Uma das modalidades do mercado financeiro que o investidor se depara ao investir na bolsa de valores são os fundos de índice (ETFs).
Esses fundos costumam ser uma opção para quem quer investir em renda variável a um custo mais baixo. Com as ETFs você pode obter rendimentos superiores àqueles da renda fixa, mesmo usando um capital mais modesto.
Conhecer os principais fundos de índice disponíveis no mercado brasileiro, portanto, pode ser uma boa oportunidade para aqueles que estão à procura de investimentos mais simples, práticos e acessíveis na bolsa de valores.
Neste artigo, você entenderá mais sobre o que são os fundos de índice. Apresentaremos a você um breve panorama sobre 8 índices do mercado brasileiro. Confira!
O que são ETFs?
ETF é a sigla para Exchange Traded Funds. São fundos de índice negociados na bolsa que seguem um índice de referência como, por exemplo, o Ibovespa (falaremos sobre ele e outros a seguir).
Em outras palavras, quando investe em ETF, o investidor adquire cotas de um fundo que replica as variações de um determinado índice. Nesse caso, o investidor está investindo em uma carteira de ações teórica. Esta carteira é composta por diferentes companhias e, portanto, se expõe à variação deste portfólio.
Por isso é possível afirmar que, só de investir unicamente em ETF, o investidor já consegue diversificar sua carteira de investimentos. Ou seja, ele consegue manter um portfólio diverso sem que, para isso, precise investir em diversas ações do mercado.
Uma das vantagens do ETF é que ele possibilita a diluição do investimento em diversos papéis. Assim, o investidor diminui sua margem de risco pois não fica refém da oscilação de um único ativo.
Os fundos de índice, portanto, são considerados um investimento que traz maior praticidade para o investidor e oferece diversificação. Adicionalmente, este investimento costuma ter um custo menor na comparação com a composição, por conta própria, de uma carteira similar àquela que compõe o índice de referência em questão.
Como funciona uma ETF?
Assim como qualquer outro fundo listado na bolsa, o ETF também é administrado e gerenciado por alguma empresa. Logo, as decisões quanto a compra e venda dos ativos de uma ETF são tomadas por um gestor. No entanto, como o objetivo do ETF é refletir um índice, sua gestão é de característica passiva.
Embora haja um gestor no comando, suas ações se limitam a refletir ao máximo as posições do referencial. Por isso, não há grandes trabalhos de análise técnica envolvido. É por isso que chamamos este tipo de gestão de “passiva”. Devido a isto, também, o ETF tem uma das taxas administrativas mais baixas do mercado.
Os fundos ETF surgiram no Brasil em 2004, mas existem nos EUA desde a década de 90. E sendo um investimento em renda variável, ainda que de gestão passiva, possui vantagens e desvantagens para o investidor.
Vantagens e desvantagens de se investir em ETF
Vantagens:
Diversificação: Em uma única ordem você compra ações de diversas empresas e em custo menor do que se fizesse isto individualmente. A diversificação te protege da oscilação do mercado. Com ETFs você garante esta proteção e pagando menos.
Praticidade: Com uma única ordem você pode comprar e vender seus ETFs por meio do seu celular, através do home broker. Os ETFs funcionam como qualquer ação na bolsa de valores.
Economia de Tempo: Devido a gestão passiva do ETF, não é necessário gastar muitas horas do seu dia acompanhando as ações. Além disso, por ter uma estratégia definida de funcionamento, não necessita análise contínua. Basta que o ETF permanece sempre espelhando o desempenho do índice.
Reinvestimento automático em dividendos: Todo dividendo que entra é reinvestido automaticamente. Assim, você poupa mais tempo e elimina burocracias. Os dividendos são usados para adicionar mais ativos da mesma categoria.
Internacionalização: Há ETFs que replicam índices do mundo todo. Assim, investidores brasileiros podem adquirir ações de empresas como Google e Amazon.
Valor Acessível: Indicado para investidores iniciantes, os ETFs podem ser adquiridos com um valor inicial médio de R$100,00.
