Resultados da pesquisa por “liderança

Equipe de transição analisa cinco propostas para manter Bolsa Família de R$ 600

A equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avalia pelo menos cinco propostas para tentar garantir a continuidade do pagamento de um Auxílio Brasil (que voltará a ser chamado de Bolsa Família no novo governo) de R$ 600 a partir de janeiro de 2023.

As propostas se acumulam, e cada uma delas tem padrinhos importantes no PT, no Congresso, no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Tribunal de Contas da União (TCU).

Coordenador do governo de transição, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin disse nesta terça, 8, que a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição é uma possibilidade para garantir a continuidade do pagamento do benefício de R$ 600, mas não descartou outras alternativas em análise.

Ele afirmou que a solução será definida nos “próximos dias”, diminuindo a expectativa no mercado em torno de um possível anúncio ainda hoje – quando o presidente eleito estará em Brasília para reuniões com lideranças políticas e com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

“Isso não está ainda definido. É uma possibilidade. Têm várias possibilidades. Uma delas é ter uma PEC para garantir a continuidade do trabalho com foco na questão social. Esse é um caminho, tem outros. Isso vai ser definido nos próximos dias”, disse Alckmin.

Ao longo das negociações feitas ontem, ganhou força no Congresso proposta de retirar todas as despesas do novo Bolsa Família do teto de gastos – a regra que limita o crescimento das despesas à variação da inflação. Retirado o custo integral do benefício, abre-se espaço no Orçamento para acomodar outras promessas feitas por Lula durante a campanha eleitoral, como a correção da tabela do Imposto de Renda de pessoas físicas.

Espaço orçamentário

A retirada do programa social do governo sempre foi um “desejo” do mundo político, sobretudo depois da pandemia de covid-19, quando a elevação das despesas do Auxílio Brasil comprimiu ainda mais o espaço orçamentário para outras políticas devido às restrições do teto de gastos.

Nesse cenário, um total de R$ 175 bilhões sairia do teto de gastos, sendo R$ 105 bilhões já previstos no Orçamento para bancar o pagamento de R$ 405, R$ 52 bilhões para o adicional de R$ 200 e R$ 18 bilhões para um novo benefício, de R$ 150, que Lula prometeu para famílias com crianças de até seis anos.

Sem dar detalhes e se desviando de questionamentos sobre valores da “licença” para gastar em 2023, Alckmin citou alternativas que estão sendo discutidas também com integrantes do Judiciário e do Tribunal de Contas da União usando a opção de abrir um crédito extraordinário. Apesar da insistência da imprensa sobre o valor da licença, ele repetiu que a definição sobre valor e formato será tomada “nos próximos dias”.

Na defesa do aumento de gastos para garantir o novo Bolsa Família, Alckmin disse que todos são favoráveis a dar prioridade à agenda social. “Ninguém é contra garantir, nesse momento, o Bolsa Família de R$ 600. Isso foi unânime”, disse o vice-governador eleito.

Emendas para infraestrutura

A equipe de transição busca uma costura política para usar uma parcela do orçamento secreto para bancar um programa de obras. A carteira de obras seria pactuada com os parlamentares.

No projeto do Orçamento de 2023, os recursos previstos para as chamadas emendas de relator, que sustentam o orçamento secreto, são de R$ 19,4 bilhões. Pela proposta em discussão, essa carteira não seria uma imposição do Executivo, mas baseada em critérios definidos em torno de obras estruturantes com impacto no crescimento da economia.

Além da ausência de transparência, uma das críticas ao orçamento secreto é de que as emendas são muito pulverizadas e não contribuem para um plano estratégico de investimentos para o País, restringindo-se aos interesses paroquiais dos parlamentares.

No Congresso, lideranças do Centrão não querem abrir mão do orçamento secreto. Como mostrou o Estadão, líderes do grupo querem usar o Plano Plurianual (PPA), proposta que define os programas prioritários do governo federal durante quatro anos, para validar o orçamento secreto e blindar essas emendas de cortes durante o próximo mandato presidencial.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Presidente da CMO diz que alternativa é ‘excepcionalizar’ todo Auxílio do teto

Após uma reunião no Congresso com o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, o presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), deputado Celso Sabino (União-PA), afirmou que uma alternativa discutida pela equipe de transição é “excepcionalizar” todo Auxílio Brasil do teto de gastos – a regra que limita o crescimento das despesas do governo à variação da inflação.

