Análise e Opinião

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De olho no relatório Focus e as oportunidades em renda fixa

Por
Flavio Mattedi

Cenário de juros altos e volatilidade fortalecem ativos como títulos atrelados à inflação. Antes de entrar no detalhe, uma dica.

Dois indicadores são muito importantes para quem pretende ou para quem já investe em renda fixa: a taxa básica de juros (Selic) e o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ou seja, a inflação. Vale a pena conferir esses dois indicadores na tabela logo abaixo.

Esses dados são realizados e atualizados semanalmente pelo Banco Central, intitulado Boletim Focus.

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Ficar de olho no Boletim ou Relatório Focus é importante para se ter uma nação básica de como os ativos que compõem a renda fixa podem se comportar. Por exemplo, de acordo com o relatório – observado no dia 21 de janeiro –, a projeção da Selic e do IPCA, em 2022, é de 11,75% e 5,15% respectivamente. Já para o ano de 2023, os valores e as projeções mudam sensivelmente: 8,00% e 3,40%.

Ou seja, temos em ambos os casos – Selic e IPCA – projeções de quedas o que afetam os rendimentos em inumares classes de ativos do mercado financeiro, mas especificamente a renda fixa. Assim, conseguimos vislumbrar a performance das nossas alocações de recursos de forma mais eficiente em cenários distintos, especialmente no que tange aos movimentos políticos.

Não se deve, necessariamente, alocar em renda fixa porque as taxas estão maiores, mas é essencial avaliar e respeitar o perfil do investidor e os objetivos.

O reflexo dos indicadores é visto de forma negativa, se analisada a rentabilidade acumulada de títulos públicos. No caso do Tesouro IPCA+ 2045, por exemplo, a queda já é superior a 25% no ano de 2021. Por outro lado, as expectativas para o rendimento de ativos atrelados ao CDB e à inflação nos próximos meses são atrativas para o investidor, por oferecer retornos que chegam a ultrapassar os dois dígitos.

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É bom ressaltar que, na renda fixa, existem dois efeitos que merecem atenção: carrego e marcação a mercado (falaremos na próxima coluna). Não dá para afirmar que 2022 é o ano da renda fixa, mas com certeza existem boas oportunidades.

Em um momento em que o mercado se encontra em estado de grande volatilidade, é muito importante prezar pela segurança e estabilidade nos investimentos, reforçando a importância da diversificação mesmo dentro de uma única classe de ativos.