Resultados da pesquisa por “taxa básica de juros

Taxas de Juros: Dificuldades e Desafios para a Esquerda Brasileira

Ontem, um amigo me perguntou se eu concordava com a ideia de que seria mais desafiador para um governo de esquerda abaixar o nível de juros da economia. Eu acredito que, de forma generalista, sim, e quero expor uma explicação que seja compreensível para qualquer leitor. Ressalto, apenas, que esse texto não expõe um posicionamento […]


BC chinês mantém juros para linhas de crédito de 1 ano em 2,75%

O Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) manteve suas principais taxas de juros inalteradas nesta terça-feira, 15, sugerindo que pode manter as taxas de empréstimo de referência, apesar de mais sinais de fraqueza na segunda maior economia do mundo.

O PBoC injetou 850 bilhões de yuans (US$ 120,16 bilhões) de liquidez por meio da linha de crédito de médio prazo de um ano a uma taxa de juros de 2,75%. Também injetou 172 bilhões de yuans de fundos por meio de seu acordo de recompra reversa de sete dias a uma taxa de juros de 2,0%.

O movimento para manter as principais taxas pode significar que a taxa básica de juros de referência da China permanecerá inalterada na próxima semana, já que a Loan Prime Rate (LPR) é precificada com base nas taxas de juros do MLF.

O PBOC também disse que injetou 320 bilhões de yuans de liquidez de médio e longo prazo até agora este mês por meio de empréstimos suplementares prometidos, bem como um programa de empréstimo de tecnologia e renovação.

Alguns economistas esperavam um corte no índice de exigência de reserva dos bancos, uma vez que há 1 trilhão de yuans de empréstimos de MLF com vencimento neste mês, segundo o provedor de dados Wind.


Queda na atividade reflete puxada nos juros e freio na economia global

Segundo analistas, dois fatores explicam em grande parte a desaceleração da economia brasileira nos últimos meses. O primeiro é o patamar elevado da taxa básica de juros (Selic) – atualmente em 13,75% ao ano. Juros altos inibem o consumo das famílias e os investimentos das empresas ao tornar o crédito mais caro.

O segundo tem a ver com o freio da economia global. A atividade nos Estados Unidos e na Europa também dá sinais de desaceleração, dado que ambos, como o Brasil, enfrentam um quadro de aperto monetário.

Na Europa, a situação é agravada pela falta de gás para gerar energia, uma consequência da guerra na Ucrânia. A China também vem crescendo menos devido à política de covid zero e à crise no setor imobiliário.

Indicadores antecedentes – aqueles que dão uma pista de como a economia deve se comportar no futuro – também revelam um cenário de deterioração para os próximos meses no País. A confiança dos empresários dos setores de serviços, comércio, indústria e construção retrocedeu 3,3 pontos em outubro, de acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV). Por segmento, o recuo foi maior no comércio e na indústria – em ambos, recuou 3,8%.

“Há claramente uma queda na indústria. O comércio, na melhor das hipóteses, está andando de lado, e o setor de serviços está desacelerando, em particular em alojamento e alimentação para as famílias”, afirma José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do banco Fator.

Para o economista-chefe do C6, Felipe Salles, a desaceleração está dentro do padrão esperado. O banco projeta que o PIB do terceiro trimestre ficará entre 0% e 0,5%, e que há risco de um número “levemente” negativo no quarto trimestre.

Apesar da queda no fim do ano, o PIB deve ficar em 2,3% em 2022, de acordo com as estimativas do C6.

Cenário

Salles afirma que, se não houver nenhuma surpresa no início de 2023, a economia pode voltar a ganhar tração na segunda metade do ano. Isso porque o Banco Central poderia começar a reduzir a taxa de juros no segundo trimestre. No mercado, portanto, o juro pode estar em um patamar mais baixo do que o atual um pouco antes.

No exterior, a tendência é de que os Estados Unidos também já tenham atingido o auge de seu aperto monetário até lá e que, no verão europeu, a falta de gás não seja um problema tão sério como será agora no inverno. “O segundo semestre de 2023 ainda está longe, muito choque pode acontecer até lá. Mas parece razoável supor que a recuperação esteja começando no terceiro trimestre do ano que vem.”

