Resultados da pesquisa por “taxa básica de juros

BC mantém juros a 13,75% ao ano pela segunda vez seguida

Retomando o consenso entre seus membros, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) manteve a Selic (taxa básica de juros) em 13,75% ao ano pela segunda vez seguida, conforme era amplamente esperado.

Mesmo com a estabilidade, a taxa está no mesmo patamar que vigorou entre dezembro de 2016 e janeiro de 2017, depois do mais longo ciclo de alta de juros da história do Copom, iniciado em março de 2021. Nesse processo de aperto monetário, foram 12 altas consecutivas, com um aumento acumulado de 11,75 pontos porcentuais, o maior choque de juros desde 1999.

A decisão de manutenção da Selic em 13,75% era uma expectativa unânime entre as 59 instituições financeiras consultadas pelo Projeções Broadcast.

Isso porque o Copom indicou a estabilidade da taxa por “período suficientemente prolongado” após ter decretado o fim do ciclo de alta no encontro de setembro, com a decisão por 7 votos a 2 de manter os juros básicos em 13,75%. O comitê alertou, porém, que pode retomar o aperto monetário caso a desinflação não ocorra como o planejado.

Desde então, os dados de inflação continuaram a mostrar moderação, assim como as expectativas de 2022 e 2023, embora não o suficiente para dar a “batalha” contra a inflação como ganha. A atividade, por sua vez, deu sinais de enfraquecimento, mas também marginais, enquanto o cenário internacional e o fiscal seguiram nebulosos.

A decisão de hoje, justificou o Comitê, “reflete a incerteza ao redor de seus cenários e um balanço de riscos com variância ainda maior do que a usual para a inflação prospectiva, e é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui os anos de 2023 e de 2024. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”.

Segundo o comunicado, o Copom “se manterá vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação”.

Inflação

O BC também atualizou suas projeções para a inflação no comunicado. No cenário de referência, que utiliza câmbio variando conforme a Paridade do Poder de Compra (PPC) e juros do Relatório de Mercado Focus, o BC manteve a projeção do IPCA de 2022 em 5,8%. No caso de 2023, a projeção passou de 4,6% para 4,8%. Para 2024, a atualização foi de 2,8% para 2,9%.

No último Boletim Focus, as medianas eram de 5,60% para 2022 e 4,94% para 2023, ambas acima do teto da meta, de 5,00% e 4,75%, respectivamente. Para 2024, a previsão de mercado é de 3,50%, mais alta do que o alvo central de 3,00%, mas aquém do limite superior de 4,50%.

No cenário de referência, a autarquia ainda atualizou as projeções para os preços administrados, de queda de 4,00% para queda de 3,9% em 2022. Para 2023, a estimativa passou de alta de 9,3% para 9,4%. Já em 2024, variou de 3,7% para 3,8%.

Nesse cenário, o BC considera ainda que o preço do petróleo deve seguir aproximadamente a curva futura pelos próximos seis meses e passar a aumentar 2% ao ano na sequência. Também adota a hipótese de bandeira tarifária “verde” em dezembro de 2022 e “amarela” em dezembro de 2023 e de 2024.

Juro real

Mesmo com a estabilidade da taxa Selic, o Brasil continua a ter a maior taxa de juro real (descontada a inflação) do mundo, em uma lista com 40 economias. Cálculos do site MoneYou e da Infinity Asset Management indicam que o juro real brasileiro está agora em 7,80% ao ano.

Em segundo lugar na lista que considera economias mais relevantes, aparece o México (5,37%), seguido da Colômbia (5,16%). A média dos 40 países avaliados é de -2,11%.


Ouro fecha em alta, com queda nos juros dos Treasuries e fraqueza do dólar

O contrato mais líquido do ouro fechou em alta nesta quarta-feira, em mais um sessão marcada pela desvalorização do dólar ante moedas competitivas. A queda nos juros dos Treasuries também apoiou o avanço do metal precioso, enquanto operadores se preparam para a decisão do Federal Reserve (Fed) na semana que vem.

Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro fechou em alta de 0,68%, a US$ 1.669,20 por onça-troy.

