Resultados da pesquisa por “taxa básica de juros

BC da Índia sobe juros em 50 pontos-base, a 5,90%, para tentar controlar inflação

O Banco de Reserva da Índia (RBI, na sigla em inglês) aumentou nesta sexta-feira, 30, a taxa básica de juros em 50 pontos-base, a 5,90%, em um esforço para tentar controlar a escalada inflacionária no país. A decisão veio em linha com a expectativa de boa parte dos analistas. Cinco dos sete economistas consultados pelo The Wall Street Journal esperavam alta de 0,5 ponto porcentual, enquanto outros três previam ajuste de 30 pontos-base.

Em comunicado, a instituição informou que está focada em retirar a acomodação monetária para garantir o retorno da inflação à meta de 4%, com tolerância de 2 pontos porcentuais para baixo e para acima.

Em agosto, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) indiano subiu à taxa anual de 7,0%, uma aceleração após avanço de 6,7% em julho.

O aumento agora divulgado dá sequência ao ciclo de arrocho monetário iniciado em maio, quando o RBI subiu juros em 40 pontos-base em uma reunião emergencial. Em seguida, o Banco promoveu elevações de 50 pontos-base em cada um dos encontros de junho e agosto. Com informações da Dow Jones Newswires.


BC da África do Sul eleva taxa de juros de 5,50% a 6,25%, em decisão dividida

O Banco Central da África do Sul decidiu nesta quinta-feira, 22, elevar sua taxa básica de juros de 5,50% a 6,25%. Durante entrevista coletiva, o presidente da instituição, Lesetja Kganyago, destacou que os riscos à inflação ainda são de alta, diante de impactos como a guerra na Ucrânia e seus efeitos. Três dirigentes votaram pela alta adotada, enquanto outros dois preferiam uma elevação maior agora, de 100 pontos-base.

O BC sul-africano diz que, por fatores como o crescimento mais fraco que a tendência de longo prazo na China, a inflação elevada e a rápida normalização na política monetária nos EUA, que afeta o crescimento neste país, reviu em baixa a projeção de crescimento global neste ano, de 3,3% em julho para 3,0%. Para 2023, ela foi cortada de 2,5% na projeção anterior para 2,0%.

A economia da própria África do Sul deve crescer 1,9% neste ano – na projeção anterior, o BC esperava alta de 2,0%. Já para 2023 e 2024 as expectativas são de avanço de 1,4% e 1,7% do PIB, respectivamente.

A projeção do BC sul-africano para o índice cheio da inflação ao consumidor foi mantida para este ano, em 6,5%. Para 2023, foi revisada em baixa, de 5,7% a 5,3%.

Por outro lado, a instituição reforçou que “o risco à perspectiva de inflação está voltado para cima”, por fatores como a guerra na Ucrânia e seu impacto nos preços do petróleo.


Banco Central mantém Selic em 13,75% ao ano e interrompe ciclo de alta de juros

Mesmo com as expectativas de inflação ainda num patamar alto, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano, encerrando o mais longo ciclo de alta de juros de sua história.

A taxa, ainda assim, é a maior desde janeiro de 2017. Foram 12 altas consecutivas neste processo de aperto monetário, com um aumento acumulado de 11,75 pontos porcentuais, o maior choque de juros desde 1999. O ciclo foi iniciado em março de 2021, quando os juros básicos estavam na mínima histórica de 2% ao ano.

O aumento de juros é considerado uma medida impopular. A última vez que ocorreu um aumento da Selic durante a campanha ao Palácio do Planalto foi em 2002, ano da primeira vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O então candidato do governo, José Serra (PSDB), perdeu aquela eleição.

A decisão do Copom não foi unânime. Segundo o comunicado divulgado pelo Banco Central, sete dos nove membros do comitê votaram pela manutenção de 13,75% – os outros dois votaram por uma “elevação residual” de 0,25 ponto percentual, o que jogaria a Selic para 14%.

O colegiado ainda deixou a porta aberta para voltar a subir a taxa. “O Comitê enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”, diz o comunicado.

Mesmo com a estabilidade da taxa Selic, o Brasil continua a ter a maior taxa de juro real (descontada a inflação) do mundo, em uma lista com 40 economias. Cálculos do site MoneYou e da Infinity Asset Management indicam que o juro real brasileiro está agora em 8,22% ao ano. Em segundo lugar na lista que considera economias mais relevantes, aparece o México (5,13%), seguido da Colômbia (3,86%). A média dos 40 países avaliados é de -1,69%.

