Resultados da pesquisa por “taxa básica de juros

Chile: BC eleva taxa básica de juros em 1,5 pp, de 5,5% para 7% ao ano

O Banco Central do Chile elevou sua taxa básica de juros em 1,5 ponto porcentual, de 5,5% para 7% ao ano, informou nesta terça-feira, 29, a instituição. A decisão foi unânime entre os membros do Conselho e representou um aumento de mesma amplitude do firmado na reunião anterior, em janeiro.

Em comunicado, os dirigentes afirmam que, no mercado financeiro nacional, o peso chileno se valorizou e o IPSA, índice da Bolsa de Santiago, subiu, em comparação com a reunião monetária anterior.

A autoridade monetária destaca que a inflação mundial segue subindo, levando o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e outras instituições a acelerar seu ritmo de normalização monetária, apesar dos cortes nas projeções para crescimento econômico. Na América Latina, os dirigentes chilenos destacaram que as bolsas e moedas locais têm apresentado certa recuperação, dados os maiores preços nas matérias-primas e a fraca base de comparação.

Quanto à invasão da Ucrânia pela Rússia, o BC observa que o conflito elevou de forma significativa a incerteza generalizada e intensificou o aumento nos preços de matérias-primas. Por ora, as repercussões econômicas e financeiras devem se manter sobre os países diretamente envolvidos e seus vizinhos, avalia. “Os preços dos ativos nacionais reagiram de forma limitada ao desenvolvimento da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, embora os indicadores locais de incerteza tenham aumentado novamente”, observa.


BC do México eleva taxa básica de juros de 6,00% a 6,50% ao ano

O Banco Central do México (Banxico) aumentou a taxa básica de juros do país em 50 pontos-base, de 6,00% a 6,50% ao ano. A decisão, divulgada nesta quinta-feira em comunicado, foi tomada de forma unânime, segundo o BC.

A autoridade monetária destacou que houve aumento nas projeções inflacionárias, com base na maior pressão vinda dos gargalos na cadeia de suprimentos e dos preços de alimentos e energia.

Com o aumento nas expectativas, agora a inflação no México só deve chegar à meta de 3% ao ano em 2024, prevê o Banxico.

Segundo projeta o BC, a inflação ao consumidor subirá 6,4% no primeiro trimestre de 2022 e moderará para alta de 4,0% no último trimestre deste ano.

Para as projeções inflacionárias, porém, há diversos riscos de alta e baixa, ressaltou o Banxico. De alta, o BC cita eventual persistência da forte inflação implícita, pressões externas pelos setores agropecuário e energético por causa da guerra na Ucrânia e depreciação cambial.

Entre riscos de baixa, há a possível redução das tensões no Leste Europeu, efeito negativo maior que o esperado da lacuna negativa do PIB mexicano, preços de energia mais baixos que o previsto e apreciação cambial, destacou o Banxico.

“O equilíbrio dos riscos em relação à trajetória esperada para a inflação no horizonte de projeção se deteriorou e permanece tendenciosa para cima”, completa a entidade.


BC da Argentina eleva taxa básica de juros de 42,5% a 44,5%

O Banco Central da República Argentina (BCRA) anunciou na noite da terça-feira, 22, a elevação de sua taxa básica de juros, sobre as letras de liquidez (Leliq), de 42,5% a 44,5%. É a terceira vez neste ano que o BC do país aperta sua política monetária.

O BCRA também elevou a taxa para prazos fixos no varejo a 43,5%, em valores nominais, para pessoas físicas, em depósitos de 30 dias de até 10 milhões de pesos, o que segundo o BC representa um rendimento de 53,5% na taxa efetiva anual (TEA). Para os demais depósitos do setor privado, a taxa mínima garantida ficou estabelecida em 41,5%, o que representa uma taxa efetiva anual de 50,4%, diz o BC em comunicado.

O BCRA elevou os juros em janeiro e também em fevereiro. Em sua nota, ele reafirma o interesse em estabelecer os juros de modo a gerar retornos reais positivos “sobre os investimentos em moedas local e preservar a estabilidade monetária e cambial”.

O comunicado destaca ainda o “choque de oferta” atual na economia mundial, com altas em preços de commodities. “O governo nacional está desenvolvendo medidas para mitigar o impacto nos preços locais deste choque internacional”, diz o texto.


BC eleva taxa básica de juros a 11,75%, maior nível em cinco anos

Mesmo com mais um choque de preços no País gerado pela guerra na Ucrânia e um novo descumprimento da meta de inflação no radar, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu o ritmo de alta da Selic (a taxa básica de juros). A Selic subiu 1 ponto porcentual, de 10,75% para 11,75% ao ano, o maior nível desde abril de 2017 (12,25%), ou seja, em cinco anos. Nas últimas três reuniões, o BC havia elevado a taxa em 1,50 ponto porcentual.

