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Guia completo: entenda como funciona a renda fixa

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As aplicações em renda fixa estão entre as preferidas dos brasileiros — principalmente entre aqueles com perfil de investimentos conservador ou ainda estão começando a investir. Isso acontece porque ela apresenta vantagens interessantes, como a previsibilidade dos rendimentos.

Ainda assim, muitas pessoas não sabem como funciona essa classe de investimentos. Com isso, perdem boas oportunidades de poupar dinheiro e fazê-lo render com os juros compostos das aplicações.

Que tal mudar essa realidade? Descubra tudo o que precisa saber sobre o tema neste guia completo e entenda como investir nos títulos de renda fixa!

O que é renda fixa?

Quem deseja começar a investir precisa, primeiramente, saber que há diferenças entre renda fixa e renda variável. Essas são duas classes de investimento distintas e a principal diferença está na previsibilidade dos rendimentos.

O que isso significa? No caso da renda fixa, a forma de rentabilidade das aplicações já é conhecida pelos investidores desde o início. Por exemplo, antes de investir, você já sabe se o título tem uma taxa de juros fixa ou se ela acompanhará um índice econômico.

Investir em renda fixa é como emprestar seu dinheiro. Você disponibiliza um valor, combina uma taxa de juros e determina o prazo para receber a quantia de volta. Então, ao final do período, terá acesso ao que emprestou e aos juros que foram pagos.

É por esse motivo que podemos falar de estabilidade maior, já que tudo é combinado previamente. Como consequência, pode haver maior segurança para o investidor.

Como funciona a remuneração da renda fixa?

As regras de remuneração estão entre as características mais marcantes da renda fixa. Para todas as alternativas de investimento, o rendimento envolve três possibilidades: retorno prefixado, pós-fixado ou híbrido.

Conhecer cada um deles e suas regras ajuda a avaliar o potencial de ganhos de cada tipo. Veja a seguir como funciona, em detalhes, as remunerações possíveis na renda fixa!

Prefixada

Um investimento prefixado é aquele que rende de acordo com uma taxa de juros fixa e que é definida no momento do contrato. É o caso de um investimento que rende 4% ao ano, por exemplo. Nesse caso, há total previsibilidade sobre o potencial de ganhos.

Títulos do tipo podem ser atraentes quando os indicadores de mercado estão em queda ou apontam para essa tendência. Entre 2019 e 2020, por exemplo, a Selic sofreu diversos cortes até chegar ao menor patamar histórico de 2% ao ano.

Em um cenário similar, o investimento prefixado pode ser atraente. Isso porque, enquanto as aplicações pós-fixadas acompanham o indicador, a taxa prefixada pode ser mais atraente.

Porém, em um momento de alta dos indicadores, esse tipo de renda fixa pode não ser o mais indicado. Para escolher a melhor alternativa, é preciso considerar seus objetivos, as projeções do mercado e as expectativas quanto ao rendimento.

Pós-fixada

A rentabilidade pós-fixada costuma acompanhar um índice econômico. Os títulos pós-fixados que são negociados no Tesouro Direto rendem de acordo com a Selic, que é a taxa básica de juros da economia.

Outros títulos pós-fixados costumam render uma porcentagem do CDI — certificado de depósito interbancário. Ele corresponde à taxa de juros praticada nos empréstimos feitos entre instituições financeiras, para que possam fechar o caixa positivo pela norma do Banco Central (Bacen).

Na prática, o CDI acompanha a Selic, mas fica levemente abaixo dela. Entre os títulos da renda fixa, aqueles que apresentam maiores riscos ou menor liquidez podem render valores que superam 100% do CDI.

Híbrida

Por fim, a rentabilidade híbrida é intermediária entre as duas alternativas que você acaba de conhecer. Ela tem uma porção prefixada de juros e outra que rende de acordo com um indicador de mercado. Alguns títulos de longo prazo adotam a alternativa, mas ela não se limita a eles.

Conhecer essas três regras é importante para entender que as taxas dos investimentos em renda fixa variam com o tipo de rentabilidade escolhida. Os valores podem ser menores ou maiores, dependendo das condições de mercado e, principalmente, do risco assumido.

Com isso, a rentabilidade depende das suas escolhas e não é igual para todos os produtos. Assim, mesmo que dois investidores montem carteiras com produtos de renda fixa, o resultado poderá ser bem diferente.

