Resultados da pesquisa por “liderança

PEC da Transição: Centrão quer liberar R$ 7,9 bi do orçamento secreto

Lideranças do Centrão se movimentaram ontem no Congresso para incluir na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição uma flexibilização para liberar até o fim do ano R$ 7,9 bilhões de emendas do orçamento secreto que estão hoje bloqueadas.

Segundo apurou o Estadão, a articulação da proposta saiu da Casa Civil do governo Jair Bolsonaro (PL), comandada por Ciro Nogueira. Ele é aliado do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que busca a sua reeleição para o comando da Casa e conta com a liberação dessas emendas como moeda de troca. Revelado pelo Estadão, o orçamento secreto consiste em um esquema de transferência de verbas a parlamentares sem critérios de transparência em troca de apoio político.

A própria PEC liberaria as emendas de relator, que sustentam o orçamento secreto – não de forma direta, mas abrindo espaço no limite do teto de gastos (regra que limita o crescimento das despesas à variação da inflação) em 2022.

As emendas foram bloqueadas pelo governo para o cumprimento do teto de gastos. A expectativa dos aliados do presidente Bolsonaro era de que elas fossem liberadas até o fim do ano para servir de apoio às negociações para as mesas da próxima legislatura tanto do Senado quanto da Câmara.

A chamada PEC da Transição foi proposta pelo governo de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para permitir aumento de gastos em 2023 e cumprir as promessas de campanha. No Congresso, porém, o tamanho da “licença” de gastos chegou a R$ 175 bilhões, com despesas que passam a ser permanentes não só em 2023, mas nos próximos anos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Ações da Amazon sobem com revisão de custos e possíveis mudanças para Alexa

O presidente-executivo da Amazon.com, Andy Jassy, está liderando uma revisão de corte de custos da gigante de tecnologia e reduzindo os negócios da empresa que não foram lucrativos, segundo fontes familiarizadas com o assunto. Como parte da revisão de corte de custos de um mês, a liderança da Amazon está avaliando de perto seus negócios Alexa, de acordo com algumas pessoas. Documentos internos vistos pelo The Wall Street Journal mostram que em alguns anos recentes a unidade de dispositivos da Amazon, que inclui a Alexa, teve um prejuízo operacional de mais de US$ 5 bilhões por ano.

A Amazon está atualmente considerando se deve se concentrar em tentar adicionar novos recursos à Alexa, uma assistente de voz disponível em vários dispositivos. A adição de recursos exigiria um investimento maior, e muitos clientes usam o dispositivo apenas para algumas funções. A Amazon também disse aos funcionários de outras divisões não lucrativas que procurassem empregos em outras partes da empresa porque as equipes em que trabalhavam estavam sendo suspensas ou fechadas, disseram algumas pessoas.

As ações da Amazon subiram mais de 4% na quinta-feira imediatamente após o The Wall Street Journal publicar notícias sobre a revisão de corte de custos. Ao final do dia, os papéis subiram 12,18%, com o mercado se recuperando, depois que os dados mostraram que a inflação diminuiu em outubro.

Na Amazon, a abordagem contrasta com a tremenda expansão da empresa durante a pandemia. Entre o final de 2019 e o final de 2021, a Amazon contratou mais de 800 mil funcionários, principalmente em suas centenas de armazéns, procurando acompanhar um aumento nos pedidos online. Durante esse período, também fechou acordos no valor de mais de US$ 10 bilhões combinados em aquisições de um fabricante de dispositivos robóticos, um estúdio de cinema e televisão e uma empresa de cuidados primários de saúde. A varejista continua investindo em partes do negócio onde vê potencial de crescimento, como saúde, disseram as fontes. Na semana passada, a Amazon anunciou que estava instituindo um congelamento de contratações em empregos corporativos.


Relator do Orçamento 2023 espera texto da PEC entre hoje e amanhã

O relator-geral do Orçamento de 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI), afirmou que a equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva deve apresentar a ele o texto da PEC da transição entre esta quinta-feira, 10, e amanhã, 11. O parlamentar participou de uma reunião na residência oficial do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que também contou com a presença do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin e líderes partidários.

