Resultados da pesquisa por “fundos de investimento

Serena Williams prepara novo fundo para startups e quer investir no Br

Serena Williams, uma das maiores tenistas da história, quer investir no Brasil. Depois de vencer 23 torneios de Grand Slam e conquistar quatro medalhas de ouro em Olimpíadas, a esportista criou uma gestora de recursos, a Serena Ventures, que, em março, anunciou seu primeiro fundo, de US$ 111 milhões, e prepara mais outro. “Tenho muito interesse em investir na África, na América Latina e o Brasil seria um excelente alvo.”

A gestora fará uma nova rodada de captação em breve, contou Serena. E os recursos podem vir para o mercado brasileiro e de outros países da região, buscando, por exemplo, projetos liderados por mulheres e negros. “Não queremos ser uma gestora que faz a mesma coisa há 100 anos”, afirmou a esportista. O desejo é “abrir portas e desbravar mercados”. Por isso, não pretende investir só nos EUA e já tem empresas da África em sua carteira.

Serena veio ao Brasil para participar de um evento da XP com investidores realizado na última quinta-feira, 4. Para um auditório lotado, ela contou deu os primeiros passos no mundo dos investimentos há 9 anos.

Ela disse que sempre que estava nas quadras de tênis ou assistindo partidas, prestava atenção nos patrocinadores e se perguntava por que não poderia investir nessas companhias. Assim, começou a estudar em São Francisco e a se reunir com empresas, principalmente startups, para tentar aprender mais sobre o mundo dos negócios.

Serena contou que, na época, nem sabia o que era chamado “estágio inicial” em uma empresa e acabou fazendo investimentos ruins. “Mas acabei aprendendo muito sobre due diligence (a análise das contas de uma empresa) e a importância de você se informar antes de fazer um investimento”, disse a tenista.

Segmento

A Serena Ventures investe em empresas em estágio inicial, por meio de um fundo de venture capital. “Há uns quatro anos, talvez 5, decidi lançar a Serena Ventures.” O foco da gestora, que se intitula como uma firma não tradicional de investimentos, é investir em “mercados negligenciados, subestimados e incipientes”.

Assim como no esporte, Serena contou que o mundo dos investimentos é parecido. “É preciso muita dedicação.” Ao longo de mais de 30 anos de carreira no tênis, ela contou que conseguiu contatos que hoje são úteis para os negócios.

Mulheres

Em um evento do JPMorgan em Miami, Serena contou que descobriu que menos de 2% do dinheiro dos fundos de venture capital iam para empresas lideradas por mulheres. “E a gente está falando de bilhões e bilhões de dólares, quem sabe até trilhões. Na hora pensei, isso não pode ser verdade e quis checar.”

Ao constatar que a estatística era real, Serena disse que pensou em mudar essa história. “O jeito de mudar essa estatística é ter uma mulher negra assinando os cheques para outras mulheres. Os homens gostam de fazer cheques para outros homens”, afirmou a tenista.

A Serena Ventures já investiu em 60 empresas, das quais 13 são unicórnios (startups com valor acima de US$ 1 bilhão). Da carteira da gestora, 68% são de empresas fundadas por mulheres, muitas delas negras. “As pessoas falam muito de inclusão e diversidade. Investimos em todo mundo.”

Ainda sobre a carteira da gestora, 76% são de empreendedores sub-representados na sociedade americana – 47% são negros e 12%, latinos. Uma das investidas, a Infinite Objects criou uma espécie de porta-retrato que na verdade transmite um vídeo permanente, como uma ideia de tirar essas imagens dos celulares e dos laptops para ficar, por exemplo, em uma estante ou mesa.

Em outros setores, a gestora investe hoje em alimentos, educação, finanças, companhias de criptoativos, além de iniciativas focadas em clima e em esportes.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


ETF o que é e como investir?

Quem deseja investir pode encontrar uma grande variedade de alternativas na bolsa de valores. É possível, por exemplo, alocar o capital em ativos como ações, fundos imobiliários (FIIs), Brazilian Depositary Receipts (BDRs) e especular com derivativos — como opções e contratos futuros. Porém, também é possível investir em ETFs — você sabe o que é […]


Com incerteza e Selic alta, analistas indicam aplicações conservadoras

Com a Selic ainda mais alta, a 13,75%, em um contexto de incerteza a dois meses das eleições, analistas de investimento reforçam a recomendação para investimentos mais conservadores. Para investidores que querem escapar de perdas diante da inflação sem correr maiores riscos, a renda fixa continua sendo aposta. A preferência pela liquidez (de poder resgatar o dinheiro em prazos não longos) também está entre as recomendações.

