar possíveis dúvidas acerca destes títulos: o Tesouro IPCA e a Taxa Selic.
Para um entendimento mais amplo, é preciso ter em mente que os dois são muito seguros e protegidos pelo Tesouro Nacional. Sendo assim, eles só “quebram” caso todos os outros investimentos do país também passem por dificuldades. E, acredite, até isso acontecer, você já terá retirado o seu dinheiro há tempos.
Além disso, apesar de estarem envolvidos na economia e no setor de investimento, eles também possuem liquidez diária. Assim, isso significa que, dependendo da sua escolha, o valor a ser creditado poderá ser acompanhado ao longo de todo o período.
No mais, partindo para as diferenças, é possível analisar pontos como:
– Oscilações: o rendimento do Selic é atrelado à taxa básica de juros estabelecida na economia brasileira. Por este motivo, ele acompanha o mercado e não sofre muitas oscilações. O Tesouro IPCA, por sua vez, tem uma taxa pré-fixada que varia, tornando as mudanças de preços mais passíveis.
– Médio a longo prazo: o Tesouro IPCA é o ideal para aqueles que buscam investimento de médio e/ou de longo prazo. Enquanto o Selic é mais voltado para reservas de emergência.
– Volatilidade: o Tesouro IPCA tem volatilidade baixa, ao passo em que o Tesouro Selic possui volatilidade alta.
– Vencimento: o Tesouro IPCA tem diversas datas de vencimento do título, desde 2026 a 2055. Por outro lado, o Tesouro Selic só possui duas: 2024 e 2027.
Uma vez que todos estes pontos estejam explicados, a relação entre eles é simples. Independente de suas similaridades e contrapontos, o principal é considerar que, por ser usada para controlar a inflação, a Taxa Selic afeta diretamente o IPCA.
Afinal, a inflação nada mais é do que o aumento (seja ele generalizado ou contínuo) dos preços. E, claro, o IPCA reflete essa variação, sendo uma espécie de medidor sobre como este fator está do país.
Diante deste cenário, quando a Selic aumenta, as principais operações financeiras e o acesso ao dinheiro também sentem o impacto. E quando ela diminui, o consumidor para de fazer estes gastos exorbitantes. Logo, entra o IPCA para mensurar tudo isso.
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