A decisão desta quarta-feira, 16, foi a nona alta consecutiva da Selic – após a taxa chegar à mínima histórica de 2% – acumulando 9,75 pontos de ajuste. A última vez que houve nove aumentos seguidos (completando um ano de aperto) foi entre abril de 2013 e abril de 2014.

Mas, naquela época, o avanço foi mais modesto, de 7,25% para 11,00%, ou 3,75 pontos porcentuais, nas vésperas da campanha de reeleição da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Já o choque de juros deste ciclo já é o maior desde 1999 quando, durante a crise cambial, o BC aumentou a Selic em 20 pontos porcentuais de uma vez só.

A decisão era esperada pela maior parte do mercado financeiro. Conforme pesquisa do Projeções Broadcast, 44 das 53 instituições consultadas esperavam alta da Selic de 1,00 ponto porcentual, para 11,75% ao ano. Oito apostavam em aumentos maiores, seis de 1,25 pp, a 12,00%, e dois de 1,50 pp, a 12,25%. Havia ainda uma estimativa de elevação de 0,75 pp, a 11,50%.

No Copom de fevereiro, o BC havia indicado a intenção de reduzir o ritmo de alta dos juros básicos, citando o estágio avançado do ciclo. Mas a reviravolta causada pela invasão da Ucrânia pela Rússia embaralhou o cenário, com fortes efeitos inflacionários também no Brasil, a exemplo do megarreajuste dos combustíveis.

No Boletim Focus, a estimativa para o IPCA, índice de inflação oficial, de 2022 (6,45%) indica que a meta deste ano (3,50%, com tolerância de 2% a 5%) está praticamente perdida, após o desvio de quase 5 pontos em 2021, quando o IPCA foi de 10,06%. A projeção de 2023 (3,70%), foco principal de política monetária, também se afasta do objetivo principal do BC no ano que vem (3,25%, com banda de 1,75% a 4,75%).

O aumento do juro básico da economia reflete em taxas bancárias mais elevadas, embora haja uma defasagem entre a decisão do BC e o encarecimento do crédito (entre seis meses e nove meses). A elevação da taxa de juros também influencia negativamente o consumo da população e os investimentos produtivos.

Juro real

Com os nove últimos aumentos da Selic, o Brasil se consolidou como sede de uma das maiores taxas de juros reais (descontada a inflação) do mundo. Cálculos do site MoneYou e da Infinity Asset Management indicam que o juro real brasileiro está agora em 7,10% ao ano. O País possui o segundo juro real mais alto do mundo, considerando as 40 economias mais relevantes.

O Brasil só fica atrás da Rússia que, encurralada pelas sanções decorrentes da invasão à Ucrânia, precisou elevar sua taxa nominal de juros de 9,5% para 20% e estabelecer o controle de capitais no fim de fevereiro. A taxa real russa está em 30,07%.


BC da Turquia mantém taxa básica de juros em 14%, mesmo com alta na inflação

O Banco Central da República da Turquia anunciou, nesta quinta-feira, 17, manutenção da taxa básica de juros em 14%, em decisão já esperada pelo mercado, apesar da acelerada espiral inflacionária no país. Em comunicado, a autoridade monetária ressalta que o recente avanço da inflação não é sustentado por fundamentos econômicos e reflete fatores de oferta, como gargalos nas cadeias produtivas e escalada dos preços de commodities agrícolas e energéticas.

“O Comitê espera que o processo desinflacionário tenha início a partir das medidas tomadas e perseguidas de forma decisiva para a sustentabilidade dos preços e da estabilidade financeira”, destaca, em referência ao pacote de políticas adotada pelo governo para enfrentar o quadro.

O BC turco acrescenta que monitora o efeito acumulado das decisões monetárias e que, para criar um fundação de estabilidade de preços, realiza uma abrangente revisão de sua política, com objetivo de contribuir para “liralização” da economia – isto é, encorajar maior uso da moeda nacional como reserva para a população.

A instituição se compromete a usar todos os instrumentos disponíveis para retornar a inflação à meta de 5% – em janeiro, o índice de preços ao consumidor (CPI) subiu à taxa anual de 48,69%. O contexto levou a Fitch a rebaixar o rating da Turquia, de BB- para B+, na semana passada.