Especialmente para iniciantes, ser conservador é o nome do jogo, afirma Bruno Di Giacomo, da Nero Capital, que sugere títulos públicos pós-fixados, Tesouro e CDBs indexados ao CDI, por exemplo. Em sua opinião, “não é o momento de correr riscos, e o investidor vai ser bem remunerado sendo conservador”. Mesmo para investidores experientes, aconselha-se a prudência. Giacomo acredita que, apesar das oportunidades com os juros altos, não é momento de modificações arrojadas na carteira de quem já é investidor há mais tempo, mas de capturar boas oportunidades relativamente conservadoras.

Para os que já investem, diz Christopher Galvão, analista da Nord Research, é bom ter uma boa carteira com liquidez diante das incertezas da situação fiscal do País e da política econômica que será adotada nos próximos quatro anos. “Ter uma boa parcela da carteira com liquidez é importante pois, à medida que as eleições forem concluídas e as pessoas terem mais ciência de como vai ser o comportamento em relação a situação fiscal, podem aparecer melhores oportunidades no caminho”, diz.

Para quem quer tirar proveito desse ciclo em que as taxas devem se manter em dois dígitos até o fim de 2023, também são opções, embora com maior risco, fundos multimercados, Certificados de Operações Estruturadas (COEs) e ações na Bolsa, mas com muito cuidado. A melhor estratégia é diversificar.

Juros mais altos na renda significam que os investidores podem escolher investimentos de menor risco com retornos melhores do que em momentos de juros baixos, observa José Falcão, líder da área de análise de investimentos do Nubank. Ele lembra que os investimentos pós-fixados, como os CDBs, têm retorno mais interessante pensando no curto prazo, de um a dois anos, já que a Selic deve ficar ainda na casa dos dois dígitos durante esse período.

Entre suas recomendações estão títulos pós-fixados e atrelados à inflação. “Usando como base o Tesouro Selic 2025, a expectativa é de que o investidor tenha um retorno bruto aproximado de 12,5% ao ano, mas pode ser maior se ele topar correr o risco da renda fixa privada onde há taxas de 115%, por exemplo, para o mesmo vencimento”, fiz Falcão.

Poupança

Educador financeiro do C6 Bank, Liao Yu Chieh exemplifica que, com esse patamar de juro, ao aplicar R$ 5 mil em Tesouro Selic ou em um CDB que rende 100% do CDI, mesmo após descontar a alíquota de 17,5% do Imposto de Renda e considerando a expectativa de mercado para os juros futuros no período, de 13,7% ao ano, o valor líquido a ser resgatado seria de R$ 5,56 mil. Na caderneta de poupança, o valor seria de R$ 5,41 mil, ou seja, uma diferença de aproximadamente R$ 150 em 12 meses (ver quadro).

Nas aplicações indexadas ao CDI – que acompanha o juro básico -, as alternativas, além dos CDBs, são fundos DI, Tesouro Selic e LCIs e LCAs, títulos ou fundos e previdência. “São alternativas que estão com prêmio em relação aos títulos públicos e, em alguns casos, são isentas de IR para pessoa física”, reforça Arley Junior, estrategista de investimentos do Santander.

Outra opção de diversificação para investidores que não desejam oscilações são os COEs. Há alternativas que acompanham diferentes índices, como dólar, Ibovespa, IPCA e S&P. De acordo com Arley Junior, “todos contam com capital garantido, ou seja, se o cliente levar o investimento até o vencimento, terá a proteção do valor investido e, em alguns casos, há ainda uma rentabilidade mínima garantida, onde o investidor ganha o que for maior, entre o desempenho do índice ou uma taxa prefixada”.

Cenário de risco

A renda variável também pode oferecer oportunidades interessantes, mas, com o cenário de incerteza e a proximidade das eleições, pode haver volatilidade nas ações de empresas ao longo dos próximos meses, alertam os especialistas. A Bolsa, por exemplo, está atrativa, mas, na análise de Giacomo, há produtos não indicados no momento. Ele, por exemplo, fugiria de fundos imobiliários e de ações.

