Segundo Felipe Hansen, presidente do conselho de administração da Tigre e integrante da terceira geração da família fundadora, a busca por um sócio foi motivada pela intenção de aproveitar essas oportunidades. “Não é uma discussão nova dentro da companhia, e é um caminho estratégico que sempre foi considerado. Vimos agora como um momento oportuno”, diz Hansen.
O “namoro” com o fundo de private equity – que compra participações em empresas – durou seis meses até que o “casamento” fosse consolidado. Segundo Patrice Etlin, sócio do Advent, a Tigre está num grupo de empresas que o fundo considerava há tempos no topo das prioridades. O contato entre o fundo e a fabricante se intensificou ao longo da última década, já que a Tigre é uma das principais fornecedoras de materiais para a Lojas Quero-Quero, rede de materiais de construção que tinha o Advent como principal acionista até 2020.
Família
Até o aporte da Advent, a família Hansen era dona de 100% do negócio da Tigre. O banco Bradesco e o fundo de previdência Previ (dos funcionários do Banco do Brasil) chegaram a fazer parte do quadro societário, mas isso acabou em 2003, quando a família fundadora decidiu recomprar as ações dos sócios.
Segundo Hansen, os fundadores não querem perder o controle da empresa nem com a entrada no Advent nem em um eventual IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês). “Ser majoritário é uma prerrogativa da família, e não temos nenhuma intenção de sair do negócio. Ao mesmo tempo, é muito prematuro falar em um IPO”, afirma.
O foco inicial de expansão da companhia a se dará nos Estados Unidos, onde a empresa adquiriu no ano passado a fabricante e distribuidora de tubos de PVC Dura Plastica Products, da Califórnia.
O presidente da Tigre, Otto von Sothen, afirma estar atrás de oportunidades de crescimento orgânico ou de novas aquisições naquele mercado, onde o setor é pulverizado em empresas de origem familiar, sem uma marca forte consolidada. O executivo também acompanha o pacote de infraestrutura anunciado pelo presidente Joe Biden, que deve movimentar até US$ 70 bilhões (mais de R$ 300 bilhões) somente no segmento em que a Tigre atua.
No Brasil, há expectativa de que o setor de tubos e conexões deva ficar com 15% dos mais de R$ 600 bilhões em investimentos previstos para o País como resultado de obras destravadas no âmbito do marco legal do saneamento.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.