Resultados da pesquisa por “fundos de investimento

Hopi Hari recebe proposta de compra e aguarda decisão de credores

O parque de diversões Hopi Hari, que tenta há anos recuperar o curto auge vivido há mais de dez anos, se prepara para seu “Dia D”. Em uma conturbada recuperação judicial que se arrasta desde 2016, período permeado por momentos em que o parque teve até de ficar de portas fechadas, a companhia reunirá em um mês seus credores em uma assembleia que poderá definir seu futuro. A reunião ganhou uma tensão a mais com a proposta vinda de um grupo de concorrentes – encabeçada por conhecidos nomes do setor, como Beto Carrero e Wet’n Wild – para a compra do parque.

A assembleia dos credores, que já tinha sido adiada, ganhou novo prazo – e mais suspense. Antes prevista para ocorrer na tarde desta quarta-feira, 3, o evento foi prorrogado por mais 30 dias, o que poderá ajudar a colocar panos quentes em um clima bastante nervoso que antecedia o encontro por conta da proposta de compra que chegou no fim de semana.

A determinação ocorreu para que o Hopi Hari entregue documentação pendente referente aos anos de 2016 a 2019, o que, segundo a empresa deverá ser regularizada em um período de até 10 dias.

Até lá, a proposta de compra será digerida pela administração e acionistas do parque. Na visão do presidente do Hopi Hari, Alexandre Rodrigues, trata-se de uma tentativa de levar o parque à falência, o que ocorre em um exato momento em que o grupo conseguiu provar sua viabilidade econômica após um longo período de crise e em um ano que a empresa vai ter seu melhor resultado em dez anos – voltando a operar no azul, diz.

“Entendemos que essa intenção – não chega a ser uma proposta – veio para buscar a falência do parque. Você não pode atravessar o processo um dia útil (a proposta foi feita antes do adiamento) antes da assembleia e dizendo que é o salvador da pátria”, afirmou o executivo à reportagem, em entrevista feita antes de seu conhecimento sobre a postergação da assembleia. A proposta, destaca o executivo, não poderia ser feita por um grupo que não é credor.

Dessa forma, o presidente do parque afirma que a proposta não será levada à assembleia, a exemplo do que ocorreu em agosto, quando a empresa recebeu uma proposta alternativa de um grupo que não estava entre os credores. A decisão da Justiça foi de que a proposta não poderia ser avaliada porque o grupo não estava falido e que era preciso votar a proposta da recuperação. “Estão querendo tumultuar”, diz.

O executivo salienta que sua crítica não é em relação à proposta em si, mas sim à forma como foi feita. O projeto apresentado pelo grupo inclui R$ 250 milhões para o pagamento de dívidas e R$ 150 milhões para investimentos. Procurado, o Beto Carrero não respondeu ao pedido de entrevista.

O executivo do Hopi Hari, que passou os últimos dias em reuniões com os credores da companhia, afirma que em nenhum momento houve qualquer tipo de aproximação prévia do grupo com os acionistas do Hopi Hari. Atualmente, o grupo Ongoing, dono do Portal IG, possui 75% do parque, e o investidor José Luiz Abdalla detém 20%. O restante está nas mãos de José Davi Xavier, que já comandou o parque.

Essa não é, contudo, a primeira oferta de compra recebida pelo parque em meio ao imbróglio da recuperação judicial. Uma delas veio da operadora americana de parques Six Flags, mas que acabou não evoluindo.

Interesse

“O Hopi Hari virou a noiva que todo mundo quer”, diz Rodrigues. Essa leitura, segundo ele, está baseada nos próprios números do parque. Depois de passar meses fechado por conta da covid-19, o parque está reaberto desde abril. Segundo o executivo, deve fechar o ano com um faturamento de R$ 100 milhões e um lucro, revertendo anos de prejuízo, de R$ 40 milhões, prevê. Uma situação distante da vivida em 2017, quando parque teve de ficar um período fechado por conta de uma equação de fatores que incluiu luz cortada e seguro vencido. O clima da crise ficou mais do que claro quando um dos credores pediu a montanha-russa do parque à Justiça – uma atração que o parque comprou e acabou ficando sem dinheiro para montar.

O interesse na “noiva” tem por trás um pano de fundo econômico. Na região de Vinhedo, onde está o parque, o governo de João Doria vai lançar o distrito turístico Serra Azul, exatamente nos municípios do entorno do parque. O lançamento será feito no próximo dia 30, ao lado do Hopi Hari, no seu vizinho Wet´n Wild, um movimento para atrair mais investimentos para o Estado.