Ontem, o líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes (MG), defendeu que os programas de transferência de renda fiquem de fora do teto e de qualquer lei fiscal. O deputado disse que a PEC da transição, negociada pela equipe de transição para deixar algumas promessas de campanha fora do teto, é o início de uma discussão sobre combinar regras fiscais com metas sociais. Inicialmente, a ideia é deixar fora do teto apenas os recursos necessários para manter a elevação do benefício de R$ 400 para R$ 600, ou seja, os R$ 200 adicionais.

Além de Alckmin e Sabino, também participaram da reunião o relator-geral do Orçamento, senador Marcelo Castro (MDB-PI), o senador eleito Wellington Dias (PT-PI), que lidera as discussões orçamentárias na transição, e outras lideranças do PT.

Sabino disse que Alckmin foi levar a ele as preocupações do novo governo com o Orçamento, como a manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600, e afirmou que a CMO está aberta ao diálogo. Castro, por sua vez, reforçou que é necessário aumentar os investimentos públicos para girar a economia. “Com o Orçamento tão exíguo, é difícil administrar o País”, declarou o senador do MDB. Sabino emendou que é consenso retirar do teto recursos para saúde e investimentos.


Lula pode usar decisão do STF sobre renda mínima para bancar Auxílio sem PEC

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva foi aconselhado a usar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a regulamentação da lei que institui a renda básica para pagar o Auxílio Brasil (que deve voltar a chamar Bolsa Família) de R$ 600 a partir de 2023 sem precisar de a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) ter sido aprovada.

Essa alternativa, discutida entre ministros do STF e o presidente eleito, é a quarta proposta na mesa apresentada à equipe de transição.

Em decisão proferida em 2021, o STF obrigou o governo a pagar uma renda básica da cidadania com base na lei 10.835 de 2004 de autoria do ex-senador Eduardo Suplicy que nunca tinha sido regulamentada.

Pela decisão na época, o benefício deveria começar a ser pago a partir de 2022. A ação foi ajuizada pela Defensoria Pública da União no Rio Grande do Sul em nome de um morador de rua. Nenhum dos 11 ministros do Supremo votou contra a regulamentação. O relator do processo foi o ministro do STF Gilmar Mendes.

A lei brasileira, esquecida na gaveta por quase duas décadas, institui por etapas a renda básica de cidadania, começando pelos mais necessitados, até se tornar universal. A expectativa agora é que o Executivo planeje as etapas seguintes até chegar à renda básica universal e incondicional.

O argumento que foi colocado na mesa é que o governo eleito poderá fazer esse pagamento via crédito extraordinário, despesa que fica fora do teto de gastos (regra que limita o crescimento das despesas à variação da inflação). O governo Bolsonaro alegou que cumpriu a decisão com a zeragem da fila do benefício.

Segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, essa possibilidade foi citada, sem entrar em detalhes, na reunião de segunda-feira de Lula com integrantes da equipe de transição, coordenada pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin.

Essa porta de saída via decisão do STF para o pagamento do Bolsa Família de R$ 600 foi deixada aberta para Lula, mas a equação do presidente eleito é apostar na conversa com o Congresso e tentar resolver na política antes da decisão final sobre o caminho a ser seguido.

Uma fonte da equipe disse ao jornal O Estado de S. Paulo que, para resolver o problema urgente do pagamento do benefício social, o STF precisaria ser explícito quanto à possibilidade de transcender todas as regras fiscais: teto de gastos, regra de ouro e meta de resultado primário. Isso para não ficar a insegurança jurídica, preocupação que ronda a equipe.

A estratégia até agora tem sido de seguir por dois caminhos: negociação de uma PEC ampla para abrir caminho às principais promessas de campanha e fazer ao mesmo tempo uma consulta ao Tribunal de Contas da União (TCU) para ver a possibilidade jurídica de fazer o pagamento do Auxílio em janeiro sem precisar da aprovação da PEC. Uma proposta não exclui a outra.

Antes da chegada de Lula nesta terça em Brasília, estão previstas várias reuniões da equipe de transição com o comando da Câmara, Senado e da Comissão Mista de Orçamento (CMO) e lideranças partidárias.

