Resultados da pesquisa por “fundos de investimento

Reserva de ações da Eletrobras com FGTS termina ao meio-dia de hoje

O trabalhador que tiver interesse em utilizar até metade do saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) tem até o meio-dia desta quarta-feira, 8, para fazer a reserva das ações da Eletrobras que deseja comprar. Não poderá ser utilizado mais de 50% do saldo, e o investimento mínimo é de R$ 200.

A compra não é feita diretamente, mas por meio de fundos que já foram lançados por bancos e corretoras, que comprarão ações da Eletrobras na oferta que culminará na privatização da estatal. Ao todo, são mais de 20 instituições financeiras com fundos abertos para esse investimento.

Com uma demanda elevada e com as corretoras e bancos querendo atrair esses recursos, a concorrência já tem levado a uma queda das taxas de administração. Algumas taxas cobradas, que estavam acima de 1%, estão sofrendo grandes cortes, chegando a 0,15% em alguns casos.

Conforme especialistas, os investidores devem buscar as menores taxas para realizar o investimento, o que é importante para garantir melhor rentabilidade. Cabe lembrar que não se trata de um investimento em renda fixa, mas de renda variável, que embute mais riscos de perda do capital.

O trabalhador que decidir pelo investimento, atraído pela possibilidade de ganhar mais do que os 3% ao ano proporcionados pelo FGTS, terá de entrar no app do Fundo, ofertado pela Caixa, e liberar uma instituição financeira para o investimento.

Depois disso, basta entrar em contato com o banco e fazer a reserva (esse processo pode ser feito por meio de sites e aplicativos). A definição do preço por ação está marcada para amanhã.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Banco Mundial eleva previsão de alta do PIB brasileiro de 2022 e corta para 2023

O Banco Mundial revisou levemente para cima a previsão para crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2022, a 1,5%, de acordo com o relatório “Prospectos Econômicos Globais”, divulgado nesta terça-feira, 7. Na edição de janeiro do mesmo documento, a instituição havia projetado que a maior economia da América Latina cresceria 1,4% este ano.

A entidade, por outro lado, cortou drasticamente a estimativa para a expansão econômica do Brasil em 2023, de 2,7% a 0,8%. Para 2024, a expectativa é por um avanço de 2%.

Segundo a análise, após um começo de ano “sólido”, o País deve registrar enfraquecimento das condições, à medida que a inflação elevada pressiona a renda das famílias. A estagnação de investimentos de empresas e incertezas políticas também são citadas como responsáveis pelo cenário.

O documento ressalta que programas extraordinários para permitir o saque de fundos de seguro contra desemprego trarão alívio às famílias, mas podem impulsionar a inflação. “Em 2023, o impulso fraco e os efeitos em curso da política monetária apertada nos investimentos e na atividade devem limitar o crescimento”, avalia.

Emergentes afetados por guerra na Ucrânia

O Banco Mundial ressalta que a invasão da Ucrânia pela Rússia pesa sobre a atividade em grande parte dos países emergentes. A instituição diminuiu a previsão para crescimento dessas economias em 2022, de 4,6% a 3,4%, e em 2023, de 4,4% a 4,2%.

Projeta ainda que o avanço em 2024 será de 4,4%.

China

Para a China, a entidade reduziu a projeção para crescimento este ano em 0,8 porcentual, a 4,3%, e em de 2023, de 5,3% a 5,2%, com leve desaceleração esperada para 2024, a 5,1%. O país asiático enfrenta desaceleração induzida por surtos de covid-19, que levam à imposição de restrições em várias cidades.

Segundo o Banco, as medidas de política fiscal e monetário do governo devem promover apoio maior que o esperado anteriormente.

“Repetidos surtos de covid-19 e rigorosos lockdowns nas principais cidades reduziriam a recuperação da atividade de consumo e serviços, prejudicaria as cadeias de suprimento e pesaria sobre a confiança de investidores”, ressalta o documento, acrescentando que o mercado imobiliário residencial chinês segue em “estresse financeiro”.


Queda nos preços abre o apetite de grandes companhias por startups

A empresa de tecnologia Locaweb foi uma compradora em série nos últimos anos. Desde 2018, adquiriu 15 startups para complementar seus serviços, que vão desde hospedagem de sites a gestão de redes sociais e e-mail marketing. Após reduzir o ritmo de aquisições nos últimos meses – por considerar os preços pedidos “irreais” -, a companhia começa a ver um cenário mais promissor.

Segundo Fernando Cirne, presidente da Locaweb, isso ocorre porque a virada na economia fez os fundos fecharem a torneira dos investimentos. Agora, diz ele, o mercado está tendo um choque de realidade.

