Análise e Opinião

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Gerenciando riscos: Uma abordagem do Tênis para seus investimentos.

Por
Gabriel Cecco

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Como assessor de investimentos, amante do tênis e tenista amador me peguei refletindo em como as lições aprendidas com a raquete em mãos e ao se investir são consonantes e sinérgicas. Não é novidade para ninguém como o esporte educa e são fundamental para o nosso desenvolvimento, porém hoje vou fazer um paralelo mais específico ligando esses dois mundos que tanto fazem parte do meu dia-a-dia.

No mundo do esporte, o tênis se destaca como um jogo de estratégia, habilidade e resistência. Cada partida é um desafio único, exigindo tomadas de decisão rápidas e adaptação constante às mudanças no jogo. Surpreendentemente, esses mesmos princípios podem ser aplicados ao mundo dos investimentos. Ao explorarmos a interseção entre o tênis e os investimentos, descobrimos lições valiosas que podem aprimorar nossa abordagem financeira.

No tênis, a estratégia é crucial. Jogadores como Roger Federer e Serena Williams não apenas confiam em sua habilidade técnica, mas também em sua capacidade de ler o jogo e antecipar os movimentos do oponente. Da mesma forma, no mundo dos investimentos, uma estratégia bem pensada é essencial para o sucesso a longo prazo.

Imagine que você é um investidor iniciante, enfrentando o mercado como um tenista enfrenta um adversário. Assim como um jogador analisa as fraquezas do oponente, você precisa entender os fundamentos de cada investimento e como eles se encaixam em sua estratégia geral. Warren Buffett nos EUA e Luiz Barsi Filho no Brasil por exemplo, mestres nesse aspecto. Eles não apenas pesquisam minuciosamente as empresas antes de investir, mas também mantém a disciplina para permanecer fiel ao seu plano, independentemente das flutuações do mercado.

E sim, os mercados vão flutuar, porém, para quem visa uma vitória em uma partida, ou em set, admite-se perder um ponto, ou um game como parte do processo. Até porque, do outro lado da quadra, existe um adversário também tentando vencer, não é um jogo solo, assim como o mercado financeiro, onde o fluxo de capital flui entre os players e para alguém ganhar, outro tem que perder.

No esporte, os tipos de superfícies de quadra mudam durante o ano (saibro, grama, cimento), o vento pode afetar a trajetória da bola, partidas podem ser adiadas/interrompidas por razões climáticas. Da mesma forma, os investidores enfrentam constantes mudanças no mercado financeiro. Notícias econômicas, eventos geopolíticos e inovações tecnológicas podem impactar os preços das ações e as tendências do mercado.

Vamos para o ano de 2008. Considere o exemplo de Rafael Nadal, um dos maiores tenistas de todos os tempos. Ao longo de sua carreira, Nadal passou por várias transformações em seu estilo de jogo para se adaptar às demandas do circuito profissional. Ele percebeu que não podia confiar apenas na sua voacação ao saibro e em sua potência de base e precisava desenvolver um jogo mais completo.

Neste ano, Nadal venceu seu primeiro título no torneio de Wimbledom (jogado na grama, piso mais traiçoeiro es específico do circuito), em um jogo de 5 sets contra Roger Federer, notadamente o melhor tenista na grama de sua geração e talvez de todos os tempos. Na partida que para muitos é a maior partida de tênis de todos os tempos Nadal precisou adaptar completamente seu estilo de jogo tão bem adaptado ao saibro para conseguir tal feito.

Da mesma forma, os investidores precisam estar preparados para se adaptar às mudanças no mercado. Por exemplo, durante a crise financeira de 2008, investidores que reconheceram a importância da diversificação de portfólio e realocaram seus ativos para classes de ativos mais seguras foram capazes de minimizar suas perdas.

Na quadra, cada golpe carrega um certo grau de risco. Um saque agressivo pode resultar em um ponto rápido, mas também aumenta a probabilidade de erro. Da mesma forma, no mundo dos investimentos, buscar altos retornos muitas vezes vem com um maior nível de risco.
Considere o jogador Novak Djokovic. Conhecido por sua abordagem calculada, o tenista Sérvio é mestre em minimizar erros e controlar o ritmo do jogo. Ele entende que assumir riscos desnecessários poderia comprometer suas chances de vitória a longo prazo. E são justamente nesses erros desnecessários, chamados de “erros não forçados” que não podemos nos permitir cometer.

No mundo dos investimentos, o gerenciamento de riscos desempenha um papel crucial na proteção do patrimônio. Investidores inteligentes diversificam seus portfólios, distribuindo seus investimentos em diferentes classes de ativos e geografias para mitigar o impacto de eventos adversos. Além disso, eles estabelecem metas realistas de retorno e estão preparados para aceitar perdas como parte do processo de investimento. O mercado já é muito complexo para nos dar ao luxo de cometer os “erros não forçados” que nos investimentos são riscos mal gerenciados.

Talvez o tênis e os investimentos à primeira vista não pareçam ter tantas similaridades, mas compartilham muitos princípios fundamentais. Tanto na quadra quanto no mercado, a estratégia, a adaptação e o gerenciamento de riscos são essenciais para o sucesso. Ao estudar os grandes nomes do tênis, como Federer, Nadal, e Djokovic, podemos extrair valiosas lições que podem ser aplicadas aos nossos próprios esforços de investimento.

Portanto, da próxima vez que você estiver enfrentando um desafio financeiro, lembre-se das lições aprendidas no tênis. Seja como Roger Federer, ajustando sua estratégia com elegância, ou como Nadal, adaptando-se às mudanças do mercado, a chave para o sucesso está em entender o jogo e jogar com inteligência.

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