Na reunião de segunda-feira, os técnicos apresentaram o custo das principais promessas de campanha, mas o ponto destacado por Lula na reunião foi o de que ele precisa ter as informações para que todos (inclusive a imprensa) entendam as razões do que vai ser executado de despesas e com quais finalidades.

Lula reforçou a necessidade na aposta do diálogo política para discutir com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para que a proposta seja devidamente construída e não haja ruídos. No fim desta terça-feira, é esperado o resultado dessas conversas para fechar o texto.

A sugestão de usar a decisão do STF se junta a outras três propostas:

1) Aprovar a PEC da transição ampla, que afastaria as regras fiscais para pagar o Bolsa Família, permitindo a edição de um crédito extraordinário;

2) Consulta ao TCU para editar uma Medida Provisória com crédito extraordinário no início do ano que vem sem precisar da regra fiscal;

3) Consulta ao TCU para de usar o orçamento do Auxílio Brasil já previsto para pagar R$ 405. Essa solução segura o pagamento por oito meses, o que necessitaria de uma PEC mais para frente. Mas daria tempo para uma negociação.

Política

A discussão orçamentária para acomodar as promessas de campanha de Lula e permitir o aumento de gastos em 2023 está envolvida na disputa política para as presidências da Câmara e do Senado e na manutenção ou não do orçamento secreto, esquema revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo que consiste na transferência de verba a parlamentares sem critérios de transferência em troca de apoio político.

Na política, quem é a favor da PEC está se articulando ao presidente da Câmara para a proposta passar ainda neste ano, e acha que a chance é antes da eleição das mesas do Congresso, porque o comando atual tem que mostrar boa vontade. Quem é contra acha que não dá pra ficar na mão do Centrão.


José Guimarãe sobre PEC: Lira se comprometeu a ajudar naquilo que for necessário

O deputado federal José Guimarães (PT-CE), uma das principais lideranças petistas no Congresso, se reuniu nesta segunda-feira, 7, com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para tratar da PEC da transição. De acordo com o parlamentar, Lira se comprometeu em “ajudar naquilo que for necessário”, no âmbito dos interesses do governo eleito, desde que tenha “conhecimento prévio”. Guimarães, que é um dos vice-líderes do PT na Casa, é um dos principais interlocutores do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, com Lira.

“Lira se comprometeu em ajudar naquilo que for necessário de interesse do governo, evidentemente, tendo conhecimento prévio daquilo que vai ser debatido, discutido e aprovado”, disse Guimarães, a jornalistas, ao sair de uma reunião da bancada do PT na Câmara. Lula deve se reunir com Lira após chegar a Brasília, mas ainda não há um horário marcado.

Na última quinta-feira, 3, a equipe da transição, coordenada pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, acertou com o relator-geral do Orçamento do ano que vem, senador Marcelo Castro (MDB-PI), a negociação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para deixar promessas de campanha, como a manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600, fora do teto de gastos – a regra que limita o crescimento das despesas do governo à variação da inflação.

O texto foi apresentado hoje a Lula. Como mostrou o Broadcast, uma ala do PT pressiona para que a proposta já traga no texto um valor fechado do “waiver” ou “licença para gastar”. A intenção é, com isso, afastar o temor fiscal no mercado, de que a PEC seja um “cheque em branco” para aumentar os gastos. A decisão deve ser tomada pelo presidente eleito.

Aliados de Lula também pressionavam para que o governo eleito garantisse a manutenção do Auxílio Brasil de R$ 600 via medida provisória (MP), com a abertura de créditos extraordinários, ao invés de negociar uma PEC com Lira. De acordo com Guimarães, contudo, a bancada do PT prefere uma emenda à Constituição. “Estamos aguardando o texto para ser entregue oficialmente ao presidente Lira e iniciarmos as tratativas para aprovação daquilo que é de interesse do governo”, afirmou o deputado. Ele argumentou que a PEC traz mais segurança política e jurídica, sem sobressaltos.

“Tem um novo governo. Foi eleito em cima desta plataforma. Todo mundo quer ajudar. Depois é outra coisa, de base, mas agora é fazer aquilo que o governo vitorioso nas urnas apresentou”, disse Guimarães, ao ser questionado sobre o apoio de Lira. O mais provável, de acordo com o deputado, é que a tramitação da PEC comece pelo Senado. Ele também rebateu críticas às negociações para deixar despesas fora do teto. “Não é novidade para ninguém, nem para o mercado, nem para o Brasil.”