O gestor da Inter Asset, Marcelo Mattos, recomenda a diversificação das aplicações, mas fazer uma carteira pensando no longo prazo. Ele ressalta que os preços dos ativos no Brasil já precificam juros altos pelo menos até o fim de 2023. “O melhor é compor uma carteira para ficar posicionado para o médio prazo.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


BITH11: como Investir em Bitcoin por meio de uma ETF?

O Bitcoin hoje é considerado uma ótima alternativa de reserva de valor. A segurança que ele fornece com a sua rede descentralizada chamaram a atenção de investidores tradicionais frente as demais classes de ativos de criptomoedas justamente por essas características, e, sua expressiva valorização na última década. E para tornar o investimento na moeda digital […]


Fundo oferece R$ 940 milhões para controlar Burger King no País

Operadora do Burger King no Brasil, a Zamp recebeu nesta segunda-feira, 1º, uma proposta pela aquisição de 45,15% de suas ações, ao custo de R$ 7,55 por papel – valor 21,4% superior ao do fechamento do papel na última sexta-feira, 29 -, em uma oferta pública voluntária para aquisição (OPA) feita pela MC Brazil F&B Participações.

Caso a operação seja concretizada, a empresa – que faz parte do portfólio de negócios controlados pelo Mubadala Capital, fundo soberano de Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos – vai desembolsar R$ 940 milhões e passará a ter 50,10% do capital social da Zamp – hoje, o fundo do Oriente Médio é dono de 5% dos papéis da rede de fast-food.

Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Zamp diz que o seu conselho de administração está avaliando a proposta em conjunto com seus assessores e que divulgará ao mercado um parecer sobre a OPA em até 15 dias. A oferta foi recebida com otimismo pelo mercado. As ações da rede lanchonetes fecharam o pregão de ontem na Bolsa cotadas R$ 7,39, alta de 18,8%.

Reações negativas

No entanto, de acordo com acionistas e investidores ouvidos pelo Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, no Brasil e no exterior, internamente, a proposta do Mubadala Capital para assumir o controle da Zamp não foi recebida com o mesmo entusiasmo pelos principais acionistas da rede.

De acordo com as fontes, um dos fatores de descontentamento é o fato de que a oferta representa uma queda de mais de 60% em relação à média de preço da ação do Burger King antes da pandemia, em 2019 – quando os papéis eram cotados a cerca de R$ 20.

“Acreditamos que o preço subestima o valor do negócio”, disse um dos acionistas da rede, que afirmou ainda que a oferta não leva em conta as perspectivas de alavancagem operacional que o Burger King pode ter com a retomada das vendas após a pandemia.

Para outro acionista, o preço proposto é “irreal”, considerando o potencial da empresa. A fonte lembra que, na proposta de fusão com a Domino’s, recebida em meados do ano passado, os papéis da rede de eram avaliados a R$ 11,12. Era uma proposta de troca de ações e, conforme acrescenta a fonte, também houve à época reações contrárias à realização do negócio.

Apetite

Nos EUA, em outubro do ano passado, o Mubadala Capital adquiriu a K-MAC Enterprises, companhia que opera mais de 300 restaurantes da Taco Bell e representa cerca de 4% de toda a rede da marca. Por aqui, o que teria feito o fundo olhar para a operação nacional do Burger King foi o preço. Os comentários são também de que o Mubadala pode olhar outros negócios no segmento.

Uma fonte ouvida pelo Estadão/Broadcast conta que outros fundos de private equity já dão sinais de que devem buscar empresas descontadas na Bolsa brasileira pela oportunidade que os preços baixos oferecem no momento.

Resta saber, portanto, se o conselho da Zamp aceitará uma oferta considerada tão baixa por parte de seus acionistas. Entre os maiores investidores do Burger King estão Atmos Capital, Vinci, Morgan Stanley, APG Asset Management, Somerset Capital Management e Montjuic Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Por que as projeções de inflação do BC e do mercado estão mais descoladas?

Nos últimos meses, as projeções do Banco Central e de economistas do mercado financeiro para a inflação em um horizonte de dois anos têm se distanciado, e a diferença entre elas está hoje no pior nível desde março de 2021, quando a autoridade monetária começou o ciclo de alta de juros.