O aumento do juro básico da economia reflete em taxas bancárias mais elevadas, embora haja uma defasagem de seis a nove meses entre a decisão do BC e o encarecimento do crédito. A elevação da taxa de juros também influencia negativamente o consumo da população e os investimentos produtivos. Por outro lado, aplicações em renda fixa, como no Tesouro Direto e em debêntures (títulos de empresas), passam a render mais.

Combate à inflação

O Banco Central se baseia no sistema de metas de inflação para calibrar os juros básicos. Quando a inflação está alta, o BC eleva a Selic. Quando as estimativas para a inflação estão em linha com as metas, o BC a reduz. A disparada dos preços esteve intimamente ligada à disparada da inflação em 2021 e 2022.

Para 2022, a meta central de inflação é de 3,5% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2% a 5%. Para 2023, a meta de inflação foi fixada 3,25%, e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%. As estimativas de inflação para este e o próximo ano continuam muito acima do teto da meta, mesmo com a desaceleração dos preços. O BC já indicou que só prevê voltar à meta em 2024.

A decisão desta quarta-feira, 21, era esperada pela maior parte do mercado financeiro. De 50 instituições financeiras consultadas pelo serviço Projeções Broadcast, 41 esperavam estabilidade, enquanto 9 previam avanço de 0,25 ponto porcentual, para 14%.

No encontro de agosto, o BC indicou que o plano de voo era manutenção dos juros em patamar significativamente contracionista após o aumento da Selic naquela reunião, mas que iria avaliar a necessidade de um ajuste residual, de 0,25 ponto porcentual este mês.

Críticas de Paulo Guedes

Na segunda-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o BC errou as projeções econômicas por não perceber uma “mudança no eixo”. “O BC também errou projeções, mas com erro técnico, de pessoal mais sofisticado. O BC errou por não perceber que mudamos o eixo da economia. O BC errou ao falar o tempo todo em risco fiscal, desajuste fiscal, quando íamos para superávit. O BC estava preocupado com o fiscal e eu com o juro negativo”, disse.

No cenário internacional, o Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, aumentou nesta quarta-feira as taxas de juros do país para uma faixa de 3% a 3,25% – uma alta de 0,75 ponto percentual. É a quinta elevação neste ano, levando a taxa básica de juros dos EUA ao seu maior patamar desde 2008, pouco antes de o país passar por sua maior crise desde a quebra das bolsas em 1929.


Na China, PBoC mantém taxa de juros de referência para empréstimos de 1 e 5 anos

O Banco Central do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) manteve no período da noite da segunda-feira, 19, pelo horário de Brasília, suas taxas de juros de referência inalteradas, em linha com as expectativas do mercado. O PBoC anunciou que manteve a taxa básica de empréstimos de um ano estável em 3,65% e a taxa de cinco anos em 4,30%, de acordo com um comunicado publicado em seu site.

A retenção da LPR estava em linha com as expectativas do mercado, uma vez que o banco central manteve inalteradas suas principais taxas de juros da linha de crédito de médio prazo na semana passada.

O PBoC determina seu LPR de referência usando taxas de juros oferecidas por 18 bancos comerciais aos seus melhores clientes – taxas que são baseadas nas taxas vigentes oferecidas por meio da linha de crédito de médio prazo. O banco central surpreendeu o mercado ao reduzir suas taxas de LPR de um e cinco anos em agosto para apoiar a desaceleração da economia.

*Com informações Dow Jones Newswires.


Mercado tem ressaca após CPI nos EUA e taxas de juros ficam de lado

Os juros futuros fecharam a sessão da quarta-feira em níveis próximos aos dos ajustes de terça-feira, com viés de baixa nos vencimentos curtos e alta moderada nos longos, configurando algum aumento de inclinação à curva. O mercado esteve de ressaca do movimento da véspera, quando as taxas subiram com força em reação à inflação ao consumidor americano, nesta quarta sem vetores fortes para conduzir os negócios. As vendas do varejo abaixo do esperado não alteraram a percepção sobre a Selic no curto prazo e a inflação ao produtor nos Estados Unidos, mesmo com núcleo levemente acima do consenso, também não trouxe danos adicionais aos ativos.

O volume, no geral, foi fraco e a oscilação das taxas, limitada. A do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 encerrou em 13,12%, de 13,14% no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2025 passou de 11,90% para 11,92%. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 11,62%, de 11,54%.

O desenho da curva reflete essencialmente as expectativas para a política monetária aqui e no exterior, sendo que lá fora o processo ainda está começando. Brasil e Estados Unidos têm na próxima quarta-feira reuniões de política monetária. Enquanto por aqui, a expectativa majoritária é de que a Selic seja mantida em 13,75%, por lá a aposta central é de que a taxa, hoje entre 2,25% e 2,50%, seja elevada em 75 pontos-base e ainda com um longo caminho a trilhar, podendo superar 4% no fim do processo.