“Alguns estão ainda cobrando valores altíssimos, mas outros estão caindo na real. Quem não entender isso vai quebrar. Estamos no início de um momento difícil, e não no fim”, afirma Fernando Cirne. “E esse momento vai trazer oportunidades.”

Após dois anos de investimentos bilionários em startups por fundos de capital de risco (ou venture capital), o segmento passa por uma mudança. Com os juros subindo no Brasil e no exterior, investidores estão menos afeitos ao risco. Por isso, a quantia de dinheiro antes direcionado para empresas de tecnologia deve cair por um tempo.

Com menos recurso no mercado, startups e fintechs que dependem de aportes para seguir em crescimento terão de buscar alternativas. As medidas vão de cortes de custos à busca por um sócio que traga dinheiro novo.

Assim surgem as grandes empresas em busca de startups com desconto. “Para quem tiver dinheiro em caixa, a crise vai apresentar uma grande oportunidade, e as grandes empresas devem liderar esse movimento com o uso de ferramentas como os CVCs, ou corporate venture capital (fundos criados por empresas para aquisições)”, diz Renato Mendes, sócio da consultoria F5.

Essas negociações entre startups e grandes negócios devem esquentar a partir do segundo semestre, já que a atividade econômica deve se desacelerar até lá. Um indicador que aponta nessa direção é justamente a criação desses fundos de aquisição no Brasil – hoje, o País já tem cem deles.

Entre os grupos abertos a fazer aquisições está o Bradesco. Em fevereiro, o banco concluiu a compra da Digio – pagou R$ 645 milhões por 50% do negócio. Outros negócios podem aparecer, segundo o presidente Octavio de Lazari Jr. “Nunca deixamos de olhar as oportunidades. Claro que, caso as empresas tenham reprecificações, vamos olhar com mais atenção”, disse o executivo ao Estadão.

Número de fundos para investir em startups dispara

Diante da piora do cenário econômico, que deixa em posição mais frágil as empresas que ainda não dão lucro, o movimento de aquisições de startups deve esquentar no segundo semestre. Esse panorama tende a reforçar a participação dos fundos criados por grandes empresas – os chamados CVCs (Corporate Venture Capital) – para investimentos nessas companhias “nascentes”.

Segundo levantamento da consultoria Bain & Company, o número de fundos do gênero de empresas brasileiras teve um salto de nove, em 2015, para 73 em 2021. Para este ano, segundo Andre Fernandes, sócio da Bain e gerente global para o braço de inovação da consultoria Brain Innovation Exchange, o total de CVCs no País deve ultrapassar a marca de cem.

Segundo Fernandes, os números seguirão crescendo à medida que a situação da economia se deteriorar, o que é previsto para os próximos meses.

A previsão se sustenta também na comparação dos investimentos das grandes companhias por meio de CVCs em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). “Essa relação nos Estados Unidos é de 0,45%, três vezes maior do que no Brasil (0,14%). Mesmo os americanos sendo referência, a proporção do Brasil mostra que ainda há muito espaço para esse investimento”, diz o executivo.

Entre as empresas que decidiram abrir seu próprio “CVC” está a Locaweb, de serviços digitais. Em dezembro de 2021, a companhia direcionou R$ 100 milhões para esse fim, mas só usou 10% do total.

Segundo o presidente da Locaweb, Fernando Cirne, o objetivo do fundo é investir em negócios que tenham o potencial de se tornar eventuais subsidiárias da companhia.

Outra empresa de tecnologia que separou dinheiro para comprar startups foi a Stefanini, pela Stefanini Ventures. Com a política de comprar participações – mas sem interferir no dia a dia da operação -, a Stefanini tenta deixar as startups livres para a criação de tecnologias disruptivas, afirma o fundador e presidente Marco Stefanini. Desde 2020, a empresa investiu mais de R$ 500 milhões em aquisições.

Diante do potencial do mercado, o fundador da Stefanini está criando um novo fundo, que ele pretende manter independente. A ideia é atender à crescente demanda de startups que não necessariamente têm ligação direta com os negócios da Stefanini. “Nosso sucesso com a Stefanini Ventures nos estimulou a investir em formatos diferentes. A indústria de venture capital no Brasil tem espaço para crescer, e estamos bem otimistas com o novo projeto”, diz Stefanini, que busca sócios para o CVC.

Campeãs

Segundo levantamento realizado pela consultoria Sling Hub, o Magazine Luiza foi o maior comprador de startups no ano passado, com 11 aquisições, à frente da Locaweb e da Méliuz, com oito negócios cada. De 2018 para cá, a liderança fica ainda mais folgada: 24 compras, nove a mais do que a segunda colocada.

