Criado em 2002, o Tesouro Direto é um programa do Tesouro Nacional, em parceria com a BM&F Bovespa (após a fusão com a CETIP, o nome mudou para B3) como forma de democratizar o acesso aos títulos públicos federais para pessoas físicas. A partir de sua criação, aplicações com apenas R$ 30,00 passaram a ser possíveis. Antes dele, pessoas físicas só podiam investir em títulos públicos indiretamente por meio de Fundos de Renda Fixa que cobravam altas taxas de administração. Hoje, já não é mais assim.
Quais são os principais títulos do Tesouro Direto?
- LFT (Letra Financeira do Tesouro) – É conhecido como Tesouro Selic por ser um título pós-fixado atrelado a taxa básica de juros. É o título mais conservador disponível por render exatamente como a taxa Selic, sem retornos inferiores ou superiores a ela. A vantagem disso é que mesmo se o investidor decidir vender os títulos antes do seu vencimento, terá a rentabilidade da Selic no período de manutenção do título.
Dica: ideal para um posicionamento mais conservador e retorno em curto prazo.
- LTN (Letra do Tesouro Nacional) – Também chamado de Tesouro Prefixado, nele o investidor pode saber qual será a taxa anual de rentabilidade para o período que vai da data de compra até o vencimento do título. Independentemente das taxas de juros, a taxa de remuneração é a mesma desde que o investimento não seja resgatado antes do vencimento do título.
Até a data de vencimento, o valor do título poderá sofrer oscilações dado a variação dos juros. O ideal é que o investidor não se deixe abalar pelos momentos de rentabilidade negativa e mantenha o título. Se vendê-lo antes do vencimento, ele não terá garantia de ter a taxa pactuada, podendo até mesmo ter prejuízo.
Dica: ideal para investimentos com horizonte de tempo entre 2 e 4 anos, que não necessitem de liquidez.
- NTN-B e NTN-B Principal (Notas do Tesouro Nacional) – Popularmente conhecidos como Tesouro IPCA, esses títulos estão atrelados ao IPCA, que é o índice de inflação do país, garantindo rentabilidade acima da inflação para investimentos com prazos mais longos.
O rendimento desses títulos é calculado pelo IPCA + uma taxa fixa anual, definida do ato da compra até o vencimento. Assim como no Tesouro Prefixado, o valor do título pode oscilar e até ter rentabilidade negativa em alguns momentos. Mas é importante que o investidor mantenha o título até o vencimento para não ter prejuízo.
Dica: ideal para posicionamento com horizonte de tempo acima de 4 anos, sem necessidade de liquidez.
- NTN-F – As NTN-F são títulos pré-fixados com pagamento de juros semestral ao investidor.
O que é o pagamento de cupom semestral?
Os títulos NTN-B e NTN-F pagam cupons de juros durante sua vigência.
Mas o que são esses cupons?
Funciona assim: alguns títulos pagam o montante investido + juros apenas no seu vencimento. Já esses dois títulos pagam os juros acumulados a cada seis meses e, no seu vencimento, o investidor recebe apenas o valor inicial investido.
Tem direito ao recebimento do cupom de juros, os investidores com títulos em sua conta de custódia no dia do seu pagamento. Três dias antes do pagamento, a compra de títulos é suspensa. Dois dias antes, a venda também.
Como ocorre o pagamento?
O pagamento do cupom semestral para os títulos do tesouro ocorre da seguinte forma:
1. Os valores são creditados no agente de custódia, onde estão os títulos.
2. Os pagamentos são semestrais, conforme o vencimento final do título. O último pagamento coincide com o vencimento do título. Dessa maneira, para calcular as datas do pagamento basta pegar a data de vencimento e encontrar a data de pagamento a cada 6 meses.
Exemplo:
A) Título hipotético vence em 15/08/XX, então os cupons serão sempre em fevereiro e agosto.
B) Título hipotético vence em 15/05/XX, então os cupons serão sempre em maio e novembro.
C) Título hipotético vence em janeiro, então os cupons serão pagos em janeiro e julho.
Atenção: os cupons são tributados na tabela de IR conforme o prazo, contando desde as compras dos títulos. Assim, os primeiros cupons serão tributados em alíquotas maiores.
Valor real vs Valor teórico no tesouro
Para o Tesouro Direto, há uma ferramenta que mostra o valor real e o valor teórico dos títulos.
O valor real é um histórico de quanto o título vale no mercado a cada instante. Pode ser útil no caso de o investidor querer vender o título. Já o teórico é uma referência para o investidor que pretende levar o título até o vencimento.
Mas vale observar que o valor teórico é apenas uma referência para o investidor, pois caso queira vender o título no momento, será sempre pelo valor real.
Como fazer operações especulativas no tesouro direto?
É possível realizar operações especulativas com os títulos do tesouro direto para obter rentabilidades mais expressivas. Só que essas operações requerem um conhecimento mais aprofundado do investidor pois, se não forem realizadas da maneira e no momento certos, podem gerar prejuízos.
Caso o investidor tenha interesse em aprender mais sobre essa forma de investir, vale fazer um curso que ajude a compreender melhor o processo de marcação a mercado dos títulos públicos.
Como efetuar resgates no tesouro direto
Confira o passo a passo:
- Entre no site do Tesouro Direto.
- Digite seus dados de acesso;
- Uma vez na área logada, vá até o menu “investir e resgatar” e clique em “resgatar”;
- Selecione a instituição financeira onde os títulos que você quer vender estão custodiados;
- Selecione os títulos;
- Faça o resgate.
O dinheiro é creditado na conta da corretora no dia útil seguinte à operação.