Qual a diferença entre renda fixa e renda variável?

Ao falar na renda fixa, é comum que surjam questionamentos sobre as diferenças em relação à renda variável. Na prática, as regras de remuneração e a segurança são as distinções mais relevantes.

Como visto, a renda fixa tem rendimentos relativamente previsíveis, pois há regras bem definidas sobre a remuneração. Logo, o investidor sabe que, ao final do período de investimento, poderá resgatar o valor aplicado mais o retorno contratado.

Na renda variável isso não acontece, pois os rendimentos são mais instáveis. O investidor se expõe diretamente às movimentações do mercado econômico. Como consequência, há volatilidade — que é a variação de preço dos ativos.

Isso afeta o retorno e pode até mesmo gerar perdas. Não há como prever que será possível dispor de todo o valor inicialmente aportado. Considerando tal fator, investidores que buscam mais segurança e estabilidade preferem fazer seus aportes na renda fixa.

Quais são os mais populares títulos de renda fixa?

Não existe apenas um investimento em renda fixa. Como ela é uma classe, há diversas aplicações disponíveis para o investidor. Elas podem variar em relação a características distintas, como emissor, prazo, rentabilidade, riscos etc.

Em relação ao emissor, podemos falar de dois principais grupos: os títulos públicos e os títulos privados. Os primeiros são aplicações emitidas pelo Governo, enquanto os outros são investimentos atrelados a bancos, financeiras e outras empresas.

Aproveite para conhecer as regras dos títulos mais populares em renda fixa!

Tesouro Selic

O Tesouro Selic é um título público, negociado por meio da plataforma Tesouro Direto, do Governo Federal. Esse fato faz dele um dos investimentos mais seguros, pois seu emissor é a entidade econômica mais importante do país.

Ele é considerado por muitas pessoas como o substituto da poupança, entre os exemplos de renda fixa. Isso ocorre porque apresenta um rendimento maior, além de também ser mais simples.

Mais uma vantagem dessa opção em relação à poupança está no rendimento. O título rende todos os dias úteis, enquanto a caderneta tem rendimento mensal.

A dinâmica tem relação com sabe o que significa a data de referência da renda. Na poupança, ela está atrelada ao aniversário do depósito — que é quando ocorre o rendimento. No Tesouro Selic, os ganhos se acumulam diariamente.

Tesouro prefixado

A plataforma do Tesouro Direto também apresenta títulos do tipo prefixado. Em vez de acompanharem os índices da economia, eles oferecem uma taxa fixa para os investidores.

Logo, quem aplica alguma quantia nesses investimentos consegue calcular o quanto receberá no final do prazo já no momento de aporte.

Por exemplo, se você encontra um prefixado a 10% ao ano, basta aplicar os juros compostos para conhecer os valores que serão obtidos. Depois de subtrair impostos e taxas, é possível ver a quantia que terá no dia de resgatar o investimento.

Tesouro IPCA+

Ainda na plataforma do Governo Federal, existem os títulos que acompanham a taxa IPCA. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo é considerado o indicador oficial de inflação do Brasil. Você pode encontrar distintos Tesouros IPCA, diferindo em relação ao prazo e à rentabilidade.

Esses investimentos têm rentabilidade híbrida. Imagine, por exemplo, que determinado título ofereça rendimentos de 5% + IPCA. Isso representa que, por ano, o dinheiro renderá 5% a mais do que a inflação.

CDB

O CDB significa certificado de depósito bancário e é uma aplicação em renda fixa privada emitida por instituições financeiras. Como os demais investimentos, é possível encontrar CDBs pré ou pós-fixados.

Nos pós-fixados, a taxa costuma acompanhar o CDI — certificado de depósito interbancário. Em termos práticos, a rentabilidade do CDI é bem próxima da Selic. Assim como os rendimentos, o prazo e a liquidez dos CDBs variam entre os títulos negociados.

A segurança quanto ao emissor dessa aplicação não é tão alta quanto a do Tesouro Direto. Entretanto, os investidores contam com o FGC (Fundo Garantidor de Crédito). A cobertura é de R$ 250 mil por CPF e instituição, com limite de R$ 1 milhão renovável a cada 4 anos.