Desvantagens:
Tributação: A incidência da alíquota é de 15% ao mês sobre o lucro obtido ao vender as cotas. Esta porcentagem independe do valor lucrado. Já em outras operações o IR só é cobrado para lucros acima de 20.000 reais.
Gestão Passiva: Sim, a gestão passiva também pode ser uma desvantagem. Apesar dela proporcionar uma economia do seu tempo, ela também te impede de tomar decisões individuais.
Liquidez: Devido à pouca popularidade do ETF no país, alguns acabam tendo menos liquidez que outros tipos de ativos.
Fundos de índices do mercado brasileiro
Agora que você já entendeu o que é um ETF, é o momento de conhecer alguns dos principais fundos de índice do mercado brasileiro.
Confira a seguir 8 fundos de índice que podem ser encontrados na bolsa de valores do nosso país. Acompanhe:
1. BOVA11
Conhecido também por BOVA, ele baseia-se no principal índice de ações do mercado brasileiro, o Ibovespa. Este ETF é composto por ações de companhias que detém mais de 80% do volume de negócios realizados em nossa bolsa de valores.
Na sua maior parte, este fundo é composto por empresas dos setores financeiro, de mineração, petróleo, bebidas, entre outros. Sua administração é realizada pelo Citibank e a gestão é feita pela BlackRock – a maior gestora de ativos do mundo.
A quantidade mínima a ser negociada neste ETF – isto é, seu lote padrão – é de 10 cotas. A taxa de administração do BOVA11 é de 0,54% ao ano.
2. BOVV
O BOVV – ou BOVV11 – também espelha o índice Ibovespa, mas é mais novo que o BOVA. Sua listagem na bolsa de valores aconteceu em 2016.
Além disso, assim como o BOVA, este ETF é composto por companhias responsáveis por uma fatia de cerca de 80% do volume de negócios realizados todos os dias na B3. Ou seja, ele é composto, na prática, pelas mesmas companhias do BOVA11.
A administração e a gestão do BOVV ficam sob responsabilidade do Itaú Unibanco S.A. O lote padrão de negociação deste ETF é de 10 cotas, e sua taxa de administração é de 0,30% ao ano.
3. XBOV
Da mesma maneira que o BOVA e o BOVV, este ETF espelha-se nos resultados obtidos pelo índice Ibovespa.
Sua listagem aconteceu em novembro de 2012 e ele é gerido e administrado pela Caixa Econômica Federal. O XBOV11 tem como lote padrão 10 cotas. A taxa de administração é de 0,50% ao ano.
4. BRAX
BRAX – ou BRAX1 – é um ETF que espelha o Índice Brasil – 100 (IBrX 100). Ele mede o retorno de investimento de uma carteira teórica composta pelas 100 ações mais negociadas na B3, levando em consideração a quantidade de negociações e o volume financeiro.
Este fundo de índice é majoritariamente composto por ativos dos setores de mineração, materiais básicos, energia elétrica, financeiro, petróleo, gás e biocombustíveis, entre outros.
Assim como no BOVA11, o BRAX11 é administrado e gerenciado por Citibank e BlackRock respectivamente. A taxa de administração é de 0,20% ao ano e o lote padrão de negociação é de 10 cotas.
5. PIBB
Conhecido também por PIBB11, este fundo espelha o Índice Brasil – 50 (IBrX50). Ele mede o retorno de investimento em uma carteira teórica composta por 50 ações mais negociadas na B3 em relação à liquidez.
Este ETF é composto por ações de companhias de diversas áreas e setores, como transporte, telecomunicação, financeiro, mineração, materiais básicos, etc.
O PIBB é administrado e gerenciado pelo Itaú Unibanco S.A. A quantidade mínima de negociação deste ETF é de 10 cotas, e sua taxa de administração é de 0,059% ao ano.
6. SMAL
SMAL – ou SMAL11 – baseia-se no índice Small CAP, o qual registra a média de desempenho das ações small caps (ações de companhias menores) presentes na bolsa. Este ETF é também administrado pelo Citibank e a gestão é da BlackRock. A taxa de administração de 0,69% ao ano.