De acordo com Castro, após negociar os detalhes da PEC com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a equipe da transição deve apresentar o texto a ele por telefone. O senador afirmou que, depois de tomar conhecimento da proposta, vai articular a tramitação com os líderes partidários para que haja consenso. Segundo ele, contudo, isso só deve ocorrer a partir da próxima quarta-feira, 16, após o feriado. “O tempo que vamos gastar vai ser gasto em entendimento, negociação”, declarou Castro a jornalistas.

“Só vamos dar início à tramitação quando houver consenso com os líderes”, emendou o senador. De acordo com ele, houve boa receptividade das lideranças partidárias em relação à PEC. A proposta, de acordo com Castro, vai seguir o “trâmite normal”. Primeiro, deve passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e, depois, pelo plenário, mas as duas etapas poderiam ocorrer no mesmo dia.

Também participaram da reunião os senadores Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), Carlos Fávaro (PSD-MT), Alexandre Silveira (PSD-MG), Izalci Lucas (PSDB-DF), Eduardo Braga (MDB-AM), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Weverton Rocha (PDT-MA) e Paulo Rocha (PT-PA), além do ex-ministro Aloizio Mercadante.


Bolsas de NY fecham com maiores altas em 2 anos, com publicação do CPI e Fed

As bolsas de Nova York tiveram sua melhor sessão em dois anos, incluindo uma alta acima de 6% do Nasdaq, seguindo a publicação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) americano em outubro. A desaceleração nas marcações deu perspectivas para a redução no aperto monetário do Federal Reserve (Fed), que vem pressionando ativos ao longo do ano.

No fechamento, o Dow Jones subiu 3,70%, aos 33.715,37 pontos, o S&P 500 ganhou 5,54%, aos 3.956,37 pontos, e o Nasdaq teve alta de 7,35%, aos 11.114,15 pontos.

Para Edward Moya, analista da Oanda, as ações estão subindo já que Wall Street finalmente vê luz no final do túnel do ciclo de aperto do Fed. O relatório de inflação ajudou os papéis a registrarem seu melhor dia de negociação em dois anos, lembra. Os rendimentos dos Treasuries estão em queda livre, o dólar está afundando e praticamente todos os ativos de risco estão subindo com o CPI, avalia Moya.

A Capital Economics acredita que os dados do núcleo CPI não irão persuadir por si só o Fed a abandonar sua postura agressiva. No entanto, o indicador marca o início de uma tendência desinflacionária que convencerá a autoridade a interromper seu ciclo de aperto no início do próximo ano, com a taxa básica de juros atingindo um pico de 4,50% – 4,75%, e começar a cortar as taxas novamente antes do final de 2023. As perspectivas de uma menor elevação para dezembro também se consolidaram. Segundo o monitoramento do CME Group, a chance de uma alta de 50 pontos-base nos juros estava em 80,6%, de 56,8% ontem. Já a possibilidade de uma elevação de 75 pontos-base foi a 19,4%, de 43,2% anteriormente.

O destaque entre as altas foi a Amazon, que subiu 12,18%. O CEO da empresa, Andy Jassy, está liderando uma revisão de corte de custos e reduzindo os negócios da empresa que não são lucrativos, segundo fontes disseram ao Wall Street Journal. A liderança da Amazon está avaliando de perto seus negócios Alexa. Documentos internos vistos pelo jornal mostram que em alguns anos recentes a unidade de dispositivos da Amazon, que inclui a Alexa, teve um prejuízo operacional de mais de US$ 5 bilhões por ano.

Moya lembra que um “período sombrio” para as cripto deveria começar após o desastre do FTX, mas o CPI deu a todos os ativos de risco um grande impulso, com o Bitcoin subindo mais de 10%. Empresas ligadas ao ramo que tiveram fortes recuos nos últimos dias conseguiram alguma recuperação hoje, como Coinbase (+13,56%) e Robinhood (+10,36%).


Lula critica ‘estabilidade fiscal’ e defende ampliação de gastos; mercado reage

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva fez um discurso com críticas à “estabilidade fiscal”, ao defender que é preciso colocar a questão social na frente de temas que interessam, segundo ele, apenas ao mercado financeiro. O petista também questionou por que ter meta de inflação e não ter meta para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

“Por que as pessoas são levadas a sofrerem por conta de garantir a tal da estabilidade fiscal desse País? Por que toda hora as pessoas falam que é preciso cortar gastos, que é preciso fazer superávit, que é preciso fazer teto de gastos? Por que as mesmas pessoas que discutem teto de gastos com seriedade não discutem a questão social neste País?”, questionou, em discurso no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).

Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, ganhou força na equipe de transição a opção de retirar as despesas do Auxílio Brasil do teto de forma permanente, o que desagradou o mercado. Para o setor financeiro, a saída que vem sendo negociada pela equipe de transição, que também teria de ser feita via PEC, pode deteriorar a trajetória de sustentabilidade da dívida pública.

Os investidores reagiram automaticamente ao discurso desta quinta-feira, 10. Às 11h55, durante a fala de Lula, o Ibovespa, principal índice da B3, caía 2,63%, aos 110.596,89 pontos, após ceder 3,42%, na mínima aos 109.696,71 pontos.

Segundo o petista, é preciso mudar a forma de encarar determinados gastos que são feitos pelo poder público. “É preciso mudar alguns conceitos. Muitas coisas que são consideradas como gastos neste País, precisam passar a ser encaradas como investimento. Não é possível que se tenha cortado dinheiro da farmácia popular em nome de que é preciso cumprir a meta fiscal, cumprir a regra de ouro”, disse Lula.

Críticos à expansão sem controle das despesas afirmam que a responsabilidade fiscal é o que permite mas gastos para o social ao se economizar com a conta de juros da dívida.

O presidente eleito lembrou que, durante seus dois mandatos, entre 2003 e 2010, o Brasil respeitou as metas fiscais, os índices de inflação e deixou o País com superávit, em vez de dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Lula reafirmou, como fez na campanha eleitoral, que o país tem que retomar a credibilidade, a estabilidade e a previsibilidade. “A sociedade não pode ser pega de surpresa”, disse o petista.

Em sua primeira visita ao local onde se instalou a equipe de transição, Lula disse que os bancos públicos, como o BNDES, também precisam voltar a olhar para os temas sociais e que os financiamentos promovidos hoje por essas instituições devem ser readequados.

Lula disse que a Petrobras não será fatiada e que o Banco do Brasil e a Caixa não serão privatizados.

Petista chora ao falar de volta da fome

Lula se emocionou e chegou a interromper sua fala quando citou um trecho do discurso que fez em sua vitória de 2002, ao comentar o tema da fome, que voltou à pauta nacional. “Se quando eu terminar esse mandato cada brasileiro estiver tomando café, almoçando e jantando, eu terei cumprido, outra vez, o meu papel”, disse o presidente eleito. “Restabelecer a dignidade do povo é a única razão de eu voltar. Se quando eu terminar esse mandato, cada brasileiro estiver tomando café, almoçando e jantando, terei cumprido minha meta.”

O presidente eleito afirmou ainda que pretende conversar com o agronegócio para entender “qual é a bronca” do setor com sua eleição, já que este pagava juros menores durante a gestão petista em relação ao cenário atual. O agro foi um dos principais setores a apoiarem a reeleição de Jair Bolsonaro.

Lula também criticou os pagamentos de dividendos a acionistas para a Petrobras, enquanto os investimentos, disse ele, ficam com uma menor parcela. O presidente eleito criticou o pagamento de dividendos futuros previstos para acionistas. “Qual é a ideia? Esvaziar o caixa da Petrobras, para que a gente não possa fazer nada.”

Menção ao nome de Bolsonaro

Durante toda a sua fala, Lula mencionou o nome de Bolsonaro em poucas ocasiões, como no momento em que comentou a viagem que fará ao Egito na próxima segunda-feira, 14, para a COP 27. “Já vou ter no Egito mais conversa com lideranças mundiais num único dia, do que o Bolsonaro teve em quatro anos”, comentou. “Vamos recolocar o Brasil no centro da geopolítica internacional. Vocês não têm noção da expectativa que o Brasil está gerando no mundo”, afirmou o presidente, que disse ter recebido, em um único dia, 26 ligações internacionais para felicitá-lo em sua vitória.


Políticas públicas precisam entregar também acolhimento, diz presidente da Caixa

A presidente da Caixa, Daniela Marques, destacou na manhã desta quarta-feira, 9, que as políticas públicas, materializadas pelos órgãos públicos, precisam acolher pessoas em situações de vulnerabilidade. “A política pública precisa entregar capacitação, crédito e tecnologia, além de acolhimento.”