Ouro fecha em alta, com dólar enfraquecido e agenda americana no radar

O contrato mais líquido do ouro fechou em alta nesta segunda-feira, 7, em sessão marcada pela desvalorização do dólar ante rivais e com a agenda americana no radar, incluindo as eleições de meio de mandato dos Estados Unidos amanhã e a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nesta quinta-feira.

Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro fechou em alta de 0,23%, a US$ 1.680,5 por onça-troy.

Hoje, o dólar iniciou o dia em alta, mas perdeu força, fato que influencia na alta do ouro, visto que, ficando mais barato, o metal precioso se torna mais atraente para investidores.

Ainda, no radar dos investidores, está a agenda americana, que é marcada por dois fatos importantes nesta semana: as eleições de meio de mandato, que definirão a liderança da Câmara dos Representantes e do Senado, e a publicação do CPI, dado que deverá direcionar a política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

Espera-se que as eleições nos EUA tenham implicações para os mercados em geral, mas uma área que provavelmente não verá muita reação aos resultados das eleições é o ouro, diz o Conselho Mundial do Ouro (WGC, na sigla em inglês). “Não vemos os resultados das eleições tendo um impacto significativo no ouro desta vez, e é mais provável que ele se baseie no dólar e na política monetária, como aconteceu até agora este ano”, avalia o WGC.

*Com informações Dow Jones Newswires


Inflação é maior risco para negócios no Brasil nos próximos anos, diz pesquisa

A inflação é considerada o maior risco para se fazer negócios no Brasil nos próximos dois anos, seguida pela proliferação de atividades econômicas ilícitas, por confrontos geoeconômicos e, empatados, por crises de emprego e subsistência e choques severos em preços de commodities ou volatilidades.

As conclusões são de pesquisa realizada pelo Centro do Fórum Econômico Mundial para a Nova Economia e Sociedade, pela consultoria de riscos Marsh McLennan e pela seguradora Zurich. Foram entrevistados 12.000 líderes empresariais de 122 países entre os meses de abril e agosto deste ano, com perguntas sobre as maiores ameaças para se fazer negócios nos países do G20 nos próximos dois anos.

A preocupação com a inflação ocupa o topo da lista tanto em países emergentes, como o Brasil e a Argentina, quanto desenvolvidos, como a Alemanha. Em todos os países, também encabeça a lista de preocupações, com 37% das lideranças identificando-a como uma das mais importantes.

A alta de preços também ocupa o topo da lista na América Latina, bem como na Europa, seguida, em ambas as regiões, pela crise do custo de vida. Na América do Norte, a principal preocupação é com a crise da dívida, assim como no sul da Ásia.

Em escala global, o levantamento mostra que o foco atualmente é em riscos econômicos e geopolíticos de curto prazo. Isso inclui tanto a inflação quanto os enfrentamentos geoeconômicos, em um cenário de guerra na Ucrânia e preços em alta ao redor do mundo.

“No entanto, se eles (líderes estão ignorando grandes riscos tecnológicos, isso pode criar futuros pontos cegos, deixando suas organizações expostas a graves ameaças cibernéticas que poderiam afetar seriamente seu sucesso a longo prazo”, diz em nota Carolina Klint, Risk Management Leader da Marsh Europa Continental.

O Group Chief Risk Officer da Zurich, Peter Giger, afirma que os riscos ambientais não podem ser desconsiderados mesmo com a redução no ritmo de aumento das emissões globais de CO2, de 2 bilhões de toneladas em 2021 para 300 milhões de toneladas neste ano.

“A transição para o net-zero caiu muito nas agendas de curto prazo de muitos líderes empresariais. No entanto, os impactos das mudanças climáticas são de curto e longo prazo”, diz ele. Temores como os de desastres naturais ou falha na adaptação às mudanças climáticas apareceram nas listas de preocupações associadas a algumas regiões do globo, mas não estiveram no topo em nenhuma delas.


Justiça rejeita ação contra Magazine Luiza por trainee exclusivo para negros

A Justiça do Trabalho rejeitou a ação movida pelo defensor público federal Jovino Bento Júnior contra a rede Magazine Luiza por seu programa de trainee exclusivo para pessoas negras. Cabe recurso.