Injeção de capital

No meio da reviravolta ao longo do fim de semana, o Hopi Hari anunciou que fechou um acordo de R$ 2,8 bilhões (US$ 500 milhões) para reestruturação das dívidas com os credores e também para expandir as atrações. A injeção de capital, liderada pelo banco Whitehall, é uma linha já liberada e não precisa passar pelo aval dos credores, lembra Rodrigues.

Na prática, contudo, o desfecho desse imbróglio que se arrasta há anos está nas mãos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que é detentor, segundo Rodrigues, de 90% dos R$ 500 milhões da dívida do parque. É uma relação tumultuada e imersa em uma enxurrada de processos judiciais, incluindo execuções da dívida, com o pedido de venda de ativos, até mesmo do terreno em Vinhedo onde está construído o parque. Sobre a relação atual com o banco, Rodrigues afirma que a situação está apaziguada desde a mudança da administração – o executivo assumiu as rédeas da empresa em 2019.

A proposta da empresa aos credores segue a mesma, diz o executivo. Para o BNDES, dono da fatia majoritária da dívida, o plano é pagar em 19 anos, sem corte do valor devido. O BNDES tem o próprio parque como garantia de suas dívidas.

O presidente do Hopi Hari diz que a empresa já está pensando no futuro e retomou o projeto de reforma de sua torre, uma de suas principais atrações. Ela está parada desde 2012, quando um acidente matou uma visitante adolescente.

O Hopi Hari foi inaugurado em 1999, construído com recursos da gestora de private equity (que compra participação de companhias) JP e quatro fundos de pensão: Previ (dos funcionários do Banco do Brasil), Petros (Petrobras), Funcef (Caixa Econômica Federal) e Sistel.


Multinacionais miram executivos brasileiros

A desvalorização do câmbio e o avanço do trabalho remoto ampliaram, nos últimos meses, as contratações de executivos brasileiros por empresas multinacionais, bancos estrangeiros de investimento e fundos de private equity. Essa conjugação de fatores deixou o passe desses profissionais mais barato em dólar e acessível a companhias estrangeiras.

Até agosto deste ano, cresceu 20% o número de admissões de profissionais brasileiros por empresas estrangeiras, de diversos segmentos, em relação a igual período de 2020, segundo levantamento da Page Group, consultoria internacional especializada em recursos humanos.

Na Signium, outra consultoria internacional de recrutamento, esse movimento foi constatado com mais força no setor financeiro, que reúne bancos de investimento e fundos de private equity. Até outubro, as admissões de brasileiros feitas pela consultoria nesse segmento para cargos de alto escalão em instituições estrangeiras com operações locais aumentaram 50% em comparação com igual período de 2020. “Projetamos aumento de 70% para o ano”, diz Giovana Cervi, sócia da consultoria.

TRABALHO REMOTO

Segundo Paulo Dias, diretor da Page Executive, braço da consultoria voltado para o alto escalão, o avanço do trabalho remoto trazido pela pandemia impulsionou esse movimento. “O trabalho remoto foi o estopim, atrelado à desvalorização do câmbio.” Ele argumenta que se apenas o real estivesse desvalorizado e o trabalho continuasse presencial, seria necessário levar os profissionais para o exterior e talvez a redução de custos não fosse tão significativa para as empresas.

Carlos Altona, sócio da consultoria Exec, líder nacional na contratação de altos executivos, concorda com Dias. “O trabalho remoto que veio com a pandemia potencializou essa possibilidade.” Ele observa que o aumento na admissão de brasileiros por empresas estrangeiras sempre foi “natural” toda vez que o câmbio se desvalorizava. Até porque o executivo brasileiro é bem visto no exterior por estar acostumado a gerenciar crises. Mas, desta vez, há o fator extra do home office.

Nas contas de Dias, a desvalorização do câmbio pode representar um acréscimo de até 50% na remuneração em reais dos executivos brasileiros em relação à média de ganhos para funções equivalentes em empresas nacionais.

“A empresa estrangeira economiza porque, se fosse contratar um executivo onde os salários estão inflacionados em dólar, gastaria muito mais para ter um profissional do mesmo nível”, diz Dias. Ele calcula uma economia de cerca de 40% em dólar para as empresas. “Essa margem de diferença entre um e outro é base da negociação dos contratos.”

Além dos bancos de investimento e fundos, a Signium detectou esse movimento também em empresas globais de tecnologia, na área de bens de consumo mas ligada à transformação digital e no ramo farmacêutico. Os profissionais mais procurados são executivos de tecnologia, vendas, marketing e relações com investidores.

