Análise e Opinião

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Eletrobras: uma nova era

Por
Pedro Lang

A privatização da Eletrobras marca o início de uma nova era para a empresa e é um marco para o mercado de capitais brasileiro. Assim como o processo de venda da BR Distribuidora, braço de distribuição de combustíveis da Petrobras, a Eletrobras passou por um processo de capitalização. Explico como funcionou o processo:

A empresa anunciou uma oferta pública de ações com o intuito de aumentar sua capitalização. Além disso, todos os acionistas atuais receberam o direito de comprar preferencialmente essas novas ações emitidas. Fundos de investimento, investidores, fundos de pensão e a própria União tinham a oportunidade de comprar essas ações que foram ofertadas para o público antes de qualquer um.

Através da oferta a empresa aumentou o número de ações em circulação e o acionista controlador (União) abriu mão de exercer o seu direito de preferência. Dessa forma, a nova composição do quadro acionário da empresa tirou o controle do Estado e transformou a companhia numa “True Corporation”, quando existe uma dispersão entre os acionistas e nenhum detém número suficiente de ações para tomar decisões sozinho.

O processo de venda das ações foi um sucesso e um novo desafio surge: eleger a nova diretoria e conselho de administração. A venda das ações e diluição do controle é só o primeiro passo em direção ao tão sonhado aumento de eficiência da empresa e a expectativa é de que um novo ciclo comece.

Pontos que são esperados da nova gestão incluem a redução de pessoal, renegociação de passivos, investimento pesado em renovação de instalações e um grande ciclo de capex. Por anos, alguns ativos de geração de energia foram preteridos por outros investimentos e, por consequência, chegaram quase ao sucateamento.

Fico feliz pela privatização e por darmos mais um importante passo em direção a um Estado enxuto, mais eficiente e que concede espaço para que a iniciativa privada possa prosperar. Que a Eletrobras, BR distribuidora e tantas outras empresas sejam apenas o início de um grande ciclo de desestatização.

Um Estado menor é condição fundamental para o crescimento econômico sustentável e de longo prazo.

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