Análise e Opinião

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Juros altos: Paraíso para o investidor ou sintoma perigoso?

Por
Gabriel Cecco

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Estamos vivenciando um período de juros altos, que faz brilhar os olhos de muitos investidores, principalmente os mais conservadores, que veem um horizonte de alto rendimento mesmo nos ativos mais conservadores de renda-fixa. Maravilha, certo?! Bom, não é bem assim.

Mas no fim das contas, o que é, quem define, e como se comportam os “Juros”? Não podemos deixar de começar pela Selic, que é a taxa de juros básicos da economia Brasileira e da qual se deriva a influência em todas as outras taxas de juros praticadas no país. A definição da Selic é peça chave da política monetária Brasileira, e consequentemente para o desenvolvimento do país. O responsável pela atribuição dessa taxa é o Comitê de Políticas Monetárias (Copom), órgão constituído no âmbito do Banco Central do Brasil.

A principal função de uma Selic bem estabelecida é o controle da inflação. De forma resumida, uma inflação alta carece de uma redução da demanda para controle dos preços, e é aí que o aumento dos juros tem seu papel, ajudando a esfriar o poder de compra e investimentos no país. Ou seja, a Selic é um remédio, amargo, e que deve ser tomado na dose correta. Caso contrário, o desenvolvimento do país corre sério risco de ser impactado negativamente.

Então, os rendimentos que enchem os olhos dos investidores, são apenas a ponta do iceberg de uma realidade econômica preocupante. De volta a nossa analogia, com juros altos, inferimos que estamos tomando uma dose forte de nosso “remédio”, e paralelamente sofrendo seus efeitos colaterais. Nesse contexto, o dinheiro se torna “caro”, implicando em diminuição do consumo das famílias por dificultar o crédito, pelo mesmo motivo, financiamentos por parte de empresas para expansão e desenvolvimento, se tornam mais caros e por vezes insustentáveis. Até a dívida nacional cresce, visto que o governo passa a tomar empréstimos também mais caros.

Por trás desse cenário, podemos então enxergar uma conjuntura perigosa para o mercado. Empresas muito endividadas passam a ter a corda no pescoço vendo sua dívida aumentar, correndo maior risco de quebrarem. E toda sociedade é impactada, mesmo que você não enxergue influência direta. No fim, o mercado não são os bilionários e seus CNPJ, o mercado são os fornecedores, os clientes, os credores, os investidores e os funcionários de uma empresa. E normalmente esses fenômenos desencadeiam outros, em forma de bola de neve.

Mas se os juros são tão prejudiciais, por que não o reduzir imediatamente? Isso traria desequilíbrio para o outro lado da balança, o da inflação. A política monetária é muito delicada e necessita de que seja criado um ecossistema propício à redução dos juros. Reduções por pressão política só aumentarão a assimetria.

Tudo isso demonstra o quão delicado é nosso mercado financeiro e como precisamos estar atentos em todos os cenários, mesmo aqueles que parecem ser de bonança olhando superficialmente. Um assessor de investimentos avalia todo o panorama global para poder auxiliar seus clientes de forma técnica e capacitada, medindo retorno, mas também riscos e podendo assessorar cada cliente de forma personalizada, sendo assim, ótima saída para estar ao seu lado durante toda sua caminhada em investimentos.

 

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