EFEITO DOMINÓ

Essa procura adicional de empresas estrangeiras por altos executivos brasileiros provocou um efeito dominó nas consultorias de recursos humanos, que precisaram aumentar rapidamente as admissões de headhunters para conseguir atender a demanda. Nos últimos meses, tanto a Signium como a Page Executive ampliaram em 20% as contrações de profissionais para ir em busca de executivos no topo da carreira.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


CCR e EcoRodovias disputam leilão da Dutra

Duas empresas devem disputar nesta sexta-feira, 29, o leilão da rodovia Dutra e da BR/101 (SP/RJ): a CCR e a EcoRodovias, grupos tradicionais na área de concessões rodoviárias no País. O mercado não esperava a vinda de novos investidores, mas contava com a participação daqueles que já estavam aqui, como Arteris e a gestora Pátria.

Especialistas avaliam que não houve um esforço muito grande por parte do governo para atrair novos investidores para essa disputa, como a realização de mais road shows (apresentação do projeto a investidores internacionais). Além disso, o tempo de 60 dias para se preparar para o leilão foi considerado curto. “Um investidor internacional, como fundos que ainda não estão aqui, precisa de mais tempo para avaliar todos os detalhes do projeto. São muitas novidades incluídas no processo”, diz o sócio da consultoria Vallya João Pedro Cortez.

Responsável pela movimentação de quase metade do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, a Dutra é considerada a “joia da coroa” nas concessões rodoviárias pelo tráfego e por ligar duas das regiões mais ricas do Brasil. Além disso, corta o importante polo industrial do Vale do Paraíba.

Com uma nova modelagem, o governo quer transformar a estrada num modelo para as demais concessões. A rodovia será pioneira na implementação de inovações como o free flow (sistema de cobrança sem praça de pedágio), programa de fidelidade para quem mais usar a estrada e Wi-Fi em toda a sua extensão. O desafio será fazer tudo isso e reduzir em 20% a tarifa de pedágio.

Atualmente, a estrada é administrada pelo grupo CCR, que assumiu a concessão em março de 1996. Na época, a Dutra estava sucateada pela falta de investimentos, e o número de mortos em acidentes era da ordem de 500 pessoas por ano.

ESTRANGULAMENTO

Nestes 25 anos, a rodovia teve muitos avanços na infraestrutura, com inúmeras obras. Mas, aos poucos, começou a enfrentar o estrangulamento das vias, sobretudo nas regiões metropolitanas. Seja em São Paulo, seja no Rio de Janeiro, a Dutra virou quase uma avenida, com intenso tráfego durante todo o dia na chegada às cidades.

O vencedor do leilão de hoje terá de investir R$ 15 bilhões. Pelas regras do edital de licitação, o leilão será híbrido. A disputa será pela menor tarifa de pedágio, mas com limite de 15% no deságio. Se mais de um concorrente chegar a esse patamar de desconto, o leilão irá para ofertas de outorgas, sem limite.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Ibovespa sobe com balanços e mira os 108 mil pontos apesar de indefinição em NY

Resultados corporativos do terceiro trimestre no Brasil dão fôlego ao Ibovespa, que supera o ritmo das bolsas de Nova York, que seguem indefinidas. Os juros futuros tentam dar uma trégua e cedem, ainda que investidores continuem preocupados com as condições da economia doméstica, diante de um cenário com fiscal incerto, pressão inflacionária, Selic elevada e […]


Sul-africana Sibanye-Stillwater revela discussões para compra de minas no Brasil

A Sibanye-Stillwater revelou nesta segunda-feira (25) que está em negociações para a compra das minas brasileiras de Santa Rita e Serrote, que produzem níquel e cobre, respectivamente. Em comunicado, a mineradora sul-africana disse que iniciou discussões com afiliadas de fundos assessorados pela firma de investimento Appian Capital Advisory LLP, que tem sede em Londres. Segundo a empresa, um eventual acordo poderá ter impacto significativo em suas ações.

A mineradora não citou valores, mas a proposta seria adquirir as minas por cerca de US$ 1 bilhão, incluindo dívidas, segundo o The Wall Street Journal, que ouviu fontes com conhecimento do assunto. A aquisição faz parte de uma disputa global no setor minerador para garantir estoques de metais básicos usados em baterias de carros elétricos, diz o WSJ. Com informações da Dow Jones Newswires.