Com isso, você fica mais seguro por saber que, caso o banco emissor do título quebre, você pode recuperar seu dinheiro segundo as regras do fundo garantidor. Sua principal função é reduzir o chamado risco de crédito.

O FGC repõe o dinheiro ao investidor, caso a instituição emissora dos títulos não realize o pagamento. Esse fundo cobre CDBs e também outras aplicações emitidas por bancos, mas nem toda a renda fixa é coberta.

LCI e LCA

LCI e LCA são letras de crédito imobiliário e do agronegócio, respectivamente. Elas têm funcionamento parecido com o CDB, mas com uma diferença: não há cobrança de Imposto de Renda (IR) sobre os rendimentos que você receber.

Essa característica é uma vantagem desses investimentos sobre CDBs e também títulos públicos, já que todos eles cobram IR. Entretanto, em alguns casos, os investimentos em LCI e LCA só podem ser feitos por quem tem um valor maior para aplicar.

Ambas as alternativas têm cobertura do FGC. Por outro lado, costumam ter uma liquidez menor, com títulos que só permitem o resgate no momento de vencimento do contrato – embora seja possível recorrer ao mercado secundário para negociar os títulos antes do prazo.

RDB

Para saber o que é RDB, vale entender que eles são recibos de depósito bancário, um tipo de investimento semelhante ao CDB, mas emitidos por instituições financeiras diferentes. No caso, eles são emitidos por bancos comerciais e de investimentos, e por cooperativas de crédito.

Um dos benefícios é que ele, assim como o CDB, apresenta cobertura do FGC. Dependendo do risco atrelado, o retorno pode ficar acima da média de outros produtos.

Por outro lado, é preciso ter atenção com a liquidez. Uma quantidade considerável dos títulos só permite que o resgate seja feito no vencimento. Então, você deve estar disposto a manter os recursos alocados pelo período — ou realizar a venda no mercado secundário.

CRI e CRA

Os certificados de recebíveis imobiliários (CRI) e do agronegócio (CRA) são títulos de renda fixa que fazem parte do chamado crédito privado. Eles oferecem riscos maiores, mas também podem elevar o potencial de ganhos.

As aplicações são emitidas por securitizadoras, que antecipam os valores a receber de empresas e os transformam em investimento. O retorno, portanto, é possibilitado pelo pagamento das dívidas por parte dos clientes das empresas que anteciparam os recebíveis junto às seguradoras.

Esses investimentos não têm cobertura do FGC. Para avaliar a segurança da aplicação, é interessante conhecer a classificação de risco (rating) do emissor. No geral, são investimentos menos líquidos, sendo comum que o resgate ocorra apenas no vencimento.

Debêntures

As debêntures são títulos de dívida emitidos por empresas. Elas utilizam as aplicações para captar recursos a um custo menor que o oferecido por um financiamento bancário tradicional, por exemplo.

Não há cobertura do FGC, mas algumas debêntures podem oferecer garantias ou preferência no pagamento, em caso de liquidação da empresa. De modo geral, os títulos costumam ter menor liquidez — exigindo um investimento por mais tempo.

Vale destacar as debêntures incentivadas, que são emitidas por empresas ligadas ao setor de infraestrutura. O diferencial apresentado por elas é que são alternativas isentas de Imposto de Renda.

Letras hipotecárias

As letras hipotecárias são títulos que têm emissão realizada por instituições financeiras com autorização para conceder crédito imobiliário. Então, servem para captar recursos que serão oferecidos a clientes desse mercado.

O prazo é uma questão que merece atenção, pois é comum que o resgate antecipado só possa ser feito após 6 meses. O prazo máximo envolve a duração do crédito imobiliário, que pode alcançar até 30 anos.

Sobre a segurança, é um investimento que tem cobertura do FGC, além de contar com garantias ligadas aos contratos relacionados aos créditos. Para incentivar a escolha por parte dos investidores, é uma alternativa isenta de IR.

Fundos de renda fixa

Os investidores que apresentam dificuldades para escolher suas aplicações sozinhos podem fazer isso por meio dos fundos de investimento. Os fundos de renda fixa são administrados por gestores profissionais, que escolhem os ativos que farão parte da sua carteira.