Daniela Marques participou do congresso ABVCap, no Copacabana Palace, na zona sul do Rio.

A executiva destacou o trabalho que vem sendo desenvolvido pela Caixa, com incentivos ao empreendedorismo feminismo e, também, um olhar atento dos funcionários para situações críticas em que a necessidade de assistência é gritante. “Foi criada uma vice-presidência de sustentabilidade na Caixa, que pode ser hub de conectividade”, afirmou.

Ela salientou a assimetria entre a presença feminina no corpo geral do serviço público e nas lideranças. “Hoje, 52% dos aprovados em concurso público são mulheres, mas nos cargos de comissão, a maior média que já houve foi 27%

Na Caixa, dos 90 mil empregados, cerca de metade são mulheres. “Consegui montar um time de 12 vice-presidências com cinco mulheres.”

Ela contou que tenta buscar o filho na escola todos os dias e estimula os outros funcionários a fazer o mesmo.

Sobre a experiência da Caixa com private equity, Marques lembrou que “o passado teve casos escandalosos” e hoje em dia os controles tornam a gestão muito difícil para o quadro técnico. Se houver perdas, o que é normal no setor, disse a executiva, cria-se uma situação que coloca os gestores na mira de investigações. Segundo Marques, o quadro técnico ficou traumatizado e isso é um dos motivos para a Caixa não ser um indutor, como poderia. “Precisa ter governança muito forte de técnicos para não virar refém e ter o CPF processado sem ter feito nada de errado.”

No mesmo evento, a diretora de emissores da B3, Flávia Mouta, lembrou que 70 companhias se submeteram ao ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial) e 48 conseguiram entrar. “Na última composição de carteira, um questionário específico sobre diversidade e inclusão tem peso bastante relevante no ISE.”

E lembrou: “A questão da diversidade começou de forma tímida e foi ganhando forma. Primeiro verificada a presença de mulheres, depois a remuneração e enfim ampliando para gênero, raça, origem indígena e refugiados.”

A executiva ressaltou que a B3 tem uma meta de impulsionar mulheres em cargos de gerente para cima e pretende chegar a 35% até 2026. A partir de 2023, incentivará empresas a ter na alta liderança uma mulher e uma pessoa negra, deficiente ou LGBTQIA+.

“Temos papel de indução de boas práticas para outras companhias listadas.”

Por sua vez, Oscar Decotelli, sócio fundador e CEO da DXA Invest, frisou que os meninos pretos e pobres querem ser jogador de futebol ou cantor porque vê os exemplos de sucesso. “É preciso mudar o topo para que as crianças vejam exemplos.” “E não faltam empreendendores negros que já estão crescendo”, disse.


Movimento ‘Elas no orçamento’ indica mulheres para cargos em governos

Diante da ainda baixa presença feminina em cargos-chave do setor público, o movimento “Elas no Orçamento” aproveitou o momento de formação de equipe dos governos recém-eleitos em Brasília e nos Estados para divulgar uma lista de 170 mulheres que se destacam nas áreas de orçamento, finanças e planejamento. As indicações partiram de mulheres e homens que nos últimos meses preencheram formulário preparado pelo movimento, que visa à igualdade de gênero em cargos de liderança no setor público.

Os nomes foram conferidos em bancos de dados públicos e informações disponíveis em redes profissionais como o LinkedIn e Lattes. A lista é composta por mulheres em diferentes estágios de carreira com experiência no setor público, em empresas privadas e no terceiro setor.

“É um banco de dados incrível para subsidiar a igualdade de gênero nos governos federal e estaduais recém-eleitos”, diz Clara Marinho, uma das quatro mulheres que criaram a iniciativa #elasnoorçamento.

Clara é analista da Secretaria de Orçamento Federal do Ministério da Economia, onde é encarregada de fazer com que os recursos públicos sejam destinados a programas de redução das desigualdades de raça e gênero. Trabalhou na elaboração do Orçamento Mulher, aprovado pelo Congresso para 2022, e em pesquisas para criar metodologias para canalizar recursos orçamentários.

As outras idealizadoras são Julia Rodrigues, consultora de orçamento da Câmara; Rita Santos, consultora de orçamento do Senado, e Roseli Faria, analista de planejamento e orçamento do governo federal.