Com o cenário instável, dezenas de empresas adiam abertura de capital

Dezenas de empresas têm postergado os planos de abrir capital na Bolsa brasileira. Ao todo, são mais de 70 companhias que tentavam se capitalizar neste ano, mas foram obrigadas a adiar sua entrada no mercado de ações.

Com uma maior volatilidade por causa da escalada da inflação, subida dos juros e dúvidas sobre o ritmo da retomada da economia, em função da incerteza fiscal que surgiu durante a semana com o governo anunciando o rompimento do teto de gastos, obrigou as candidatas a uma oferta inicial de ações (IPO, pela sigla em inglês) a colocar seus planos em compasso de espera.

O grupo de companhias que deve estrear na Bolsa somente em 2022 inclui nomes conhecidos, como a rede de academias Bluefit, a fabricante de snacks Dori e a rede de restaurantes Madero. A lista tem ainda a Nadir Figueiredo, conhecida pelos tradicionais copos americanos, a Lupo e o Grupo Cortel, do setor funerário.

“Muitas empresas vão entrar num compasso de espera para ver o que acontece. Deveremos ver uma diminuição significativa de ofertas até o final do ano”, disse Eduardo Miras, responsável pelo banco de investimento do Citi no Brasil.

Segundo o presidente da corretora BGC Liquidez, Erminio Lucci, a suspensão das ofertas ocorre por conta da volatilidade dos mercados externos e internos, além do aumento do custo de capital em função da alta dos juros, que reduzem o apetite dos investidores por ativos de risco. “Além das incertezas causadas pela eleição de 2022, os ruídos políticos constantes, há a incerteza quanto ao crescimento econômico do ano que vem em diante.” Com isso, diferentemente da primeira metade do ano, em que os fundos de ações estavam recebendo muito dinheiro dos investidores, agora os recursos são direcionados para a renda fixa.

No entanto, mesmo que o ritmo de estreias na Bolsa brasileira diminua, o ano já é de recorde de emissões, superando o total do ano passado. Ao todo foram mais de 70 ofertas de ações, grande parte de estreantes, com um volume que já ultrapassou os R$ 140 bilhões, ante R$ 117 bilhões no ano passado, considerando aqui só as transações realizadas na Bolsa brasileira.

Mesmo assim, a janela para emissões não está fechada, afirma Pedro Mesquita, sócio da XP responsável pelo banco de investimento. “Alguns IPOs voltados para investidores institucionais ainda vão ocorrer, assim como ofertas de empresas já listadas.”

Nessas operações especificamente, o lançamento das ofertas ocorre apenas quando há uma demanda firme de fundos, por exemplo, mas pessoas físicas ficam de fora.

Roderick Greenless, chefe global do banco de investimento do Itaú BBA, disse que a instituição aconselha os clientes que já estavam com o pedido de registro no órgão regulador, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a seguir com o pedido para se tornar uma empresa aberta, mesmo que sem emitir ações. Com o registro, quando o mercado se mostrar mais favorável, a empresa pode lançar uma oferta focada em pessoas físicas. “Não é porque o mercado piorou que a empresa tem de desistir. Um IPO faz parte do plano estratégico da companhia.”

COMPANHIAS QUE TIVERAM QUEDA NAS AÇÕES SÃO ALVO DE AQUISIÇÕES

Dois grupos de empresas em diferentes situações podem se tornar alvo de aquisições nos próximos meses. O primeiro é formado por uma fila de dezenas de companhias que ficaram pelo caminho no processo de abertura de capital, frustradas pela volatilidade do mercado. Outro inclui empresas que estrearam na Bolsa, em meio à euforia do mercado, mas viram suas ações despencarem diante da maior aversão ao risco por parte dos investidores.

No varejo, o Grupo Avenida e o e-commerce Privalia são alguns dos exemplos de empresas que já sondam possíveis saídas para capitalização após desistir de suas ofertas inicias de ações (IPO, na sigla em inglês), apurou o Estadão.

“Vemos uma boa oportunidade para aquisições nesses IPOs que ficaram no caminho. Podemos ver tanto operações com investidores estratégicos como com fundos, que podem substituir a estratégia de IPO”, disse o responsável para área de fusões e aquisições do Bank of America, Diogo Aragão.

BAQUE

Segundo o executivo, outro tipo de empresa que se tornou foco de atenção é aquele em que o preço das ações sofreu forte baque desde o IPO, como ocorreu com algumas empresas de tecnologia. “Várias dessas empresas já estavam no radar e optaram pelo voo solo com o IPO. Agora pode ser que algumas cogitem buscar um investidor”, disse Aragão.