A economista Natália Cotarelli, do Itaú Unibanco, no entanto, destaca que, com o BC começando a cortar juros no segundo semestre de 2023, deve levar um tempo para a atividade ganhar ritmo. Isso porque o resultado da política monetária é sempre verificado com uma certa defasagem em relação a seu anúncio.

“A expectativa para 2023 é de um PIB fraco. Não falaria em recessão, mas a economia estará quase parada”, diz Natália.

O Itaú projeta uma alta de 2,5% para o PIB neste ano, com variação de 0,3% no terceiro trimestre e de estabilidade no quarto, e de 0,5% em 2023.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Peru: BC eleva juros básicos em 25 pontos-base, de 7,0% para 7,25%

O Banco Central da Reserva Peru (BCRP) elevou a taxa básica de juros do país em 25 pontos-base, de 7,0% para 7,25% ao ano, nesta quinta-feira, 10. Em comunicado, a instituição ressalta mais uma vez que está atenta às novas informações sobre comportamento da inflação para considerar mudanças adicionais na orientação da política monetária.

A amplitude da aumento foi a mesma que na reunião de outubro. No documento, o BC peruano diz ter considerado que a inflação de doze meses caiu de 8,53% em setembro para 8,28% em outubro no país.

A projeção da instituição é que haja uma tendência decrescente da inflação e de que esta retorne à meta no segundo semestre do próximo ano, diante da moderação dos efeitos dos preços internacionais de energia e alimentos e de uma redução nas expectativas de inflação.

A próxima reunião de política monetária do BCRP deve ocorrer em 07 de dezembro.


Moedas: dólar tem desvalorização forte, após CPI indicar desaceleração de juros

O dólar se enfraqueceu nesta quinta-feira, 10, ante as moedas rivais, após a divulgação dos dados do índice de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos, que cravaram a expectativa de que o Federal Reserve (Fed) deve desacelerar a alta de juros.

O índice DXY perdeu 2,12%, a 108,206 pontos – no maior declínio desde 2009, segundo a Dow Jones Newswires. Ao fim da tarde, o dólar caía 141,25 ienes, o euro subia a US$ 1,0192 e a libra tinha alta a US$ 1,1709.

O CPI americano avançou 0,4%, na comparação mental, e 7,7% anualmente, em outubro, quando mediana dos analistas consultados pelo Projeções Broadcast apontava para alta maior, de 0,6% e 7,9%, respectivamente. Já o núcleo do CPI, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, teve alta mensal de 0,3% em outubro, ante expectativa de avanço de 0,5%.

A Capital Economics acredita que os dados de hoje marca o início de uma tendência desinflacionária que convencerá o Fed a interromper seu ciclo de aperto no início do próximo ano, com a taxa básica de juros atingindo um pico de 4,50% – 4,75%, e começar a cortar as taxas novamente antes do final de 2023. Já o CIBC diz esperar que o CPI dê “algum alívio” para os formuladores de política BC americano, porém, o núcleo do índice ainda justifica uma alta “de tamanho grande” em dezembro.

Neste cenário, a Convera destaca que o relatório ofereceu evidências claras de que os aumentos agressivos de juros do Fed começaram a dar frutos econômicos. “Com a inflação ainda quente e muito acima da meta de 2% do Fed, mais aumentos de juros são esperados pelo banco central dos EUA. Mas o ritmo dos aumentos das taxas pode desacelerar e o nível máximo pode não precisar ser tão alto quanto o esperado recentemente, uma perspectiva negativa para o dólar e positiva para o risco”, diz a corretora.

O Banco Central do México (Banxico) decidiu hoje elevar a taxa básica de juros em 75 pontos-base, a 10%. Neste cenário, o dólar caiu a 19, 3678 pesos, ante 19,5968 na tarde de ontem.


