Análise e Opinião

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O que ficou de lição em 2021?

Por
Romero Oliveira

O ano de 2021 foi extremamente ingrato para os investidores brasileiros. Com o desenvolvimento da vacina e avanço do número de imunizados, a perspectiva de retomada da atividade econômica levou a bolsa aos 130 mil pontos, acompanhando o clima de euforia dos mercados globais.

O segundo semestre foi marcado por crises institucionais, inflação surpreendendo negativamente, preocupações com a sustentabilidade fiscal e revisão da política monetária pelo Banco Central, que se viu obrigado a subir juros numa tentativa de trazer a inflação para sua meta.

De lá para cá, foram 5 meses consecutivos de queda do índice (julho à novembro/2021), que voltou a negociar próximo da casa dos 100 mil pontos. No ano (2021), o índice Ibovespa acumula uma queda de aproximadamente 12%. Em períodos anteriores parecidos como esse, o investidor brasileiro teria feito um movimento que em alguma medida repete nesse momento, que é sair de bolsa e investir em renda fixa.

Porém dessa vez tem sido um pouco diferente. Nos últimos 3 anos o mercado brasileiro passou por uma verdadeira revolução, permitindo que os investimentos fora do Brasil se tornassem, baratos, simples e acessíveis. Investir fora do Brasil até pouco tempo atrás praticamente impossível para o pequeno investidor! Hoje em dia existem opções de investimentos em Bolsa Americana, Asiática e Europeia, por exemplo, por apenas R$ 100,00.

Essa mudança estrutural no mercado de capitais brasileiro vem permitindo que o chamado home bias seja reduzido. Home Bias é um viés comportamental que faz com que o investidor tenha uma preferência natural em investir em sua região, país e moeda. No Brasil, esse viés é levado ao extremo.

Estudos mostram que menos de 1% do patrimônio total investido pelos brasileiros está fora do Brasil. Os americanos investem quase 30% fora do seu país, Canadenses: 35%, Ingleses: 50%.

Mercados mais maduros e moedas mais estáveis permitem com que carteiras de investimentos tenham retorno superiores e menor volatilidade.

Em um ano muito ruim para os ativos de risco brasileiros, os investidores estão tirando uma importante lição: manter parte do patrimônio em moeda forte em mercados maduros também faz parte da diversificação.