Análise e Opinião

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Inflação e os impactos nas principais economias

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É de amplo conhecimento que as taxas de inflação estão mais altas em todo o mundo. No entanto, quais foram os principais fatores que contribuíram para essa alta e como vem se comportando as principais economias mundiais para conter a inflação? A resposta é o tema desse artigo.

No Brasil, o índice que mede a inflação oficial, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), fechou 2021 com alta de 10,06% a maior desde 2015, quando o teto previsto para o ano era de 5,25% para o mesmo período.

Iniciamos 2022 com um IPCA de 0,54% no mês de janeiro, elevando o acumulado dos últimos 12 meses para 10,38%. Fatores domésticos e externos influenciaram para que o país registrasse a maior inflação da região, uma vez que o Brasil ocupa a 5º posição de maior inflação da América Latina.

Quando apuramos no detalhe, os itens que sofreram maiores impactos foram: gasolina, energia elétrica, automóvel novo e usado, gás de botijão, etanol e alimentação.

Com isso, é possível ver uma corrida no aumento de juros para conter a inflação. A taxa básica de juros (Selic) do país que ajuda a conduzir a política monetária, fechou 2021 em 9,25% e na última reunião do COPOM (Comitê de Política Monetária) em fevereiro sofreu um aumento de 1,5 p.p. elevando a taxa para 2 dígitos, 10,75% já em 2022.

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O Banco Central sinalizou na última ata do COPOM uma preocupação em controlar a inflação no curto prazo, deixando em aberto quando será o final dos ciclo de aumento de juros, dando a entender que não se encerra na reunião de março.

O Brasil não é o único país que enfrenta aumento generalizado nos preços. A a inflação tem sido um fenômeno global após os estímulos econômicos para o enfrentamento da pandemia da COVID-19.

Nos Estados Unidos, o índice CPI que mede a inflação oficial por lá, bateu record em 2021 por ser o mais alto dos últimos 40 anos registrando um acumulado de 7,0%.

A meta de inflação nos EUA pelo Banco Central Americano (FED) é de 2% ao ano bem abaixo da inflação registrada em 2021, lá assim como no Brasil os itens que sofreram maior impacto foram combustíveis, veículos novos e usados e alimentação.

Algumas medidas têm sido tomadas como desaceleração dos estímulos econômicos no decorrer de 2021 e a sinalização do aumento de juros pelo FED para 2022 que, atualmente, está entre 0% a 0,25% a.a. Com isso, os economistas acreditam que será possível conter a inflação.

Na Zona do Euro não poderia ser diferente, o índice trouxe um acumulado de 5% segundo o Eurostat, maior registro desde 1997, onde os principais custos foram nos setores de energia e alimentos.

Entretanto, o BCE (Banco Central Europeu) manteve a narrativa de uma inflação provisória e tem minimizado os impactos causados por ela, não sinalizando aumento de juros, mesmo o mercado na expectativa desse aumento em até 30 pontos-base no ano segundo Forbes Money.

A China, conhecida como o dragão asiático, também teve aumento da inflação, o índice atingiu a máxima após 15 meses, também puxada pelo setor de alimentos, a carne de porco apresentou um aumento de mais 12,2% em um único mês, porém o país asiático tem andado na contramão do mundo, afrouxando os apertos monetários e reduzindo juros no país, principalmente com o intuito de promover o crescimento no setor imobiliário que vem sofrendo desde 2021.

Com toda visão global sobre a inflação, é notório o quão importante é acompanhar o índice de forma macro, visto que as economias globais estão interligadas principalmente no que tange importações e exportações na relação de consumo.

Sendo assim, é importante em qualquer cenário proteger a carteira de investimentos e buscar ganho real no longo prazo, uma vez que mesmo com a inflação controlada, existem outros aspectos que podem contribuir para que o retorno acima desta seja mais evidente nos investimentos.

Por Sheila Meira | Sócia e Assessora na Valor Investimentos.