Enquanto o BC ainda vê espaço para reduzir a inflação de 2023 e levar o IPCA para o nível ao “redor da meta” após dois anos de estouro, o caso já é dado como perdido pela maioria dos bancos e consultorias.

Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em junho, o BC estimou que o IPCA deve ficar em 4% em 2023 – ano que é o foco atual da autoridade monetária no combate à alta dos preços. Já o mercado financeiro agora projeta que o índice deve fechar o ano em 5,2%, segundo o mais recente Boletim Focus.

O consenso do mercado para a inflação está acima da projeção do BC desde maio de 2021 e a diferença vem crescendo desde março, logo após a invasão da Ucrânia pela Rússia. Até fevereiro, o desvio era da ordem de 0,3 ponto porcentual. Ela subiu e chegou a 0,7 ponto em junho, com a reunião do Copom, e hoje está em 1,2 ponto.

Também há diferença nas projeções para 2024, outro ano que está dentro do horizonte relevante da política monetária. Enquanto o mercado estima uma inflação de 3,3%, o BC prevê 2,7%.

Para a autoridade monetária, os profundos choques da pandemia de covid-19 e da guerra na Ucrânia deixam tudo mais incerto, até os modelos de previsão. Especialistas avaliam, contudo, que avaliações diferentes sobre a economia global e a brasileira explicam parte da divergência e podem determinar quem vai terminar com a razão.

EXPLICAÇÕES

Para André Braz, coordenador de índices de preços da Fundação Getulio Vargas (FGV), o Banco Central e o mercado financeiro enxergam os mesmos fatores que podem pressionar os preços, mas com magnitudes diferentes. Os lockdowns na China em razão da covid-19, a guerra na Ucrânia, o aumento de juros nos Estados Unidos, as eleições no Brasil com gastos fiscais e a PEC “Kamikaze” entraram no radar de todos. Mas Braz acredita que o mercado pode estar sendo mais preciso desta vez. Ele estima que a inflação termine em 7,5% neste ano e em até 5,7% no ano que vem.

“Há uma adversidade maior no cenário que vai além da nossa fronteira e que influencia a persistência inflacionária no mundo todo. O Federal Reserve (o banco central dos EUA) está lutando contra a inflação americana, que no mês passado veio acima da expectativa”, diz o economista. “Se está difícil para economias mais sólidas, imagina para a brasileira, que vive problemas domésticos e também é vítima de problemas internacionais.”

A combinação de maior risco fiscal brasileiro e aumento de juros americanos tende a fazer com que investidores estrangeiros tirem recursos de países emergentes, como o Brasil, e busquem rendimento em economias mais sólidas. A saída de capital pressiona o câmbio e os preços de produtos influenciados pelas cotações internacionais em dólar, como alimentos e combustíveis.

Por aqui, a taxa básica de juros está a 13,25% ao ano, e algumas casas de investimento já veem a Selic a 14% ou mais, por mais que a expectativa seja a de recuo da inflação com o teto do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em vigor.

“O IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor – Semanal) da FGV referente à segunda semana de julho, por exemplo, saiu de uma variação de 0,72% para 0,24% em 15 dias exatamente por conta do ICMS. Mas se tirássemos a contribuição da gasolina e da energia, ele subiria de novo para 0,72%”, diz Braz. “O resultado mostra que a inflação continua alta e persistente para todo o restante. E mostra para o mercado que existe a necessidade de continuar combatendo a inflação.”

PREMISSAS DIFERENTES

O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, argumentou na semana passada que o modelo usado pela autoridade monetária tem diferenças de premissas. A principal delas é a hipótese – adotada pelo BC desde março – de uma menor volatilidade do preço do petróleo até o fim do ano, que até agora não convenceu o mercado.

O diretor admitiu discrepâncias também na análise da trajetória de preços de bens industriais e na definição da taxa de juros considerada neutra (aquela que nem restringe nem estimula a atividade econômica) – para o BC, agora em 4%. E também avaliou que as mudanças geradas pela pandemia na economia podem demandar ajustes nos modelos de previsão.

Para o analista da Tendências Consultoria Marcio Milan, houve uma mudança estrutural na economia após a pandemia de covid-19, o que significa que os pesos de cada item na cesta de inflação podem ter que ser revisados até que uma sintonia fina encontre a nova realidade.