O ouro, assim como outras commodities negociadas na divisa americana, se favoreceu das quedas recentes da moeda. O analista da Oanda, Edward Moya, ressalta a possibilidade de que os preços do ouro superem os US$ 1.700 por onça-troy em breve.

O metal precioso já está pronto para formar sua faixa de negociação pré-decisão do Fed, diz Moya, que deve ser publicada na próxima quarta-feira, 02 de novembro. Entre analistas e operadores, a aposta principal é de alta de 75 pontos-base na ocasião. As dúvidas permanecem, porém, quanto a amplitude a ser adotada na última reunião do ano, em dezembro.

No Canadá, o banco central local elevou a taxa básica de juros em 50 pontos-base, a 3,75%. Com uma elevação aquém das expectativas do mercado, considerada mais dovish, a notícia serve de impulso ao ouro, pois mostra que ao menos uma grande economia está diminuindo seu ritmo de aperto monetário, observa a Oanda.


Renda fixa e a Selic: entenda o impacto da taxa de juros nos investimentos

Você sabe qual é a relação da taxa Selic nos investimentos em renda fixa? As mudanças no cenário econômico podem afetar esse índice – a taxa básica de juros – e impactar os rendimentos obtidos nas aplicações financeiras. Portanto, o investidor precisa entender como isso funciona para tomar melhores decisões. Desde 2017 a taxa básica […]


Taxa Selic: o que é e como investir?

A taxa Selic é a taxa de juros que o governo paga para quem empresta dinheiro para ele e para empréstimos entre bancos com garantia de Títulos Públicos. Portanto, quanto mais recursos disponíveis, maior é o consumo. E, quanto maior o consumo, maior é a demanda – o que incentiva os preços a subirem de […]


Banco Central deve manter juros em 13,75% ao ano, projeta mercado

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central define nesta quarta-feira, 26, o novo nível da Selic, a taxa básica de juros da economia. As apostas do mercado, desta vez, são unânimes: os juros vão se manter no mesmo patamar atual, de 13,75% ao ano. A incerteza é quanto ao período de duração dessa estabilidade da Selic. O rumo da política fiscal, dependente do cenário eleitoral, ainda é o principal vetor de dúvidas para a política monetária, segundo economistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

“Se tivermos uma nova onda de estímulos fiscais, de 1% ou 2% do PIB na largada do ano, isso pode mudar a percepção para o PIB (de 2023) e para as projeções de inflação, o que pode causar um embaraço para o Banco Central”, diz o economista-chefe da Wealth High Governance (WHG), Fernando Fenolio. “Precisamos monitorar, mas está longe de ser o nosso cenário básico.”

A projeção de Fenolio é de manutenção da Selic em 13,75% até junho de 2023, quando prevê o início do ciclo de cortes. O economista diz que há vários fatores que limitam o início dos cortes mais cedo, entre eles, a inflação ainda resistente de serviços e as surpresas positivas com o mercado de trabalho e com a atividade econômica, além do cenário internacional nebuloso. Para o economista, a taxa básica de juros deve encerrar 2023 em 12,5% e 2024, em 10%.

Para o economista-chefe da Terra Investimentos, João Maurício Lemos Rosal, o arrefecimento previsto para a inflação no curto e no médio prazos deve permitir que o BC mantenha a Selic em 13,75% e inicie um ciclo de cortes no fim do segundo trimestre de 2023, levando a taxa a 11% no encerramento do ano.

Mais gastos

O principal risco está relacionado à autorização para despesas além do teto de gastos em 2023. De acordo com Rosal, as projeções do mercado já parecem ter incorporado uma “licença” para gastar em torno de R$ 130 bilhões. Caso a despesa fique abaixo disso, o BC poderia ter espaço para reduzir mais os juros. Se superar esse montante, a perspectiva é de menos cortes e de uma Selic mais alta no fim do ano que vem.

Já o economista-chefe da Santander Asset, Eduardo Jarra, considera que o BC somente deve iniciar os cortes da taxa Selic no terceiro trimestre de 2023, em um ritmo de 0,5 ponto porcentual por reunião, o que levaria os juros a 11,75% no fim de 2023. Segundo o economista, esse prazo deve ser suficiente para observar uma tendência mais clara de queda da inflação, que leve as expectativas para 2024 para o centro da meta, em meio à desaceleração esperada para a economia global.

