Análise e Opinião

Análise e Opinião

Os desafios de trabalhar no mercado financeiro no Brasil 

Por
Pedro Lang

Trabalhar no mercado financeiro e com análise econômica é um exercício de humildade. A facilidade com a qual as coisas mudam, sobretudo na economia brasileira, é surpreendente.  

Na contramão do que todos os analistas esperavam, nossa economia já projeta crescimento de mais de 2% em 2022 e ao que tudo indica nossa inflação vai ficar abaixo de 8%. 

Ainda estamos longe da nossa meta de 3,5%, mas parecemos estar diante de uma inflexão importante e ao que tudo indica o pior já passou. O preço do petróleo e seus derivados, que foram um dos principais vilões dos últimos meses cedeu e a pressão no nosso nível de preços diminuiu.  

Numa economia como a nossa o preço dos combustíveis e da energia elétrica tem um grande peso sobre o nível de preços. Por serem produtos básicos para boa parte das indústrias o aumento ou a diminuição do preço desses insumos afeta diretamente nossa inflação. E é essa a história que vou contar aqui na coluna essa semana.   

A diminuição da inflação é o do principal desafio mundo hoje, os países desenvolvidos estão tendo problemas severos para controlar o seu avanço. O Brasil antecipou esse problema no ano passado com o problema energético (falta de chuvas e o preço da energia elétrica) e nosso ciclo de aperto monetário começou mais cedo. Com a diminuição da expectativa de inflação abrimos espaço para diminuir nossa taxa básica de juros e é aí que várias oportunidades surgem.  

Caso estejamos próximos à inflexão da inflação e por consequência do fim do ciclo de alta de juros, podemos dizer que estamos diante de uma janela importante para o preço dos ativos brasileiros. Historicamente o início do ciclo de queda na Taxa Selic é um excelente momento para se posicionar nos ativos de risco, principalmente posições em renda variável e em títulos de renda fixa pré-fixados.  

O mercado não espera, não dá chance de entrada sem cobrar seu preço, então para aqueles que tem espaço dentro do portfólio e que estejam dispostos a comprar essa tese, o momento é agora. É bem verdade que temos uma eleição pela frente e tudo isso pode mudar, mas eu diria que as “odds” estão do nosso lado.  

Investir é um eterno exercício de humildade, que o façamos sabendo escolher quais teses tem melhor relação de risco e retorno e que nos perguntemos diariamente se elas ainda façam sentido.  

O dinheiro não aceita desaforos.  

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