Análise e Opinião

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A onda da renda passiva: não existe dividendo grátis

Por
Flavio Mattedi

Atualmente, é grande a quantidade de pessoas interessadas em ativos que geram renda passiva, isto é, investimentos que pagam dividendos periódicos e sem a necessidade de se trabalhar. Podemos citar alguns ativos que possuem essa característica:

  • Fundos imobiliários;
  • Ativos de renda fixa que pagam cupom de juros;
  • Ações de empresas pagadoras de dividendos etc.

Se por um lado o discurso é sedutor e tem sido muito explorado por influencers, além de alguns profissionais do mercado financeiro; por outro lado, talvez o investidor não tenha a exata e real compreensão de tudo o que está envolvido neste tema.

Primeiramente, é importante entender que cada tipo de investimento tem características que lhes são próprias, ou seja, todo produto financeiro envolve certo grau de risco, prazo, rentabilidade e finalidade. Assim, é importante que o investidor dê um passo atrás, refletindo acerca de seus objetivos para, depois, ir ao mercado ou a um profissional especializado que iniciará a montagem de uma carteira de investimentos que melhor se adeque ao seu perfil.

Em outras palavras, o investidor deve alterar o modus operandi de uma pergunta um tanto quanto frágil realizada por muita gente: qual é a melhor alternativa de investimento? Agora, observe o grau de mudança do questionamento, mas que todo investidor deve ser levado a fazer: qual é o tipo de investimento que pode atender aos meus objetivos?

O objetivo desse texto é chamar a atenção aos investidores de que ativos que permitam renda passiva são indicados para um determinado perfil de investidor que, em geral, busca composição de renda. No entanto, esse mesmo produto financeiro tende a proporcionar um crescimento patrimonial menor no longo prazo, na medida em que a distribuição de dividendos resulta em redução patrimonial do ativo, ao invés do reinvestimento do recurso no próprio negócio.

No caso dos investidores que conseguem reinvestir a totalidade do valor dos dividendos recebidos, o crescimento patrimonial pode ser maior. Dessa forma, pode-se comprar mais ativos geradores de renda ou mesmo aplicar em outras classes de investimentos para compor o seu portfólio.

O fato é que o investidor que retira todo o dividendo recebido para custear os gastos domésticos ou para qualquer outro uso que não seja “investimento financeiro”, provavelmente não conseguirá aproveitar o poder dos juros compostos a longo prazo.

Por fim, a recomendação é, inicialmente, o autoconhecimento, no sentido de compreender os objetivos e necessidades individual e familiar para que, somente depois, busque-se informações com o propósito de montar um portfólio de investimento adequado, sem cair em argumentos falaciosos de influencers ou algo do gênero.

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