Mesmo com esse DNA comprador, o Magazine Luiza seguirá realizando aquisições por meio do próprio caixa, sem optar por um fundo para centralizar as negociações. Isso deve ocorrer, de acordo com Vanessa Rossini, gerente de relações com os investidores do Magalu, porque a ideia é buscar empresas e empreendedores que se conectem ao ecossistema e ao modelo de negócio do Magalu.

O volume de aquisições chamou a atenção do mercado nos últimos anos. Agora, com queda de 80% no valor das ações nos últimos 12 meses, os mesmos investidores cobram a varejista sobre ter exagerado.

Na divulgação de resultados do primeiro trimestre, Frederico Trajano, presidente da companhia, afirmou que o foco agora será na integração das startups já adquiridas. Mesmo assim, segundo Vanessa, a empresa vai olhar para os bons negócios que possam aparecer. “Não nos fechamos para as oportunidades.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Período de reserva de ações da Eletrobras com recurso do FGTS começa em 3/6

A oferta de ações da Eletrobras terá um valor máximo de R$ 6 bilhões destinado aos investidores pessoa física que queiram utilizar recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para adquirir ações da companhia de energia elétrica, de acordo com o prospecto da operação apresentado nesta sexta-feira, 27, à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

O período de reservas para o varejo, em ambas modalidades, vai de 3 a 9 de junho.

O varejo tem prioridade na oferta em relação aos investidores institucionais. Ainda antes do varejo, atuais acionistas, empregados e aposentados da Eletrobras poderão reservar seus papéis da companhia.

A aquisição será feita por meio de fundos chamados FMP-FGTS, que estão sendo colocados à disposição das pessoas físicas por meio de gestoras e bancos. O valor mínimo para as cotas dos fundos que usam o FGTS é de R$ 200.

A Eletrobras afirmou que está garantida uma alocação mínima de R$ 5 mil e máxima de R$ 50 mil para esses investidores.

O investidor do varejo poderá ingressar na oferta também por meio da aquisição direta de ações. O valor mínimo de alocação, nesse caso, por investidor é de R$ 1 mil, mas as instituições financeiras terão liberdade para aceitar valores abaixo desse patamar.

Migração de papéis da Petrobras e da Vale

Há dois modelos de fundos: o primeiro é os que simplesmente usam recursos hoje nas contas do FGTS para adquirir as ações da Eletrobras; o segundo é aquele que permite a migração de posições em ações da Petrobras e Vale, também adquiridas com recursos do FGTS, para a Eletrobras.

Renda fixa x renda variável

Vale sempre lembrar que o investidor pessoa física, ao usar o recurso do FGTS e aplicá-lo em ações da Eletrobras, passa a fazer um investimento em renda variável, e não em renda fixa, como é o caso do Fundo, que tem rentabilidade pré-fixada.

Em investimentos em ações, o que determina o rendimento é o desempenho do papel, que pode ser positivo ou negativo.


‘As big techs não são melhores do que a gente’ diz presidente da Feninfra

A presidente da Federação Nacional de Call Center, Instalação e Manutenção de Infraestrutura de Redes de Telecomunicações e de Informática (Feninfra), Vivien Suruagy, está em uma cruzada contra as gigantes da tecnologia, chamadas de big techs – empresas como Google, Netflix e Meta (dona do Facebook). Vivien quer que elas sejam tão tributadas e regulamentadas quanto as telecomunicações no Brasil.

Segundo ela, enquanto o setor contribui com mais de R$ 60 bilhões de impostos por ano, muitas dessas empresas de tecnologia nem sequer têm sede no Brasil, o que as faz pagar menos ao Fisco. Além disso, na visão de Vivien, é preciso mudar a regulação. “Não podemos ser contra a digitalização e desenvolvimento, mas quero que mudem as regras e que fique igual para todo mundo.”

Confira, abaixo, os principais trechos da entrevista:

A Feninfra tem se posicionado contra o que considera uma assimetria que as grandes empresas de tecnologia têm em comparação às empresas brasileiras.

Nosso setor tem 110 obrigações regulatórias para cumprir. A comparação que eu faço é a seguinte: imagine duas pessoas que vão trabalhar em uma empresa. Uma delas é liberada para ir ao escritório de bermuda e chinelo, enquanto a outra precisa ir de sapato Chanel e vestido Gucci. Obviamente que a segunda terá muito mais gastos do que a primeira. É isso o que acontece no setor, pois temos obrigações que, apesar de terem fundamento, também têm custo. E não podemos aceitar essa questão de assimetria entre as big techs e as empresas de telecomunicações.