O processo gerou um racha na Defensoria Pública da União (DPU). Quando a ação foi proposta, em outubro de 2020, o comando do órgão divulgou um comunicado em defesa de políticas afirmativas do poder público e da iniciativa privada. A DPU disse que os defensores têm independência para trabalhar, mas pregou o “incentivo” às cotas “como forma de reduzir vulnerabilidades”.

A ação atribui o programa de trainee a uma estratégia de “marketing de lacração” e afirma que haveria “imensa desproporção” entre o bônus da política de cota e o “ônus” aos demais trabalhadores. Também argumentou que a medida prejudicaria outros grupos minoritários, como indígenas. O defensor pediu que a empresa fosse condenada a pagar R$ 10 milhões de indenização por danos morais coletivos.

O Magazine Luiza, por sua vez, alega que o programa foi lançado para aumentar a participação de jovens negros nos cargos de liderança da empresa.

A juíza Laura Ramos Morais, substituta na 15.ª Vara do Trabalho de Brasília, citou o racismo estrutural no Brasil e disse que as ações afirmativas servem superar desigualdades históricas. Também concluiu que não há qualquer discriminação no processo seletivo exclusivo para negros.

“É incontroverso que o Brasil prevê a possibilidade de adoção das ações afirmativas, tanto pelo poder público, quanto pela iniciativa privada, com o propósito de promover condições equitativas para a igualdade de oportunidades, inclusão e progresso para pessoas ou grupos sujeitos ao racismo, à discriminação racial e formas correlatas de intolerância. Sendo certo, também, que tais medidas ou políticas não serão consideradas discriminatórias”, diz um trecho da decisão.


Ibovespa sobe mais de 3% em semana pós-eleição de Lula,com transição no radar

A semana pós-eleitoral foi de ganho de 3,16% do Ibovespa, com o investidor, em maior medida, assimilando o processo de transição de governo no Brasil, sem deixar de lado o passo da política monetária dos países desenvolvidos e o desenrolar da atividade econômica na China. O índice saiu da casa de 114 mil pontos no fechamento da sexta-feira passada para os 118.155,46 pontos (+1,08%) no encerramento dos negócios nesta sexta-feira – tendo, inclusive, batido os 120 mil pontos na máxima do dia. Os níveis de fechamento e intradiário foram os maiores desde 21 de outubro.

Os ativos domésticos refletiram nesta semana o bom humor do investidor, especialmente externo, com o desfecho do processo eleitoral no Brasil. A despeito das manifestações em rodovias e da demora em quase dois dias pelo reconhecimento da derrota por parte do presidente Jair Bolsonaro, o mercado recebeu bem os primeiros sinais do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva.

O economista-chefe de Mercados Emergentes da Capital Economics, William Jackson, apontou duas razões para este rali, classificado por ele como “surpreendentemente positivo”. São elas: a indicação do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), para comandar a transição política e a sinalização de uma aliança entre o novo governo e partidos centristas.

A tendência é que o mercado acionário doméstico trabalhe com máxima atenção na política na próxima semana. Passadas as férias na Bahia, Lula retoma atividades na segunda-feira, dia em que faz reunião em São Paulo com aliados políticos. É esperado que o presidente eleito vá a Brasília na terça-feira, para seguir com a costura do novo governo.

No acumulado desta semana, das 92 ações componentes do Ibovespa, 79 subiram. E na ponta negativa, a liderança foi da Petrobras (ON -11,38% e PN -13,11% na semana e -5,23% e -5,51% no dia), numa espécie de ‘lado B’ do resultado eleitoral.

Nesta sexta, especificamente, pesa sobre a companhia o pedido do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União pela suspensão de pagamentos de dividendos pela estatal, o que fez na quinta-feira a ação ter alta firme.

Importante mencionar também a subida forte da Vale ON no dia (+7,59%) e na semana (+7,12%). A aposta do investidor é que a China relaxe a política de covid-zero.

Ainda no exterior, a semana foi de queda nas bolsas de Nova York (Nasdaq -5,65% e S&P 500 -3,35%), em meio ao aperto monetário em curso nos Estados Unidos. O Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) aumentou o juro para a faixa de 3,75%-4,00%, seguido de mensagem considerada hawkish do presidente da instituição, Jerome Powell.