Análise e Opinião

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Já rasgou dinheiro hoje?

Por
Leonardo Pastore

Responda rápido. O que você prefere? R$ 1.000,00 ou R$ 1.500,00? Está ao seu alcance, bem na sua frente, bastando você escolher. Não estranhe nem relute. Não tem pegadinha. Não é uma lição sobre valores éticos ou qualquer questão subliminar. É apenas levar mais ou menos. Simples assim.

Exceto se você for do tipo que rasga dinheiro (se você conhecer alguém assim, fuja!), deve escolher os R$ 1.500,00. Claro, desde que seja limpo e que tenha origem legal, você não deverá se importar em receber um pouco mais quando merecer. É a lei natural do mercado. Eu, pelo menos, não conheço ninguém que tenha rejeitado um aumento de salário, um prêmio ou uma gratificação como reconhecimento de seus esforços, talento, dedicação, responsabilidade, entregas, etc.

Mas então, trazendo esse exemplo hipotético para o mundo dos investimentos, por qual razão nos conformaríamos em deixar para trás uma parcela potencial de nossos rendimentos? Por que não permitir ao nosso dinheiro render mais? Parece loucura (e é), mas há quem deixe todos os dias suas economias mal aplicadas, em posições de rentabilidade quase nula ou mesmo insuficientes para acompanhar a inflação.

Segundo o Banco Central, ao final de outubro de 2022 o saldo total dos depósitos na caderneta de poupança era de 987 bilhões de reais. Isso mesmo: quase R$ 1 trilhão depositados numa aplicação que muitas vezes não supera nem mesmo a inflação. A caderneta rasga dinheiro de quem a usa. Identificou alguém?

O mercado financeiro oferece uma gama diversificada de produtos que rende muito além da poupança. Por exemplo, títulos públicos federais são considerados os mais seguros do mercado e podem ser acessados diretamente pelo investidor por meio do portal do Tesouro Direto. Há outros ativos que, desde que utilizados corretamente, remuneram o capital de modo mais racional e com risco similar à poupança.

O que pode justificar essa má opção do investidor? Além da cultura arraigada, informações desencontradas sobre incidência de imposto de renda sobre os rendimentos, receio de risco de crédito de instituições financeiras ou mesmo uma sensação bastante equivocada de haver pouca diferença entre um investimento ou outro, colocam mais gente na fila dos que escolhem R$ 1.000,00 ao invés de R$ 1.500,00.

E você, afinal, qual escolha vai fazer? Levar mais ou rasgar dinheiro?

Este artigo tem como objetivo democratizar o acesso à educação financeira via Leonardo Pastore, Assessor de Investimentos da Valor Investimentos.

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