“A estabilidade do nível geral de preços promoverá a estabilidade macroeconômica e financeira por meio da queda do prêmio de risco país, da continuação da reversão da substituição cambial, da tendência de alta das reservas cambiais e da redução duradoura dos custos de financiamento”, assegura o BC.

O Banco Central turco é alvo de desconfianças nos mercados desde que promoveu um ciclo de cortes de juros no ano passado, sob influência do presidente do país, Recep Tayyip Erdogan. O líder se opõe ao aperto monetário como instrumento de estabilização da inflação.


BC do Peru aumenta taxa básica de juros em 50 pontos-base, a 3,50%

O Banco Central de Reserva do Peru (BCRP) aumentou a taxa básica de juros em 50 pontos-base, a 3,50%, em meio à escalada dos preços no país. Segundo a autoridade monetária, a decisão levou em conta o avanço da inflação à taxa anual de 5,68% em janeiro, “temporariamente” acima da meta de 2%, além da desvalorização do sol peruano, a moeda local.

Em comunicado, o BCRP prevê que a inflação voltará ao objetivo no quarto trimestre, à medida que as pressões “transitórias” diminuem, apesar da espiral nos preços de energia. A instituição avalia que os indicadores econômicos no país estavam em “território pessimista” em janeiro.

“A atividade econômica global está melhorando, embora em ritmo mais lento devido ao impacto da covid-19, gargalos persistentes no fornecimento global de bens e serviços, e incerteza no ritmo de reversão do estímulo monetário nas economias avançadas”, destaca a entidade.


BC da Rússia eleva taxa básica de juros em 100 pontos-base, a 9,50% ao ano

O Banco da Rússia (BoR) aumentou a taxa básica de juros em 100 pontos-base, a 9,50% ao ano, em reunião de política monetária nesta sexta-feira, 11. Em comunicado, a instituição deixou em aberto a possibilidade de novas elevações nos próximos encontros.

Segundo o banco, a decisão reflete a persistente escalada inflacionária em ritmo superior à meta de 4%, diante de desequilíbrios entre oferta e demanda e encarecimento de commodities. Em janeiro, a taxa anual de inflação no país acelerou a 8,7% e, pelas estimativas do BoR, deve ceder à faixa entre 5% e 6% ao longo deste ano, antes de voltar à meta em meados de 2023.

A autoridade monetária atribui o movimento ao forte crescimento da demanda doméstica, que excede a capacidade de expansão da produção em vários setores. “Nesse contexto, as empresas acham mais fácil repassar custos mais altos, inclusive devido ao aumento dos preços globais, para os consumidores”, explica, citando também a crescente escassez de oferta de trabalhadores.

No curto prazo, a entidade vê como risco inflacionário a volatilidade nos mercados globais, “causada, entre outros fatores, por vários eventos geopolíticos”, que podem influenciar a taxa de câmbio e as expectativas de inflação. Os BCs desenvolvidos também têm apertado a política para lidar com o cenário. “Isso pode se tornar uma fonte adicional de maior volatilidade nos mercados financeiros globais, especialmente nos mercados emergentes”, analisa.

O BoR acrescenta que pretende acelerar a formação de “uma posição de política monetária apertada”, com objetivo de reduzir a inflação e limitar o impacto nos juros de longo prazo. “As condições monetárias mudaram de acomodatícias para neutras”, avalia.

O BC Russo projeta que o Produto Interno Bruto (PIB) do país crescerá entre 2% e 3% em 2022; entre 1,5% e 2,5% em 2023; e entre 2,0% e 3,0% em 2024.


México: BC eleva taxa básica de juros em 50 pontos-base, a 6,00% ao ano

O Banco Central do México (Banxico) elevou a taxa básica de juro no país a 6,00% ao ano, segundo informou a instituição em comunicado nesta quinta-feira, 10. A decisão não foi unânime, com um dos cinco membros do conselho do Banxico votando por um aumento de 25 pontos-base.

Segundo o BC, a decisão foi tomada após avaliação da “magnitude e diversidade dos choques que afetam a inflação e o risco que contaminem as expectativas de médio e longo prazos e a formação de preços”. Entre os riscos citados pelo Banxico estão pressões inflacionárias externas, pressões de custo, persistência de níveis elevados na inflação implícita, depreciação cambial e aumento dos preços nos setores energético e agropecuário.

Com os riscos em mente, o banco elevou a sua projeção para a inflação acumulada de todos os trimestres de 2022, além do primeiro e quarto trimestres de 2023. Com a decisão de hoje, o BC mexicano considera que a política monetária se ajustará de forma que a inflação atinja a meta de 3% ao ano dentro do horizonte de projeção.