Ter renda passiva costuma ser um dos objetivos dos investidores. Por meio dela, você obtém recebimentos sem trabalhar por eles — e pode alcançar a independência financeira. Nesse sentido, os fundos imobiliários são exemplos de investimentos disponíveis para compor a renda passiva.
Contudo, as condições de mercado podem afetar o rendimento deles. Com isso, surge a dúvida principal: será que os FIIs ainda são boas alternativas para quem tem o interesse de gerar e viver de renda passiva?
Neste artigo, você entenderá como responder a essa questão sobre só fundos imobiliários. Confira!
O que são e como funcionam os FIIs?
Para começar, saiba que o fundo de investimento imobiliário (FII) é um investimento de renda variável que funciona como um condomínio financeiro. A participação está condicionada à aquisição de cotas, que são negociadas na bolsa de valores.
Já a movimentação dos recursos é feita por uma gestão profissional, que escolhe os ativos e executa as operações segundo a estratégia do fundo. Embora todo FII priorize o investimento ligado ao mercado de imóveis, há diferentes tipos. Os três principais são:
- fundos de papel: focam em aplicações financeiras relacionadas ao setor de imóveis, como letra de crédito imobiliário (LCI), letra hipotecária (LH) e certificado de recebíveis imobiliários (CRI);
- fundos de tijolo: investem a maioria dos recursos em imóveis físicos para aluguel ou venda;
- fundos de fundos: priorizam a aquisição de cotas de outros FIIs do mercado.
Vale saber que, independentemente do tipo de FII, eles são obrigados por lei a distribuir parte dos seus lucros. Com isso, os fundos imobiliários devem compartilhar, pelo menos, 95% dos ganhos na forma de dividendos — no mínimo semestralmente.
Como os fundos imobiliários podem ajudar a compor uma renda passiva?
Como você viu, os FIIs podem ajudá-lo a obter uma renda passiva. Afinal, eles são obrigados a pagar dividendos quando obtêm lucro — o que permite ao investidor conquistar um rendimento para além da valorização das cotas.
Dependendo do tipo de FII, há como receber dividendos com regularidade. Em fundos de tijolo voltados para o aluguel, por exemplo, é comum que o veículo faça a distribuição de uma renda mensal para os cotistas.
Qual a relação entre o cenário econômico e os fundos imobiliários?
Apesar do potencial de composição de renda passiva, é preciso pensar em como as condições econômicas impactam os fundos imobiliários. Isso porque, em certas condições, eles podem não ser tão atraentes.
Em um cenário com a Selic em alta, por exemplo, muitas pessoas se perguntam se ainda é uma boa opção investir em FIIs. A depender da sua estratégia, é necessário ter mais cautela com a escolha. Afinal, essa taxa serve como referência para todas as outras cobradas no mercado.
Desse modo, a alta na Selic pode tornar financiamentos mais caros, fazendo com que o mercado imobiliário fique menos aquecido. Logo, esse cenário pode se refletir nos FIIs e na capacidade de pagar dividendos.
Além disso, a Selic alta costuma ser consequência de uma inflação elevada. Quando isso acontece, a rentabilidade real dos investimentos pode ser afetada. Assim, é preciso reforçar a atenção com o rendimento do FII para saber se ele continua vantajoso.
Por outro lado, é interessante observar que um cenário menos aquecido do mercado imobiliário pode trazer a chance de investir em FIIs descontados. Desse modo, a Selic em alta não significa que o investimento não valha a pena. A decisão depende da sua estratégia de análise fundamentalista.
Vale a pena investir em fundos imobiliários?
Como você acompanhou, os movimentos do mercado podem interferir na performance dos FIIs. Com isso, em certos momentos é comum que surjam dúvidas se ainda é válido investir nesses fundos — especialmente com o objetivo de compor renda passiva.
Para responder a essa pergunta você deve começar, primeiro, avaliando seu perfil de investidor e seus objetivos financeiros. Em relação ao perfil, é preciso ter uma tolerância ao risco um pouco maior, já que os FIIs são investimentos de renda variável e estão expostos ao risco de mercado.
Para manejar os riscos, os seus objetivos financeiros devem estar mais alinhados ao longo prazo. Nesse caso, uma condição econômica temporária tende a causar menos impacto se você observar os resultados em um período de anos, em vez de meses, por exemplo.
Depois de considerar seu perfil e objetivos, também é essencial analisar as condições do fundo imobiliário. Por meio da análise fundamentalista é possível conhecer seus indicadores. Um fundamento de destaque é o dividend yield, que revela a capacidade de pagamento de dividendos.
Ainda, considere se você pretende fazer outros tipos de investimento para compor renda passiva. Mediante diversificação, eventuais quedas no retorno dos FIIs podem ser compensadas por ganhos de outros investimentos.
A partir da avaliação desses pontos, você poderá definir se vale a pena investir em FIIs como uma das formas de ter renda passiva. Assim, há como compor sua carteira de modo mais estratégico.
Como investir em FIIs para gerar renda passiva?
Após a análise, pode ser que você conclua que investir em FIIs faz sentido para você. Com isso, o próximo passo é avaliar as possibilidades e procurar as melhores opções de investimento de acordo com seu objetivo.
Com a ajuda dos indicadores fundamentalistas, é possível reconhecer os FIIs mais interessantes. Você pode avaliar, por exemplo, o pagamento de dividendos, a taxa de vacância (no caso de fundos de aluguel), a taxa de capitalização e outros aspectos.
Além disso, vale pensar na diversificação. Criar uma carteira variada de fundos imobiliários pode ajudar na composição de renda passiva. Com FIIs que pagam dividendos em períodos diferentes do ano, você poderá ter recebimentos mais frequentes, por exemplo.
Para investir efetivamente nos FIIs, você deve abrir conta em uma corretora de valores. Assim, será possível acessar o home broker — plataforma pela qual você poderá emitir ordens de compra das cotas de interesse. Ao longo do tempo, ficará mais simples compor sua renda passiva.
Conforme você aprendeu, os fundos imobiliários podem ajudar na composição de renda passiva pelo pagamento de dividendos. Se eles estiverem alinhados com seu perfil de investidor e com seus objetivos, ainda podem ser boas alternativas para obter esse tipo de rendimento.
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