Para Jarra, o movimento recente de desaceleração da inflação ajuda a reduzir as incertezas com relação à política monetária no curto prazo. A comunicação do BC, no entanto, deve continuar com um tom que reforce o cenário de juros altos por mais tempo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Fed/Bowman: Sem sinal de queda da inflação, aumentos dos juros seguem na mesa

A integrante do Conselho do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) Michelle W. Bowman disse na noite desta quarta-feira, 12, que as próximas decisões sobra a taxa de juros do país devem obedecer aos dados. “Caso não vejamos sinais de queda da inflação, minha visão continua sendo de que aumentos consideráveis na taxa básica de juros devem permanecer na mesa”, afirmou.

“No entanto, se a inflação começar a cair, acredito que um ritmo mais lento de aumentos de taxas seria apropriado. Para reduzir a inflação de forma consistente e duradoura, a taxa dos Fed funds precisará subir para um nível restritivo e permanecer lá por algum tempo”, complementou.

Ela considera que a inflação americana está “muito alta” e que trazer o índice de volta à meta é uma condição necessária para cumprir o mandato do Fed. Bowman diz ainda que “as perspectivas para a inflação e a atividade econômica são especialmente incertas, com riscos para ambas as direções significativos”.

“Já se foram os dias em que os riscos para as perspectivas eram enviesados para o lado negativo, especialmente com relação à inflação. Os riscos para ambas as direções para a atividade econômica também são amplamente reconhecidos pelo público, com reportagens na imprensa de um mercado de trabalho superaquecido frequentemente apresentadas ao lado de discussões sobre riscos de recessão altos ou crescentes”, afirmou Bowman.


BC da Austrália modera aperto e sobe juros em 25 pontos-base, a 2,60%

O Banco de Reserva da Austrália (RBA, na sigla em inglês) decidiu moderar o ritmo de aperto monetário e aumentou a taxa básica de juros em 25 pontos-base, a 2,60%, segundo comunicado divulgado nesta terça-feira após reunião regular da instituição.

O ajuste representa a sexta elevação consecutiva dos juros no país, em meio à persistente escalada da inflação australiana. A dimensão do aumento, no entanto, surpreendeu boa parte dos analistas, que esperavam uma nova alta de 50 pontos-base, como a realizada nos quatro encontros anteriores.

Na nota, o RBA explica que a taxa básica avançou “substancialmente em um curto período de tempo” e que optou por um incremento mais brando “enquanto avalia o cenário para a inflação e o crescimento econômico na Austrália”.

Em agosto, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do país subiu à taxa anual de 6,8%, após avanço de 7% em julho. Apesar disso, o RBA espera nova aceleração inflacionária nos próximos meses, antes de cair em direção à faixa entre 2% e 3%.

“A esperada moderação da inflação no próximo ano reflete a resolução em curso dos problemas globais do lado da oferta, as recentes quedas nos preços de algumas commodities e o impacto do aumento das taxas de juros”, avalia.

A autoridade monetária prevê que o CPI ficará em cerca de 7,75% no final deste ano, um pouco acima de 4% em 2023 e perto de 3% em 2024.

O RBA ressalta incertezas na economia global e sinaliza que fará novos aumentos de juros nos próximos meses. “O Conselho [do BC permanece resoluto em sua determinação de retornar a inflação à meta e fará o que for necessário para alcançá-lo”, garante.


Inflação ao consumidor na Turquia acelera à taxa anual de 83,5% em setembro

A taxa anual de inflação ao consumidor na Turquia acelerou a 83,5% em setembro, após aumento de 80,2% em agosto, informou a Turkstat, agência oficial de estatísticas do país. O número veio em linha com a previsão de analistas consultados pela FactSet.

Quedas acentuadas da lira – desencadeadas por sucessivos cortes de juros – juntamente com aumentos no custo de eletricidade e gás e um aumento nos preços das commodities, devido à invasão russa da Ucrânia, alimentaram a inflação, colocando-a em uma trajetória ascendente desde junho de 2021.

Apesar disso, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, mantém firme pressão para que o Banco Central da Turquia relaxe a política monetária.

Nos últimos dois meses, a instituição cortou sua taxa básica de juros em 100 pontos-base, a 12% ao ano.