Os fundos são um tipo de investimento coletivo, em que você compra uma cota que lhe concede o direito a participar dos resultados do fundo. Como o dinheiro investido se junta ao de outros investidores, eles permitem acessar investimentos mais complexos e que exigem aportes maiores.

Mas é importante ter atenção: os fundos podem não ter a mesma segurança de títulos específicos. Alguns deles podem focar o portfólio em aplicações de maior risco, como debêntures. Logo, é preciso avaliar seu perfil e a estratégia do fundo antes de escolher.

FIDC

Os fundos de investimento em direitos creditórios (FIDC) também são fundos de renda fixa, mas se diferenciam por serem do crédito privado. Por isso, investem em ativos diferentes, que são os direitos creditórios de empresas que os cedem para securitizadoras.

Isso faz com que ofereçam mais riscos que fundos que aplicam prioritariamente em alternativas disponíveis no Tesouro Direto, por exemplo. Eles podem ser úteis para quem deseja diversificar. Contudo, é preciso ter em mente que, geralmente, a estratégia adotada pelo fundo é mais agressiva.

Quais títulos são isentos de Imposto de Renda?

Como você pode perceber, na renda fixa há títulos que não exigem o pagamento de Imposto de Renda sobre os ganhos obtidos. Entre eles, estão:

  • letras de crédito imobiliário (LCI);
  • letras de crédito do agronegócio (LCA);
  • certificados de recebíveis imobiliários (CRI);
  • certificados de recebíveis do agronegócio (CRA);
  • letras hipotecárias (LH);
  • debêntures incentivadas.

Ao escolher esses investimentos, é possível aproveitar uma rentabilidade líquida maior, pois não há o desconto referente ao imposto. Entretanto, lembre-se de comparar as opções com cuidado. Afinal, investimentos com cobrança de IR podem ter rentabilidade maior mesmo assim.

Quais as vantagens da renda fixa?

Uma das maiores vantagens atreladas a investimentos da renda fixa é a segurança. Como visto, o investidor conta com a previsibilidade, pois conhece o funcionamento do título antes de aplicar. Essa estabilidade não existe na renda variável.

Outro benefício para quem investe na renda fixa é seu funcionamento simples: você já viu que ela funciona como um empréstimo. Então, devem-se avaliar as condições do investimento, fazer sua aplicação escolhida e acompanhar a rentabilidade até o prazo final.

A acessibilidade é mais uma vantagem. Afinal, aplicações da renda fixa estão disponíveis para investidores menores já que algumas apresentam baixos valores mínimos de aporte.

Quer mais vantagens? A diversidade de investimentos também costuma agradar às pessoas que aplicam na renda fixa. Você pode encontrar rentabilidades, prazos e valores mínimos de aporte muito diferentes. Dessa maneira, pode montar sua carteira de acordo com seus objetivos.

Para destacar as vantagens, podemos selecionar os seguintes pontos:

  • previsibilidade de ganhos graças às regras de remuneração;
  • funcionamento simples;
  • acesso a diversas alternativas pelo investimento mínimo exigido ser baixo em muitos casos;
  • diversidade de produtos financeiros.

Quais são as desvantagens?

Nem tudo se resume a pontos positivos na renda fixa. Em primeiro lugar, precisamos falar que a rentabilidade desses investimentos pode ser limitada — diferentemente do que pode ser encontrado em alternativas de renda variável.

Isso acontece por uma lógica fundamental nos investimentos: a chance de ganho acompanha o risco. Como a renda fixa costuma apresentar menores riscos em relação à perda de dinheiro, a rentabilidade oferecida tende a ser menor.

O cenário fica mais evidente quando as taxas de juros da economia estão em queda, como vem acontecendo nos últimos anos. A taxa Selic, o CDI e a inflação foram diminuindo ao longo dos anos, o que limita o rendimento de investimentos da renda fixa.

Outra desvantagem que precisa ser citada é o risco de perder rendimentos quando é preciso resgatar o valor investido antes do prazo de vencimento. A venda antecipada no mercado secundário pode causar deságio.

Mas lembre-se: isso acontece apenas se você precisar resgatar o dinheiro antes do prazo combinado. Se ele ficar até o final, o emissor devolverá tudo e pagará os juros determinados.

Em resumo, podemos destacar essas desvantagens de investir na renda fixa:

  • rentabilidade reduzida em relação às possibilidades da renda variável;
  • baixa atratividade diante da queda de indicadores como a Selic;
  • risco de sofrer perdas pelo resgate antecipado.