O lote padrão do SMAL11 é de 10 cotas, mas é possível negociá-lo no mercado à vista ou fracionado (neste caso, podem ser negociadas entre uma e nove cotas do SMAL11).
7. DIVO
Trata-se de um ETF que espelha o índice IDIV da bolsa, o qual é formado pelas companhias que apresentaram os maiores pagamentos de dividendos (dividend yield) nos últimos 24 meses.
A composição majoritária do DVO – ou DIVO11 – inclui ações de empresas dos setores de serviços público, de telecomunicações e financeiro. O fundo tem como gestor o Itaú Unibanco SA e como administrador o Banco Itaucard SA.
O lote padrão de negociação do DIVO11 é de 10 cotas e a taxa de administração é de 0,50% ao ano.
8. IVVB
Os fundos descritos até aqui baseiam-se em índices nacionais. O IVBB, ou IVBB11, por sua vez, tem como espelho o índice norte-americano S&P 500. Portanto, este ETF espelha o desempenho das 500 ações das maiores empresas dos Estados Unidos.
A composição da carteira do IVVB chama atenção de investidores, uma vez que conta com companhias como Amazon, Apple, Facebook, Google, JPMorgan, entre outras.
A administração deste ETF é feita pelo Citibank e a gestão pela BlackRock. Sua taxa de administração é de 0,24% ao ano e o lote padrão é de 10 cotas.
Como investir em ETF?
Para quem já tem alguma experiência com a Bolsa de Valores, investir em ETFs é fácil. Pois, afinal, a compra de ETFs consiste no mesmo processo de compra de outras ações. Isto é, ambas são negociadas no mesmo ambiente. Mas, caso você seja um investidor novatos, eis o passo a passo:
1. Abra sua conta numa corretora de valores: Somente a corretora é autorizada a comprar e vender ações na Bolsa. Todavia, a maioria das corretoras oferecem a plataforma home broker onde você pode enviar suas ordens de compra e venda.
2. Estude e escolha um ETF: Procure estudar as diferenças de cada ETF e desenvolva um plano de ação para seus investimentos. Na dúvida, consulte uma assessoria financeira consolidada no mercado. A Valor Investimentos pode ajudar nesta etapa.
3. Envie o valor investido para a corretora: Pois, como dissemos, somente a corretora é autorizada a executar a compra e venda na Bolsa de Valores. Porém, não se preocupe, esta operação é feita em instantes.
4. Compre o ETF: Finalmente, depois de escolher o papel enviar o dinheiro para a corretora, você já pode emitir a ordem de compra. Faça isso através do home broker para poupar tempo. Simples, não é?!
Dados sobre as ETFs nacionais
Houve um aumento significativo na quantidade de investidores comprando ETFs. De 2019 para 2020, houve um aumento de mais de 70%. Segundo dados do Boletim Mensal ETFs publicados pela B3, no ano de 2019 havia 47,577 investidores de ETF. Já em dezembro do mesmo ano, este número subiu para 92.845 investidores. Esta é uma boa notícia, pois assim temos aumento na liquidez dos papéis.
Quanto as ETFs que mais atraem os trades, temos:
2. BOVA11
3. BOVV1
4. SMAL11
5. BOVB11
No ano de 2019, as ETFs mais rentáveis foram:
6. SMAL11 – 32,8%
7. DIVO11 – 28,5%
8. GOVE11 – 27,1%
9. IVVB1 – 26,6%
Já as ETFs com maior patrimônio líquido, são:
10. BOVA11
11. PIBB11
12. BOVV11
13. IVVB11
Quer saber mais sobre os fundos de índice?
Se você se interessou pelos fundos de índice do mercado financeiro, visite o site da B3. Lá você encontrará também as principais características dos fundos de índice. Além disso, saberá mais sobre estes e outros ETFs listados na bolsa de valores brasileira.
Entretanto, se você já decidiu investir em fundos de índice mas não sabe por onde começar, entre em contato conosco. Venha descobrir como é vantajoso contar com o auxílio profissional para tomar as melhores decisões de investimento no mercado financeiro.
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