Juros caem na etapa regular com Treasuries e trégua no noticiário eleitoral

Após subirem nas três últimas sessões, os juros de médio e longo prazos recuaram durante a sessão regular desta quinta-feira pós-Copom, embora o comunicado da política monetária não tenha trazido novidades capazes de alterar a expectativa para a Selic. As taxas curtas ficaram de lado e a queda das demais espelhou o movimento de baixa dos rendimentos dos Treasuries e a melhora no câmbio, além de algum alívio no pico das tensões com o cenário eleitoral atingido na quarta-feira. A opção do Tesouro por colocar lotes menores de prefixados para o leilão contribuiu ao não adicionar estresse.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 12,96%, de 12,983% no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2025 caiu de 11,91% para 11,83%. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 11,66%, de 11,80%.

Dado o acúmulo de prêmios desde segunda-feira, havia espaço para correção da alta nas taxas assim que surgisse algum gatilho lá fora ou que as tensões eleitorais parassem de escalar, mas o ajuste foi apenas parcial, com as taxas fechando nesta quinta ainda acima dos níveis do fim da semana passada.

Do exterior, a decisão e o comunicado de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) foram bem assimilados e, nos Estados Unidos, o foco ficou sobre a primeira leitura do PIB do terceiro trimestre. A economia americana cresceu 2,6% ante o período anterior, acima do consenso de 2,4%. Mais do que isso o índice de preços de gastos com consumo (PCE, em inglês) subiu à taxa anualizada de 4,2%, após avançar 7,3% no segundo trimestre. Já o núcleo avançou 4,5%, após alta de 4,7% no trimestre anterior. Em reação aos números, houve alívio na curva dos Treasuries, com a taxa da T-Note de 2 e 10 anos devolvendo em torno de 10 pontos-base. No fim da tarde, estavam em 4,30% e 3,90%.

Internamente, houve trégua no fluxo negativo do noticiário eleitoral, que vinha pressionando os ativos nos últimos dias. O desfecho dado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao imbróglio das inserções de propaganda acabou enfraquecendo os temores de adiamento da eleição e de crise institucional. “A questão de que se iria ou não haver eleição deu uma esfriada, se consolidando a ideia de que o segundo turno ocorrerá”, disse o economista-chefe da Greenbay Investimentos, Flávio Serrano.

Nas mesas de renda fixa, comenta-se ainda que o tom moderado na quarta do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, no pronunciamento à noite ajudou a tranquilizar os investidores, que temiam uma fala mais destemperada diante do revés junto ao TSE, que rejeitou dar seguimento à ação em que a campanha de Bolsonaro acusa rádios de privilegiar as inserções do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Lula divulgou no fim da tarde desta quinta uma carta aberta, em que se compromete a combinar “política fiscal responsável” com “responsabilidade social e desenvolvimento sustentável”. A carta fala em seguir “regras claras e realistas” na política fiscal.

Divulgado com a sessão regular já encerrada, o documento provocou reação na etapa estendida do DI, com as taxas devolvendo parte da queda. Os agentes esperavam “algo mais concreto” e se decepcionaram com alguns pontos como as referência ao papel do BNDES, nova legislação trabalhista e política de crédito.

As taxas curtas pouco oscilaram com a decisão do Copom de manter a Selic em 13,75% amplamente precificada. Tampouco o comunicado gerou reação, tanto que, segundo Serrano, a precificação para o ciclo de corte da taxa básica em 2023 não mudou. “Para haver alguma mudança nesta expectativa a taxa do DI para janeiro de 2024 teria de mexer muito”, explicou. Assim, grosso modo, a curva segue projetando início do processo de distensão monetária a partir de maio do ano que vem.

A decisão do Tesouro de reduzir a oferta de prefixados endossou a trajetória descendente das taxas neste último leilão do mês de outubro. A instituição ofertou 5 milhões de LTN, ante 14 milhões na semana passada, e 650 mil NTN-F, de 1 milhão na quinta-feira anterior. O lote da LTN foi vendido integralmente. Nas NTN-F, o Tesouro colocou toda a oferta de 500 mil para 2029 e rejeitou todas as propostas na oferta de 150 mil títulos para 2033.