Quais obrigações atrapalham o desenvolvimento do setor?

As empresas de telecomunicações precisam cuidar da satisfação do cliente, questões concorrenciais, direito do consumidor, têm prazos determinados para o atendimento, além das regras de cibersegurança e qualidade do serviço. As big techs, por sua vez, não são obrigadas a seguir uma regulamentação. A única coisa que eu vejo que elas são obrigadas a se adequar é a Lei Geral de Proteção de Dados e o Marco Civil da Internet. E tem a questão da infraestrutura.

Qual seria essa questão?

Essas empresas digitais passaram a trafegar seus serviços digitais na infraestrutura das operadoras e não pagam nada por isso. Ou seja, deixam todos os custos de investimentos para as empresas de telecom. Se eles estão trafegando por voz, dados e imagem, por que não vão ser consideradas como empresas de telecomunicações? Só porque são grandes grupos internacionais?

Vocês também pedem uma equalização na tributação. Quanto o setor paga atualmente?

Enquanto a Netflix, por exemplo, paga apenas o Imposto Sobre Serviços (ISS), nós pagamos o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que tem uma diferença muito grande. No nosso setor, o pagamento médio anual de impostos é de R$ 60 bilhões, tendo em vista todas as esferas, fundos setoriais, Ancine e um monte de coisas. A nossa média de tributos é de 47,5% e pode chegar até a 59,7%.

Mas vocês querem aumentar os impostos e obrigações sobre as big techs ou que diminuam os do setor em que atuam?

Não podemos ser contra a digitalização e desenvolvimento, mas quero que as regras fiquem iguais para todo mundo. E o detalhe é que essas companhias só pagam o ISS quando elas faturam no Brasil, e muitas delas estão com suas sedes fora do País. Eles não são melhores do que a gente.

Quais movimentações a sra. destacaria?

Na Coreia do Sul, por exemplo, já está acontecendo uma movimentação contra esse poder das big techs por meio de uma revisão da legislação. Lá, elas são obrigadas a garantir a estabilidade da rede e auxiliar nos custos, afinal são elas que mais utilizam a infraestrutura. Estudos mostram que, até 2027, cerca de 50% de toda a rede será ocupada por streaming. E somente nós que vamos custear isso? Na Europa também estão discutindo e buscando posicionamentos formais das empresas sobre esse problema.

E como está essa discussão no Brasil?

Precisamos de uma integração maior do Legislativo com o Executivo, do contrário vamos ter problema para encontrar uma forma de diminuir esse desequilíbrio. A discussão ainda é incipiente, mas no Congresso há o projeto de lei das fake news, que tem alguns pontos positivos, como a obrigação das plataformas de redes com mais de 10 milhões de usuários terem representação local.

Em quanto tempo podemos ter algum tipo de definição a respeito disso?

Os outros países tiveram essas redes mais cedo e se mobilizaram para discutir esse assunto. Mas acredito que em dois anos, no máximo, vamos ter esse assunto definido (no Brasil).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


‘As big techs não são melhores do que a gente’ diz presidente da Fenin

A presidente da Federação Nacional de Call Center, Instalação e Manutenção de Infraestrutura de Redes de Telecomunicações e de Informática (Feninfra), Vivien Suruagy, está em uma cruzada contra as gigantes da tecnologia, chamadas de big techs – empresas como Google, Netflix e Meta (dona do Facebook). Vivien quer que elas sejam tão tributadas e regulamentadas quanto as telecomunicações no Brasil.

Segundo ela, enquanto o setor contribui com mais de R$ 60 bilhões de impostos por ano, muitas dessas empresas de tecnologia nem sequer têm sede no Brasil, o que as faz pagar menos ao Fisco. Além disso, na visão de Vivien, é preciso mudar a regulação. “Não podemos ser contra a digitalização e desenvolvimento, mas quero que mudem as regras e que fique igual para todo mundo.”

Confira, abaixo, os principais trechos da entrevista:

A Feninfra tem se posicionado contra o que considera uma assimetria que as grandes empresas de tecnologia têm em comparação às empresas brasileiras.

Nosso setor tem 110 obrigações regulatórias para cumprir. A comparação que eu faço é a seguinte: imagine duas pessoas que vão trabalhar em uma empresa. Uma delas é liberada para ir ao escritório de bermuda e chinelo, enquanto a outra precisa ir de sapato Chanel e vestido Gucci. Obviamente que a segunda terá muito mais gastos do que a primeira. É isso o que acontece no setor, pois temos obrigações que, apesar de terem fundamento, também têm custo. E não podemos aceitar essa questão de assimetria entre as big techs e as empresas de telecomunicações.