A lista está aberta e continuará recebendo indicações, captadas de todas as regiões do País. Os contatos de cada indicada também estão disponíveis.

A lista pode ser encontrada nas redes: Elas N’Orçamento (LinkedIn) e elasnoorçamento (Instagram). Em caso de dúvidas, basta enviar o e-mail para elasnorcamento@gmail.com.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Fundos estrangeiros acenam com volta após ‘quarentena’ ambiental

Há pouco mais de dois anos, um grupo de investidores europeus que administram mais de US$ 4 trilhões em todo o mundo ameaçou tirar recursos do Brasil, por pressão contra o desmatamento da Amazônia, que deu um salto ao longo do governo do presidente Jair Bolsonaro. Agora, há uma sinalização de que as restrições de investimento no País devem mudar, em razão da vitória do petista Luiz Inácio Lula da Silva.

Um exemplo foi dado pelo fundo nórdico Nordea, que possui mais de € 400 bilhões sob gestão. “Nossa equipe de dívida de mercados emergentes está analisando a suspensão da restrição que temos há muito tempo sobre novos investimentos em títulos do governo brasileiro. Estamos otimistas de que conseguiremos suspender nossa quarentena”, afirmou ao Estadão o chefe de investimentos responsáveis da Nordea Asset Management, Eric Pedersen.

“A campanha e as promessas de Lula indicaram que ele se concentrará na preservação da região amazônica significativamente mais do que o governo anterior. O primeiro passo seria fazer valer novamente o código florestal existente e reconstruir o Ibama e outros órgãos relevantes”, aponta.

Preocupação global

A gestora KLP, maior fundo de pensão da Noruega, também demonstra mais otimismo em relação à agenda ambiental no Brasil com o governo recém-eleito. “O aumento dramático do desmatamento da Amazônia no último ano é uma questão de preocupação global”, ressaltou o analista sênior de Investimentos Responsáveis na KLP Asset Management, Arild Skedsmo.

Segundo Skedsmo, a falta de liderança política sobre o desmatamento prejudicou a reputação internacional do Brasil. “Isso tem sido uma grande preocupação para os investidores. Lula da Silva prometeu explicitamente reverter essa tendência e tem muita credibilidade de seu mandato presidencial anterior.”

COP-27

Nesta semana, em uma das primeiras ações como presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva viaja ao Egito, onde ocorre a COP-27, conferência do clima organizada pela Organização das Nações Unidas (ONU). Ele irá acompanhado de Marina Silva, cotada para o Ministério do Meio Ambiente e que chancela aos olhos dos investidores as promessas do presidente eleito em relação ao meio ambiente.

O presidente do fundo norueguês Storebrand, Jan Erik Saugestad – executivo que em 2020 liderou um grupo que cobrou do governo brasileiro medidas de proteção à Amazônia – afirma que houve alguns desinvestimentos específicos por conta do tema ESG e desmatamento. “Lula assumiu o compromisso firme de acabar com o desmatamento. As próximas semanas vão esclarecer muito mais sua estratégia, mas já vemos sinais positivos como a retomada das discussões para a reabertura do Fundo Amazônia”, diz. “Estabelecemos as expectativas que queremos ver, como a aplicação do Código Florestal brasileiro, o fortalecimento das agências brasileiras encarregadas de implementar a legislação ambiental e de direitos humanos e evitar quaisquer desenvolvimentos legislativos que possam impactar negativamente na proteção florestal.”

Responsável pelos ativos no Brasil da holandesa Robeco, uma das maiores casas de investimento da Europa, com € 200 bilhões sob gestão, Daniela da Costa-Bulthuis comenta que o olhar no momento é de otimismo no Brasil, mas afirma que a situação é grave e que são necessárias por parte do novo governo medidas efetivas e urgentes sobre o tema. Ela frisa que Marina Silva tem grande credibilidade com os investidores estrangeiros.

“Queremos ver execução. É preciso haver uma proteção dos agentes ambientais e mais recursos, além de uma proteção dos próprios povos indígenas”, afirma a especialista, relembrando que desde 2019 houve uma deterioração acelerada da reputação do País em relação não só ao meio ambiente, mas aos direitos humanos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.