Para a economista-chefe da MAG Investimentos, Patricia Pereira, houve um certo exagero na reação dos ativos ao índice de preços ao consumidor (CPI, em inglês) e o mercado hoje vive uma espécie de “indigestão”. “O PPI (índice de preços ao produtor) não teve tanta surpresa, mas também não conseguiu gerar grande correção”, disse. O PPI caiu 0,1% em agosto, como previsto, com o núcleo subindo 0,4%, ante consenso de 0,3%. Os yields dos Treasuries de longo prazo estiveram comportados, mas os curtos avançaram, com a taxa da T-Note de dois anos próxima de 3,8% no fim da tarde.

No Brasil, o único destaque da agenda foi a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), que trouxe retração de 0,8% nas vendas no conceito restrito e de 0,7% no ampliado, em julho, na margem. Os resultados contrariaram a mediana das estimativas, de alta de 0,2% em ambos os casos, mas não foram capazes de alterar o quadro de apostas para a Selic. Na terça, ao contrário, a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), também de julho, havia surpreendido positivamente.

Para a CM Capital, como o resultado do mês de julho ainda não abrange o aumento no valor do Auxílio Brasil, este fator político constitui um vetor positivo para os próximos resultados. “Porém, conforme expresso pelo Banco Central na última ata do Copom, a instituição aguarda uma queda no nível de atividade doméstico, em função da trajetória altista da taxa básica de juros próximos meses”, afirmaram os profissionais.


EUA: cresce expectiva de juros do Fed acima de 4% este ano, após CPI surpreender

As expectativas no mercado financeiro de que os juros do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) superem 4% até o fim deste ano cresceram após divulgação do resultado de agosto do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, conforme mostra plataforma de monitoramento do CME Group.

A ferramenta aponta para 47,5% de chance de que a taxa básica termine o ano na faixa entre 4,00% e 4,25%, de 20,1% antes do dado. Indica ainda 19,8% de probabilidade de que os juros atinjam o intervalo de 4,25% a 4,50% até dezembro, e 2,3% de que chegue ao nível de 4,50% a 4,75%. Atualmente, as Fed Funds estão entre 2,25% e 2,50%.


Próximas decisões sobre juros dependem de dados, diz presidente do BCE

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, antecipou, nesta quinta-feira, 8, que a autoridade monetária deve voltar a subir juros nas próximas reuniões, mas disse que as decisões futuras dependerão de dados e serão tomadas a cada encontro.

Em coletiva de imprensa após o BCE elevar as taxas básicas em 75 pontos-base, Lagarde reiterou que a inflação na zona do euro está alta demais e deve continuar acima da meta de 2% por algum tempo.

Segundo ela, o aumento de juros promove a transição de uma política monetária acomodatícia para configurações que ajudem a reduzir a escalada inflacionária.

A dirigente acrescentou que eventualmente a inflação voltará à meta, à medida que a alta de juros contém os preços. “A alta inflação está diminuindo os gastos e a produção em toda a economia, e esses ventos contrários são reforçados por interrupções no fornecimento de gás”, pontua.

Lagarde destacou que a demanda global mais fraca afeta atividade, embora o mercado de trabalho robusto tenha fornecido algum fôlego. No entanto, ela prevê que a desaceleração da economia elevará o desemprego na zona do euro.

Mais sinalizações

A presidente do Banco Central Europeu afirmou que o aumento de 75 pontos-base nos juros básicos, anunciado nesta quinta-feira, “não é a norma” e “não necessariamente” será replicado na próxima reunião.

Em coletiva de imprensa, Lagarde explicou que o ajuste foi unânime, mas reconheceu que houve “visões diferentes” sobre a estratégia da política monetária.

Segundo ela, os juros básicos não estão em nível “neutro”, mas caminham para essa configuração. Também destacou que “não sabe” qual será o juro terminal, a ser decidido quando inflação se aproximar da meta.

A dirigente acrescentou que os riscos à perspectiva inflacionária apontam primariamente para cima, enquanto as de crescimento econômico apontam para baixo, pelo menos no curto prazo. De acordo com ela, os preços de petróleo devem moderar, mas os de gás seguirão “extraordinariamente” altos.

Sobre a recente alta de rendimentos nos títulos públicos, Lagarde atribuiu o movimento à antecipação no mercado do aperto monetário. Ela acrescentou que a desvalorização do euro alimentou as pressões inflacionárias.