Quais obrigações atrapalham o desenvolvimento do setor?

As empresas de telecomunicações precisam cuidar da satisfação do cliente, questões concorrenciais, direito do consumidor, têm prazos determinados para o atendimento, além das regras de cibersegurança e qualidade do serviço. As big techs, por sua vez, não são obrigadas a seguir uma regulamentação. A única coisa que eu vejo que elas são obrigadas a se adequar é a Lei Geral de Proteção de Dados e o Marco Civil da Internet. E tem a questão da infraestrutura.

Qual seria essa questão?

Essas empresas digitais passaram a trafegar seus serviços digitais na infraestrutura das operadoras e não pagam nada por isso. Ou seja, deixam todos os custos de investimentos para as empresas de telecom. Se eles estão trafegando por voz, dados e imagem, por que não vão ser consideradas como empresas de telecomunicações? Só porque são grandes grupos internacionais?

Vocês também pedem uma equalização na tributação. Quanto o setor paga atualmente?

Enquanto a Netflix, por exemplo, paga apenas o Imposto Sobre Serviços (ISS), nós pagamos o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que tem uma diferença muito grande. No nosso setor, o pagamento médio anual de impostos é de R$ 60 bilhões, tendo em vista todas as esferas, fundos setoriais, Ancine e um monte de coisas. A nossa média de tributos é de 47,5% e pode chegar até a 59,7%.

Mas vocês querem aumentar os impostos e obrigações sobre as big techs ou que diminuam os do setor em que atuam?

Não podemos ser contra a digitalização e desenvolvimento, mas quero que as regras fiquem iguais para todo mundo. E o detalhe é que essas companhias só pagam o ISS quando elas faturam no Brasil, e muitas delas estão com suas sedes fora do País. Eles não são melhores do que a gente.

Quais movimentações a sra. destacaria?

Na Coreia do Sul, por exemplo, já está acontecendo uma movimentação contra esse poder das big techs por meio de uma revisão da legislação. Lá, elas são obrigadas a garantir a estabilidade da rede e auxiliar nos custos, afinal são elas que mais utilizam a infraestrutura. Estudos mostram que, até 2027, cerca de 50% de toda a rede será ocupada por streaming. E somente nós que vamos custear isso? Na Europa também estão discutindo e buscando posicionamentos formais das empresas sobre esse problema.

E como está essa discussão no Brasil?

Precisamos de uma integração maior do Legislativo com o Executivo, do contrário vamos ter problema para encontrar uma forma de diminuir esse desequilíbrio. A discussão ainda é incipiente, mas no Congresso há o projeto de lei das fake news, que tem alguns pontos positivos, como a obrigação das plataformas de redes com mais de 10 milhões de usuários terem representação local.

Em quanto tempo podemos ter algum tipo de definição a respeito disso?

Os outros países tiveram essas redes mais cedo e se mobilizaram para discutir esse assunto. Mas acredito que em dois anos, no máximo, vamos ter esse assunto definido (no Brasil).
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Startup Sanar adquire Cetrus por R$ 166 milhões

A Sanar, startup de educação médica, anunciou a aquisição do Cetrus por R$ 166 milhões. A operação contou com investimentos dos fundos Valor, Vox, DNA, Península e Green Rock.

A compradora busca ampliar o ensino especializado para acompanhar a formação do médico desde a graduação até a subespecialidade.

“A jornada que estamos construindo dará para o médico uma plataforma com um único login para toda a vida profissional”, diz o CEO e fundador da Sanar, Ubiraci Mercês.

Ele destaca ainda que a operação é a maior aquisição do setor de educação continuada no Brasil. O objetivo da Sanar é oferecer aulas sobre habilidades super especializadas que ainda possuem lacunas no ensino brasileiros e que ajudam a destravar valor para o sistema de saúde, ainda de acordo com Mercês.

A empresa pretende dar continuidade ao modelo de negócio do Cetrus, oferecendo treinamento prático para profissionais de saúde. Além disso, vai conectar todos os serviços do Cetrus à plataforma Sanar. A partir de agora, a jornada educacional, que começa com Sanarflix na graduação, passa pela Sanar Residência Médica e pela Sanar Pós, e ganha então mais uma etapa.

Ao longo de 27 anos, o Cetrus formou mais de 50 mil médicos em cursos especializados como medicina fetal, ultrassonografia geral, ginecologia e obstetrícia. A empresa adquirida possui quatro unidades: três em São Paulo e mais uma em Recife. Na capital paulista, conta com um laboratório de anatomia.