Para a primeira safra, há perspectiva de um incremento de 16% da produção, de 24,979 milhões de toneladas em 2021/22 para 28,981 milhões de toneladas em 2022/23. A Conab espera um leve recuo da área semeada na primeira safra, de 0,6%, de 4,542 milhões de hectares em 2021/22 para 4,516 milhões de hectares na temporada atual. Em contrapartida, há previsão de um aumento de 16,7% do rendimento médio, de 5,499 t/ha na safra passada para 6,416 t/ha na temporada 2022/23.
Com relação à segunda safra, a estimativa da Conab é de produção de 8,2% superior, chegando a 94,530 milhões de toneladas, ante 87,406 milhões de toneladas em 2021/22. Para a produtividade média, a estimativa é de 5,580 t/ha, 4,5% maior do que as 5,338 t/ha do ciclo anterior. Quanto à área plantada, a Conab projeta avanço de 3,5%, de 16,372 milhões de hectares para 16,939 milhões de hectares nesta temporada.
Para a terceira safra de milho, a Conab estima produção de 1,987 milhão de toneladas em 2022/23, 13,8% menor do que na safra anterior.
“Este ano (2021/22) tivemos problemas no milho primeira safra, devemos ter recuperação. Tivemos problemas também na segunda safra, ainda tem margem para recuperar produtividade”, disse o superintendente de Estudos de Mercado e Gestão da Oferta da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Allan Silveira.
Silveira afirmou que há perspectiva de redução da rentabilidade das lavouras de milho, principalmente devido ao cenário de aumento dos custos. Contudo, o nível de retorno ainda deve propiciar aumento da área no País, segundo ele. A Conab estima preço médio do milho em Mato Grosso em 2023 de R$ 67,27/saca, praticamente estável em comparação ao preço médio de 2022, de R$ 67,94, porém com leve recuo da margem líquida de lucro sobre o custo operacional, de 9% para 7%.
“O cenário de mercado não apresenta uma tendência de queda expressiva para as cotações de milho, uma vez que o panorama aponta para a demanda e a oferta ainda ajustadas no ano que vem. Com isso, as margens para os produtores continuam positivas, mesmo com os altos custos de produção”, disse em nota o diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab, Sergio De Zen.
No que se refere à demanda, Silveira comentou que, caso a produção total de milho se confirme em 125 milhões de toneladas, o Brasil deve ter novo recorde de exportação, de 44,5 milhões de toneladas em 2022/23, 9,4% acima dos 37,5 milhões de toneladas exportados na safra 2021/22, conforme a Conab. “Isso mostra que a gente garante abastecimento, bate recorde de exportação e ainda tem recuperação de estoques”, disse.
Para o consumo doméstico de milho, a Conab prevê 81,750 milhões de toneladas, 6% acima dos 77,123 milhões de toneladas na temporada 2021/22. Do total previsto para 2022/23, 50 milhões devem ser destinados à produção de proteína animal, de acordo com Silveira.
Com relação aos estoques finais do cereal em 2022/23, a Conab estima 10,499 milhões de toneladas, 7,7% a mais do que os 9,750 milhões de toneladas de estoque ao fim de 2021/22. As importações devem recuar em 2022/23, para 1,5 milhão de toneladas, ante 1,9 milhão de t no ciclo anterior. A relação estoque/consumo deve ficar em 12,84% na temporada atual, ante 12,64% na 2021/22.