Quem já realiza investimentos provavelmente está preocupado com o que acontecerá com seus ativos na crise. Por outro lado, quem ainda não tem dinheiro investido pode estar curioso para começar nesse universo – já que, nestes momentos, surgem oportunidades.
Em ambos os casos, é preciso saber como investir na crise. Afinal, o momento traz especificidades em relação ao andamento normal da economia. Então, o que fazer para basear suas decisões em dados consistentes?
Neste post, reunimos 7 dicas de ouro que lhe ajudarão a organizar as ideias e montar (ou remanejar) uma boa carteira em tempos críticos. Aproveite!
1. Seguir a estratégia
A primeira orientação para investir melhor na crise é se manter fiel à sua estratégia inicial. Isso, claro, para quem já vem investindo dinheiro nos últimos meses ou anos e tem uma estratégia consolidada.
Se você não baseia suas escolhas em um planejamento estratégico, a crise é a hora ideal para rever a postura. Fazer investimentos sem um plano por trás é um hábito muito arriscado, pois não há clareza sobre o que se espera.
Imagine alguém que entrou na renda variável em um bom momento, mas sem entender bem como ela funcionava – a escolha dos ativos se deu por sugestões de amigos ou buscas rápidas na internet. E, depois de alguns meses, uma crise se inicia.
É provável que o investidor não saiba como reagir a ela, certo? Em contraponto, alguém que estudou o assunto e montou uma carteira estratégica consegue ter mais calma diante de dificuldades.
Então, seja qual for sua estratégia, não saia dela sem pensar. Aproveite a crise para avaliá-la e verificar se foi a melhor decisão de investimentos. Se acabar concluindo que não foi, utilize o período para rever escolhas e buscar técnicas alternativas – sempre com cuidado.
2. Não esquecer seu perfil e objetivos
Não importa quantos problemas ou quantas oportunidades interessantes pareçam surgir na crise, você nunca deve perder de vista o seu perfil de investimentos e os seus objetivos. Por maior que seja o impulso de fazer isso, seja racional.
Durante uma crise, é comum que as informações sejam desencontradas e apareçam muitas dicas confusas. Mas lembre-se: decisões tomadas sem cautela em plena crise podem trazer dificuldades ainda maiores depois.
Vamos dar um exemplo de como o perfil e os objetivos são importantes. As crises econômicas podem levar à diminuição dos juros da renda fixa. Entretanto, não significa que investidores conservadores e com objetivos de curto e médio prazo devam sair completamente dela.
Se o perfil e os objetivos continuam, a estratégia também deve ser mantida. É possível flexibilizar um pouco para remanejar a carteira e aproveitar algumas possibilidades, mas é importante não deixar de lado o equilíbrio.
O mesmo vale para um investidor arrojado. Uma crise na bolsa de valores não deve levá-lo a colocar todo seu patrimônio em aplicações conservadoras. O ideal é continuar considerando seu perfil, seus objetivos e sua estratégia para fazer escolhas de investimento.
3. Manter dinheiro em liquidez
Investir melhor na crise envolve se preparar para dificuldades financeiras. E um passo essencial é ter uma parte do seu dinheiro em alta liquidez, de forma que fique disponível em momentos emergenciais.
Na verdade, a segurança não é exclusiva para momentos críticos. Uma carteira de investimentos sempre precisa levar em consideração a existência de imprevistos. Logo, não vale a pena arriscar todo o patrimônio.
A reserva de emergência e as quantias voltadas para planos de curto prazo devem ficar aplicadas em alternativas seguras e com resgate fácil. Assim, você consegue se organizar melhor e evita problemas – ou até mesmo prejuízos.
4. Ter cuidado com o efeito manada
O efeito manada é um impulso muito comum entre os seres humanos. É algo que nos leva a desejar fazer a mesma coisa que outras pessoas estão fazendo. Vale a pena ter cuidado com ele, especialmente em períodos de crise.
Em épocas assim, é comum que existam determinados padrões comportamentais em grupos. Por exemplo, várias pessoas estarão se desfazendo de suas posições na renda variável por medo. Enquanto isso, outras dirão que é o momento de investir.
O problema é que, nos dois grupos, podemos ver gatilhos para o efeito manada. Então, a dica é não tomar nenhuma decisão baseada apenas no que você vê os outros fazendo. Seja para entrar ou sair de investimentos, busque informações relevantes antes de escolher.
5. Identificar oportunidades na crise
Como você está percebendo, nossas sugestões para investir na crise envolvem ter calma e continuar na estratégia que tem adotado até aqui. Ou seja, siga realizando investimentos, se possível.
Além de manter a linha que já vem funcionando para você, vale a pena também identificar oportunidades que surgem entre as dificuldades econômicas.
Um grande exemplo são as ações na bolsa de valores. De modo geral, é possível encontrar preços diferenciados na crise.
O que isso significa? Que algumas boas empresas, com gestão sólida e finanças positivas, podem estar sendo negociadas por valores mais baixos no mercado financeiro. Logo, adquirir ações agora poderá trazer lucros interessantes quando a recuperação econômica acontecer.
Mas atenção: pode ser bem difícil identificar o que é oportunidade e o que é apenas risco. Tenha em mente que nem tudo que está barato é interessante. Afinal, empresas com caixa ruim também estarão sendo negociadas por preços menores.
6. Acompanhar o cenário e as notícias
Algumas crises econômicas trazem efeitos rápidos e exigem que o investidor se mantenha constantemente atualizado.
Então, não deixe de acompanhar o cenário macro – e as notícias envolvendo o mercado financeiro – e busque entender como ele pode impactar a sua carteira e as suas decisões.
Por exemplo, quem investe em ações com foco no recebimento de proventos precisa seguir as informações da empresa na qual investe para saber como o calendário e a distribuição dos lucros podem sofrer consequências das crises.
Fundos de investimentos também merecem atenção. No caso dos fundos imobiliários, pode ser que os investidores não recebam os dividendos por algum um tempo – a depender das características da crise.
Portanto, procure sempre acompanhar o cenário e as notícias que possam ser relevantes à sua carteira.
7. Adotar medidas de segurança
Além de manter uma parcela do seu dinheiro em alternativas seguras e com alta liquidez, existem outras medidas de segurança que podem ser necessárias à sua carteira em situações adversas. Elas ajudam a reduzir os efeitos negativos da crise em seus investimentos e lhe ajudam a investir melhor neste momento.
Uma das principais medidas a serem adotadas é a diversificação. Se você tem ativos e produtos diferentes, o impacto será diverso para cada um deles – e é possível conquistar um equilíbrio.
Seria diferente se todo o patrimônio estivesse alocado em um mesmo investimento e sofresse totalmente os efeitos da crise sobre ele, certo?
Considerar alguns investimentos voltados para o hedge (proteção) também pode ser uma estratégia eficaz. O ouro é bastante utilizado com esse objetivo, além de ativos atrelados ao dólar.
Concluímos nossas 7 dicas para investir melhor na crise – e em qualquer outro momento. Colocá-las em prática permite que você tenha uma carteira mais bem preparada para enfrentar dificuldades de maneira equilibrada. Assim, não perde a tranquilidade nos períodos difíceis.
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