Análise e Opinião

Análise e Opinião

O espaço do investidor conservador no universo financeiro.

Por
Gabriel Cecco

Muitas vezes nos deparamos com objeções de clientes que optam por fecharem portas de possibilidades de investimentos simplesmente por se considerarem conservadores e inaptos ao risco. Outras, recebemos demandas do tipo: “quero algo com risco zero”.

Bom, não só no mercado financeiro, mas o risco zero não existe. O empreendedor por exemplo, luta dia após dia para manter sua empresa em funcionamento, remando contra risco de mercado, risco de crédito, risco de liquidez, entre inúmeros outros. O trabalhador CLT, da mesma forma, inserido em uma instituição, acaba sob o guarda-chuva do risco que corre a empresa que ele trabalha, somado a instabilidade do seu cargo/vaga.

E na realidade, sem risco, não há rendimento. A rentabilidade nada mais é do que o prêmio relacionado ao risco tomado.

Em momentos de volatilidade e incertezas, tudo isso é elevado a enésima potência, e é quando mostramos aos clientes, que por reflexo do momento tendem a querer se afastar, que na verdade é quando mais precisamos estar juntos para traçar o caminho a se seguir de acordo com seu perfil, objetivos e aptidões.

De forma prática, antes mesmo de qualquer contato com a carteira de cada cliente, é feito seu Suitability. Mas o que significa isso? Basicamente é onde o cliente nos informa seu grau de conhecimento e indica qual o perfil de risco está disposto a tomar. Tudo parte daí, e toda relação entre assessor e cliente será construída a partir deste pilar.

Cada investidor tem um ponto de partida e mira um ponto futuro em que busca chegar, mas a quantidade de caminhos para ligar esses dois pontos é infinita. É onde o perfil de risco de cada cliente ajuda a traçar essa linha e direcionar seus investimentos.

De forma mais técnica, existem diversas maneiras de mitigar risco. A primeira e mais lógica, é exposição a ativos com risco intrínseco mais baixo, como ativos de renda fixa de empresas de alto rating, produtos com proteção do FGC, ou buscando risco soberano.

Porém, esta longe de ser a única maneira. Poucas ferramentas são tão poderosas quando a diversificação, permitindo que a carteira navegue com volatilidade reduzida, mesmo em momentos de mares agitados.

Utilizamos ainda meios estatísticos onde analisamos a correlação entre ativos, em busca de ativos que sirvam um como “amortecedor” do outro. Em resumo, no curto prazo, quando um sobe, o outro desce, e vice-versa, diminuindo a volatilidade da carteira, que gera angústia aos investidores menos aptos à risco. Mas no longo prazo buscamos auferir ganhos com ambos. Um grande exemplo disso é a relação entre dólar e Bolsa Brasileira.

Explorando ainda mais o leque de possibilidades, existem operações estruturadas com proteção de capital, onde um piso é estabelecido, garantindo o capital investido do investidor em sua totalidade, na pior das hipóteses.

Por fim, o trabalho do assessor é personalizado de acordo com o perfil de cada cliente individualmente, e temos inúmeras ferramentas para fazê-lo. Otimizar a relação retorno/risco é uma tarefa que direciona nossa atuação e nem sempre será obtida da forma mais trivial.

Quanto mais complicado for seu estado de saúde, mais você se aproxima de seu médico de confiança. Em investimentos, não pode ser diferente. Momentos de volatilidade e incertezas devem te aproximar de seu assessor, profissional especializado e capacitado para lidar com tais situações.

Por isso, independentemente de seu perfil, e quanto mais incerto for o momento,demonstra-se indispensável o suporte de uma assessoria para guiar seus investimentos em busca do que você visa atingir, as vezes por caminhos que nem mesmo sabia existir.

Este artigo tem como objetivo democratizar o acesso à educação financeira via Gabriel Cecco, assessor de Investimentos da Valor Investimentos.

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