“Os choques têm sido mais prolongados e os modelos têm tido dificuldade em captar essa mudança. Isso tem gerado uma maior volatilidade nas projeções, com uma variabilidade de estimativas muito maior do que era no passado”, avalia.

Ainda assim, Milan considera que o BC parece estar “muito tranquilo” em relação à inflação de 2024, que já começou a desancorar aos olhos do mercado.

“Temos o IPCA acima do teto da meta já por dois anos seguidos, as projeções para 2023 já estão bem acima da meta e o ano nem começou. Vem aí uma mini-pauta bomba com a alta dos impostos federais sobre combustíveis, com uma porrada para cima nos preços. O cenário é cada vez mais preocupante”, afirma Milan.

À ESPERA DA RECESSÃO?

Para o economista da Tendências, o BC pode estar confiando em uma recessão nos Estados Unidos para esfriar a demanda global, empurrando preços internacionais para baixo com mais rapidez. “Mas é um risco contar com um fator externo que o modelo não captura. Não se sabe se isso vai acontecer ou não”, completa.

O Copom mantém há um ano a possível reversão, “ainda que parcial”, dos preços de commodities em reais, como um fator favorável à baixa de inflação no balanço de riscos – sem materialização até agora. Mas, com as chances crescentes de recessão global, houve redução das cotações em dólar do petróleo, do milho e do trigo no último mês.

Considerando o valor em real, contudo, Vitor Martello, economista-chefe da Parcitas Investimentos, observa que os preços estão “de lado” desde o início do ano e avalia que assim devem ficar até meados de 2023, mesmo se houver uma forte desaceleração da atividade econômica global, por problemas de oferta.

Para Martello, o que mais explica a diferença de projeções entre BC e mercado para 2023 é o efeito rebote das desonerações de combustíveis (com impacto de 0,6 ponto na inflação do ano que vem) e um possível efeito de demanda de consumo mais aquecida por causa dos benefícios liberados pela PEC “Kamikaze” (0,3 ponto). Sua projeção atual para a inflação de 2023 é de 5,3%.

Já a economista-chefe do Banco Inter, Rafaela Vitoria, reduziu sua projeção de IPCA em 2023, de 4,80% para 4,40%. Ela considera que deve haver uma menor pressão de reajustes de preços com base na inflação deste ano e a expectativa de queda dos preços de commodities devido à perda de fôlego da economia mundial.

“A incerteza está pendendo para uma demanda menor. O movimento de commodities reflete isso. O BC pode ir com mais cautela na política monetária e aguardar o impacto na economia”, diz ela, que espera que a Selic termine o ciclo em 13,75%.

O economista Alexandre Lohmann, da Constância Investimentos, avalia que o cenário mais provável é algo no meio do caminho entre o cenário do BC e as projeções mais recentes do mercado para a inflação de 2023, já na casa de 5,6%. “Pode ser factível ficar abaixo do teto da meta no ano que vem. Mas o BC está muito otimista. A inflação no Brasil é muito inercial. Não acredito que vai ter desinflação para baixo de 4% (em 2023)”, diz.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Brookfield procura comprador para Quantum e BRK

Além da empresa de concessões rodoviárias Arteris, a gestora canadense Brookfield, um dos investidores estrangeiros mais ativos no Brasil, com R$ 156 bilhões sob gestão, está buscando comprador para outros dois ativos: linhas de transmissão da Quantum, do setor elétrico, e a empresa de saneamento BRK, disseram fontes.

No caso do processo de venda da Quantum, a Brookfield contratou o BTG Pactual e o Itaú BBA para conduzirem o processo – a venda não inclui toda a empresa, mas cerca de 30%. Na BRK Ambiental, ex-Odebrecht Ambiental, adquirida pela gestora em 2017, o processo de venda ainda não é formal, mas a gestora já interage com potenciais compradores interessados em infraestrutura. Fora isso, o fundo vem buscando compradores para as participações que detém em alguns shoppings centers, como Pátio Higienópolis e Pátio Paulista, ambos em São Paulo.

As vendas, apurou o Estadão, têm relação com o mandato dos fundos da Brookfield. Ou seja: chegou o momento de vender os ativos mais antigos da carteira e retornar o capital aos investidores. A Arteris, por exemplo, é um investimento antigo, o que justifica sua negociação. O momento para a venda não é favorável, dado o ambiente global de incertezas e aversão a risco, situação agravada no Brasil com o ano eleitoral.

