Se você já investe no mercado financeiro ou tem o hábito de ler sobre finanças e investimentos já deve ter se deparado com o termo “investidor qualificado” em algum momento – especialmente se você utilizar a plataforma de uma corretora para fazer seus investimentos. Se este for o caso, é provável que você tenha percebido também que existem algumas aplicações restritas a estes investidores qualificados.
As aplicações direcionadas a este tipo de investidor, de modo geral, costumam oferecer condições mais vantajosas e taxas mais atrativas que outros produtos disponíveis no mercado. O risco do investimento, no entanto, também é maior na comparação com outras aplicações à disposição de todos os investidores.
Então, afinal, quais são as vantagens reais de ser um investidor qualificado? O que é preciso para se tornar este investidor? Continue a leitura do artigo de hoje e confira a resposta para estas e diversas outras dúvidas sobre os investidores qualificados.
Boa leitura!
O que é um investidor qualificado?
Um investidor qualificado, de acordo com a Instrução nº 554 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), é um investidor pessoa física ou jurídica que possui mais de R$ 1 milhão em investimentos no mercado financeiro – e que ateste esta condição por escrito.
Também são considerados investidores qualificados os investidores profissionais e profissionais que tenham sido aprovados em exames de qualificação técnica ou certificações aprovadas pela CVM. Neste último caso, não é preciso que o investidor tenha mais de R$ 1 milhão aplicados no mercado financeiro.
A obrigatoriedade de ter R$ 1 milhão aplicado no mercado, ser um investidor profissional ou certificado para se tornar um investidor qualificado está diretamente ligada ao preparo esperado para este tipo de investidor para fazer seus aportes e ao seu nível de compreensão em relação aos riscos de um determinado investimento.
Espera-se, portanto, que um investidor mais preparado tenha uma melhor compreensão técnica e financeira sobre os investimentos restritos disponíveis no mercado e seus respectivos riscos – aumentando a proteção ao pequeno investidor, que passa a ter um acesso mais limitado a investimentos com riscos mais altos.
Investidor qualificado x Investidor profissional
É importante que o investidor não confunda, entretanto, o conceito de investidor qualificado com a figura do investidor profissional. Apesar de ambas as categorias serem compostas por investidores com alta capacidade e conhecimento técnico sobre investimentos, riscos e produtos financeiros, os investidores profissionais estão alguns degraus acima dos investidores qualificados devido ao montante alocado que possuem.
Podem ser definidos como investidores profissionais os investidores pessoa física ou jurídica que possuam ao menos R$ 10 milhões em investimentos no mercado financeiro. Esta condição, assim como é o caso dos investidores qualificados, deve ser atestada por escrito pelo investidor.
Assim como o investidor qualificado, os investidores profissionais têm acesso a investimentos mais restritos do mercado financeiro – que exigem um aporte mais significativo e um conhecimento maior do investidor quanto à aplicação em si e aos riscos envolvidos. Os investidores profissionais, portanto, são também investidores qualificados, mas nem todo investidor qualificado é, necessariamente, um investidor profissional.
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Vantagens e desvantagens de ser um investidor qualificado
A maior vantagem de ser um investidor qualificado, como você pode perceber, é a ampliação do acesso do investidor a investimentos mais exclusivos – como fundos aplicados no exterior e CRIs e CRAs, por exemplo. Apesar de mais arriscados, estes produtos de investimentos tendem a oferecer um potencial maior de retorno ao investidor – e podem impulsionar os ganhos de uma carteira de investimentos.
Esta grande vantagem, contudo, pode também ser encarada como uma das desvantagens de ser um investidor qualificado. Isso porque, ao ter acesso a investimentos mais restritos, o investidor acaba tendo uma exposição maior a riscos – que, se não ponderados adequadamente, podem resultar em grandes perdas financeiras.
Além disso, é importante ressaltar que parte dos produtos restritos ao grupo dos investidores qualificados não oferece informações menos detalhadas a respeito do investimento e dos riscos inerentes a ele – justamente pelo fato de pressupor que o investidor tenha conhecimento adequado e suficiente para balizar suas decisões de investimento. Os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), por exemplo, não costumam fornecer prospecto ao investidor – como seria comum a outros produtos de investimento, destinados aos investidores de maneira geral.
E é exatamente por conta desta questão que o investidor deve ter um conhecimento mais aprofundado sobre o mercado financeiro e ser capaz de ponderar cada um dos riscos financeiros relacionados às aplicações direcionadas aos investidores qualificados antes de alocar parte do seu capital nestes investimentos restritos.
Como se tornar um investidor qualificado?
Para se tornar um investidor qualificado, como já falamos, é preciso ter ao menos R$ 1 milhão em patrimônio investidos no Brasil ou obter aprovação em um exame de qualificação técnica – tendo, por exemplo, um certificado de Agente Autônomo de Investimento (AAI) da Ancord ou um certificado CNPI de analista de valores mobiliários. Qualquer investidor, no entanto, pode aumentar seus aportes no mercado financeiro e tornar-se um investidor qualificado ao atingir a soma de R$ 1 milhão investida.
Para quem já possui mais de R$ 1 milhão investidos no mercado financeiro, o primeiro passo para se tornar um investidor qualificado é bastante simples: basta solicitar à corretora de valores na qual você possui conta o Termo de Investidor Qualificado para assinatura – um termo mantido na instituição para fins de fiscalização dos órgãos da Comissão de Valores Mobiliários. Caso tenha dificuldades para obtê-lo, você poderá buscar o auxílio do seu assessor de investimentos nesta tarefa.
Se você, no entanto, você não possui R$ 1 milhão investidos, mas deseja ampliar seus aportes para fazer parte deste seleto grupo de investidores, também vale a pena contatar seu assessor de investimentos para aumentar seus investimentos e verificar os procedimentos necessários para se tornar um investidor qualificado e ter acesso a uma gama de novos investimentos, restritos a investidores comuns.
Cautela e boas escolhas de investimento
Independente de ser ou não um investidor qualificado, lembre-se de sempre manter a cautela na hora de montar sua carteira de investimentos e compô-la de acordo com seus objetivos, metas e anseios pessoais – jamais negligenciando os riscos envolvidos.
Somente desta forma você conseguirá manter um portfólio alinhado ao seu perfil de risco e às suas metas e obter bons retornos com seus investimentos no mercado financeiro!
E você, já pensou em se tornar um investidor qualificado? Ainda tem dúvidas sobre o tema? Então compartilhe-as conosco!