Quais os riscos da renda fixa?

Você deve saber que nenhum investimento está livre de riscos. E isso não é diferente com a renda fixa. Embora haja um nível maior de segurança nesse caso, há riscos que precisam ser considerados.

Confira!

Risco de mercado

Ele existe porque variações no mercado econômico podem afetar diretamente o resultado dos investimentos. Se alguém adquire um título pós-fixado atrelado à Selic, um corte da taxa de juros representará uma redução no potencial de ganhos.

Note que isso não significa que haverá uma perda. Afinal, de qualquer forma, ocorrerá um rendimento positivo. A diferença é que o ganho final será menor que o valor que seria obtido caso não ocorresse a queda.

Risco de crédito

Ele envolve a chance que existe de o emissor do título não conseguir realizar o pagamento acordado. É o que acontece quando um banco vai à falência e não é capaz de fazer o pagamento.

Porém, existem mecanismos que ajudam a reduzir esses riscos. O Fundo Garantidor de Crédito é uma dessas soluções e há títulos que contam com garantias ou pagamento preferencial, como é o caso de algumas debêntures.

Risco de liquidez

Esse risco existe diante de possíveis limitações quanto ao resgate do valor aplicado. Quando um investimento estabelece uma carência para o resgate ou determina que a quantia só poderá ser obtida ao final do contrato, a liquidez é menor.

Essa é uma situação que exige que o investidor venda o título no mercado secundário. Se não houver interessados, pode não ser possível converter o produto em dinheiro. Considerando que há a chance de você precisar do montante antes, há exposição ao risco de liquidez.

É seguro investir em renda fixa?

Graças às suas características relacionadas à rentabilidade, a renda fixa costuma apresentar um nível maior de segurança, especialmente em relação à renda variável. No entanto, como visto, há riscos que devem ser considerados — e que podem ser mitigados com algumas ferramentas.

Por isso, é preciso ponderar seu apetite ao risco para selecionar entre as alternativas dessa classe. Afinal, cada uma apresenta um nível de proteção diferente – e vale a pena conhecê-los antes de tomar uma decisão.

Como investir em renda fixa?

Para investir nesses produtos é preciso, em primeiro lugar, entender suas características como investidor. Por isso, convém identificar o seu perfil de investidor, que é baseado nos riscos que está disposto a correr ao compor sua carteira.

Os conservadores são aqueles que costumam priorizar a renda fixa. Mas essa classe de investimento também pode ser útil para moderados ou mesmo arrojados. Afinal, ela possui características que podem servir para diversificar a carteira em determinados prazos e objetivos.

Estabelecer seus objetivos financeiros, incluindo os prazos de interesse, é fundamental para a escolha das aplicações. Se a ideia for investir a reserva de emergência, por exemplo, investimentos líquidos e seguros são mais adequados.

Já se quiser aproveitar o poder dos juros compostos, o longo prazo pode otimizar os resultados. No entanto, se o investimento não tiver liquidez, ele é mais adequado para investimentos que, de fato, sejam pensados em um futuro mais distante.

Ciente desses pontos, você deve conferir as alternativas para escolher em qual delas investir. Aumentar seu nível de educação financeira é um bom caminho para tomar decisões conscientes.

ABRA SUA CONTA COM A VALOR

Com a decisão tomada, é possível fazer a aplicação pelo site ou aplicativo da corretora, com a transferência de recursos segundo as regras definidas. Depois, continue acompanhando a evolução da carteira para entender se existe a necessidade de equilibrar o portfólio.

É melhor investir em renda fixa por banco ou corretora?

Para começar a investir em renda fixa é necessário ter conta em uma instituição financeira autorizada para acessar os produtos. Isso vale tanto para títulos públicos quanto para aplicações privadas.

É nesse momento em que surgem as dúvidas se é melhor contar com um banco ou com uma corretora de valores mobiliários. Embora muitos investidores optem pelo banco no qual já têm conta, essa decisão costuma trazer alternativas limitadas.

Isso porque é comum que o banco ofereça apenas os CDBs, as LCIs e LCAs e outros títulos que foram exclusivamente emitidos por ele. Nem sempre esses são os produtos que apresentam as características mais interessantes, o que pode atrapalhar sua estratégia.