Os exemplos já começam a aparecer. A holding de comercialização de energia Comerc, que estava em vias de abrir capital e que tinha, a despeito da enorme volatilidade, demanda para concluir sua oferta, conseguiu melhores condições em um M&A – e acabou sendo vendida à Vibra, antiga BR Distribuidora.

Entre as empresas que conseguiram fazer o IPO, mas que acabaram se tornando alvo de aquisição está a do setor de tecnologia Mosaico, dona do site Buscapé, que foi vendida para o banco Pan, do BTG Pactual, transação anunciada no mês passado.

Com as empresas partindo para consolidar seus mercados, o ano já é de recorde quando se trata de fusões e aquisições no Brasil. Este ano já superou o total de transações do ano passado, segundo a consultoria PwC, quando foram registradas um pouco mais de mil operações no Brasil, pelo levantamento. A projeção é de que o ano tenha 1,4 mil transações. Segundo Leonardo Dell’Oso, sócio da PwC, será o maior volume da história.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Economia pede redução de insuficiência da regra de ouro para R$ 93,9 bi

O Ministério da Economia encaminhou ao Congresso Nacional um ofício pedindo a redução no valor do crédito suplementar que será necessário para cumprir a chamada regra de ouro, determinação constitucional que proíbe o governo de se endividar para pagar despesas correntes, como salários e manutenção da máquina pública.

Como antecipou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) na última sexta-feira, a pasta de Paulo Guedes solicitou que o montante seja reduzido de R$ 164 bilhões para R$ 93,9 bilhões. De acordo com o ministério, a diminuição foi possível após o remanejamento de fontes para cobrir R$ 70,1 bilhões em despesas, feito por portaria no início do mês.

“A retomada econômica e os esforços de aumento de arrecadação e redução das despesas obrigatórias ao longo deste exercício, o montante de dotações condicionadas foi reduzido a R$ 93,9 bilhões – o que corresponde a 20% do originalmente previsto no Projeto de Lei Orçamentária”, afirmou a Economia, em nota.

O órgão ressalta que os R$ 93,9 bilhões serão necessários principalmente para o pagamento de benefícios previdenciários em novembro e dezembro e que a aprovação do projeto de lei que abre o crédito suplementar (PLN 9) é “imprescindível para fazer frente a essas despesas obrigatórias, uma vez que não há certeza sobre a disponibilidade de excessos de arrecadação até o final do exercício para tanto”.

Como mostrou o Broadcast, a redução no valor pedido é um aceno do Executivo ao Congresso Nacional, que vem dificultando a aprovação do projeto com o valor inicialmente pedido.

O novo valor, no entanto, ainda está bem acima do calculado pelo relator do projeto, Hildo Rocha (MDB-MA), que, no fim de agosto, apresentou um relatório em que autorizou a realização de empréstimos para bancar apenas R$ 28,5 bilhões.

Na sexta-feira, Rocha disse ao Broadcast que vai aguardar o ofício do Ministério da Economia para analisar se dará um novo parecer e atenderá o governo. “Só aí já foi uma grande conquista. Já estamos economizando R$ 70 bilhões de empréstimos. Não é pouca coisa”, disse.

Hildo Rocha ainda sustentou que não vê necessidade de autorizar um valor acima do que está em seu relatório, alegando excesso de arrecadação dos últimos meses e projeções feitas por técnicos da Câmara para o resultado das receitas até o fim do ano. “A não ser que me provem que os números são outros, aí eu mudo na mesma hora, sem problema nenhum”, completou.

Prevista na Constituição, a regra de ouro proíbe o governo de realizar operações de crédito, como empréstimos no mercado financeiro, em um montante acima do que gasta com investimentos. A lógica é que os empréstimos não sejam usados para o pagamento de gastos como salários e custeio da máquina, que deve ser financiado com a arrecadação habitual dos impostos.

Desde 2019, o governo não consegue cumprir a regra e vem pedindo a abertura de um crédito suplementar ao Congresso Nacional. Como o Congresso Nacional ainda não aprovou o montante pedido neste ano, o Ministério da Economia, no início do mês, teve que lançar mão de uma medida emergencial para evitar ficar sem dinheiro para pagar benefícios sociais e salários. Para fazer frente a essas despesas, remanejou R$ 70,1 bilhões de fontes como o excesso de arrecadação e o superávit financeiro que foi resgatado de uma série de fundos do governo no início do ano.