Em paralelo ao processo para uma venda privada, a BRK busca uma oferta inicial de ações (IPO, na siga em inglês). No prospecto, atualizado em maio na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Brookfield não consta como acionista vendedor. Porém, uma abertura de capital facilitaria a saída.

Entra e sai

A Brookfield segue compradora no Brasil. Em 2021, por exemplo, investiu cerca de R$ 10 bilhões no País, ao passo que as vendas de ativos somaram R$ 5,5 bilhões. Só no primeiro semestre deste ano já investiu R$ 10 bilhões (o que inclui a compra da Unidas e de 12 prédios da BR Properties) e vendeu R$ 3,6 bilhões.

Procurada, a Brookfield diz que sempre está “avaliando oportunidades de aquisições e de reciclagem de capital” e que não comenta especulações de mercado ou possíveis transações.


Mercado sinaliza aversão ao risco e Petrobras adia oferta de refinarias

Apesar de bem avaliadas pelo mercado, três refinarias da Petrobras recolocadas à venda – Refap (RS), Repar (PR) e Rnest (PE) – têm atraído pouco interesse. Desta vez, o adiamento da oferta desses ativos, de ontem para o dia 29, como apurou o Estadão/Broadcast, teve entre as causas o temor diante da proximidade da eleição. Mesmo grupos para os quais faz todo sentido investir em refino, como as grandes distribuidoras, estariam mais reticentes a três meses do pleito que deve ser protagonizado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e pelo ex-presidente Lula (PT), ambos associados a instabilidade no mercado de combustíveis. Questionada, a Petrobras não se pronunciou.

Fontes de mercado dizem que é possível haver ofertas na nova data, por se tratar de ativos de qualidade em um País com demanda cativa e matéria-prima garantida, em um momento de margem recorde para o refino. Mas é tido como certo que, se houver interesse, o número de potenciais compradores será bem inferior ao registrado na virada de 2019 para 2020, início da primeira tentativa de venda das unidades, que fracassou.

À época, o então presidente da companhia, Roberto Castello Branco, chegou a dizer que havia pelo menos 20 interessados. O Estadão/Broadcast informou que pelo menos dez empresas estavam atentas ao processo de venda, caso das nacionais de distribuição Ultrapar e Raízen, além de estrangeiras, como as suíças Vitol e Glencore, as americanas Valero e CVR Energy, e as chinesas PetroChina e Sinopec, além do fundo árabe Mubadala, que compraria a Refinaria Landulpho Alves (Rlam), hoje Refinaria de Mataripe (BA).

Dois anos e meio depois, Bolsonaro, em fim de governo, pressiona a Petrobras a segurar preços, e Lula, com discurso contrário às privatizações, é líder das pesquisas de intenção de voto. Ambos comportamentos afugentam investidores.

Um estrategista próximo ao processo diz que, se a Petrobras quiser de fato vender as unidades, terá de ser mais flexível nos preços desta vez e dar descontos que compensem o risco de momento e alguma necessidade de investimento que, afirma, não é tão grande como dizem alguns investidores. No caso da Rnest, atrapalha a não conclusão de um segundo trem que dobra a capacidade de produção.

Professor da PUC-RJ, Edmar Almeida acredita que só os grandes grupos de distribuição nacionais, como Cosan e Ultra, ou fundos internacionais podem vir a se apresentar. Nos bastidores, porém, fala-se que o grupo Ultra não deve voltar à carga, depois da frustração em negociações para a compra da Refap no fim do ano passado. O grupo teria oferecido R$ 1,5 bilhão, mas a Petrobras estressou a negociação com pedidos mais altos. Procurado, o Ultra, dono da Ipiranga e da Ultragaz, não se pronunciou.

IMPORTÂNCIA

As três refinarias estão entre as maiores da Petrobras e foram colocadas à venda com as suas unidades de logística. A Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, tem capacidade de refinar 230 mil barris de petróleo por dia e pode dobrar de volume, quando ganhar mais um trem de refino, e se tornar a maior do País. A Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, com capacidade de 207 mil barris/dia, tem como atrativo a produção de biocombustíveis (diesel verde e bioquerosene de aviação). A Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul, com capacidade para 207 mil barris/dia, atende o Sul e exporta o excedente.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.