O contexto é diferente para quem abre uma conta em corretora de valores. Nesse caso, o investidor acessa produtos financeiros de diversas instituições emissoras, do Governo às empresas privadas.

A corretora distribui aplicações diversas. Assim, pode aumentar suas possibilidades de ganho, já que instituições menores ou com mais risco podem trazer retorno maior. Acima de tudo, é uma maneira de ter uma grande variedade de escolhas.

Ao acessar as alternativas de renda fixa na XP Investimentos, por exemplo, você estará diante de dezenas ou centenas de títulos com retornos, prazos e outras condições diferentes. Portanto, será mais fácil encontrar aquilo que faz mais sentido para as suas necessidades.

Vale a pena investir em renda fixa?

O investimento em renda fixa pode ser interessante para fazer o dinheiro trabalhar para você de forma previsível e seguindo algumas regras. Para quem tiver um perfil conservador e pouco apetite ao risco, a escolha pode ser ainda mais atraente.

No caso de quem tem mais tolerância ao risco, os produtos ajudam a diversificar a carteira. Como você viu, a alternativa pode ser usada para quem deseja fazer investimentos em curto prazo sem correr riscos excessivos ou pretende aplicar a reserva de emergência.

Portanto, o investimento valerá a pena se ele for estruturado de acordo com as suas necessidades e considerando suas expectativas. A partir disso, é possível definir a proporção adequada para seu portfólio.

Como declarar o investimento em renda fixa no Imposto de Renda?

Os produtos de renda fixa que não são isentos de Imposto de Renda têm cobrança da taxa diretamente na fonte. Então, ao resgatar o título, você já recebe o valor líquido. No entanto, é importante ter atenção à declaração anual.

Se você precisar fazer a declaração, todos os títulos devem ser declarados — mesmo os isentos. Como referência, considere as regras definidas para a declaração de IR em 2021. Fica obrigado a declarar o contribuinte que:

  • recebeu no ano de exercício mais de R$ 28.559,70 em rendimentos tributáveis;
  • ganhou mais de R$ 142.798,50 em renda bruta de atividade rural;
  • obteve mais de R$ 40 mil em rendimentos isentos e não tributáveis ou tributados na fonte;
  • tinha, até 31 de dezembro de 2020, patrimônio composto por imóveis, veículos e outros bens com valor total superior a R$ 300 mil;
  • ganhou capital com a venda de bens sujeitos à tributação;
  • realizou qualquer operação na bolsa de valores.

Para o ano-exercício de 2020, ainda há um detalhe. Quem tiver recebido o auxílio emergencial e somar rendimentos tributáveis acima de R$ 22.847,76 fica obrigado a elaborar a declaração de Imposto de Renda e a devolver o auxílio para o Governo Federal do Brasil.

Se você se encaixar em qualquer uma das condições, deverá declarar todos os seus investimentos e patrimônio. A inclusão do saldo de aplicações de renda fixa é feita na ficha de “Bens e Direitos”.

Já os rendimentos seguem em áreas diferentes. Para os que não são tributados, inclua os ganhos na alternativa “Rendimentos Isentos e Não Tributáveis”. No outro caso, selecione a alternativa “Rendimentos de Aplicações Sujeitas à Tributação Exclusiva/Definitiva”.

Quais são os melhores investimentos em renda fixa 2022?

Para 2022, a expectativa do mercado é que a taxa Selic volte a crescer. Na prática, isso pode tornar mais atraentes os títulos de renda fixa. E não só aqueles que acompanham a Selic ou o CDI.

As alternativas prefixadas e híbridas também podem aumentar sua rentabilidade diante da alta da taxa de juros. Logo, podem ser escolhas interessantes. Para escolher, você deve pensar no que espera obter — e com qual nível de risco.

Portanto, não existem os melhores investimentos para qualquer investidor, seja em 2021 ou nos anos seguintes. O mais relevante é analisar seus interesses e sua estratégia para selecionar produtos condizentes.

Agora que você conhece as principais regras e características da renda fixa, poderá ter mais segurança para escolher os produtos e compor sua carteira. Se ainda precisar de ajuda, uma assessoria de investimentos poderá auxiliá-lo a tomar as decisões mais eficientes para a sua carteira!