“A sensibilidade aos danos causados pela volatilidade é remediável, mais ainda do que a predição do evento que poderia causar o dano.”
(Nassim Taleb)
Destaques do mês
O mês de junho entra com o índice da Bolsa brasileira (Ibovespa) renovando as máximas históricas, batendo os 128 mil pontos. Um dos responsáveis pela alta é o ciclo pujante das commodities ao redor do mundo. Este setor, aliás, representa 36% do IBOV e mais de 50% das nossas exportações. Em outras palavras, o PIB brasileiro está muito correlacionado às commodities (veja no gráfico ao lado), abrindo espaço para um cenário ainda mais positivo para o segundo semestre. Outro dado real é a recuperação robusta da economia global, em meio a taxas de juros ainda baixas, estímulos monetários e fiscais massivos, além da corrida em direção a ativos reais.
TÓPICOS DA CARTA
Breve reflexão sobre a Bolsa
Podcast Valor de Mercado
Bolsa sobe e lidera aplicações em maio
Maiores altas e maiores quedas
IPO’s pela frente?
Avanço do PIB brasileiro
Revisão do cenário econômico
Crash: uma breve história da economia
Leituras recomendadas
Breve reflexão sobre a Bolsa
A perspectiva de longevidade dos juros controlados, apesar Copom ter sinalizado em suas atas a elevação da Taxa Selic, deverá ser outro componente motriz de impulsionamento da Bolsa pelo viés da rentabilidade aos investidores. A taxa de juros real de curto prazo que costumava oscilar entre 2,0% e 4,0% ao ano, acabou cedendo para patamares negativos nos últimos meses. Isso decorre do aumento da inflação na margem, trazendo uma mensagem bem clara: o Banco Central do Brasil estava tentando dar o máximo de estímulo possível para nossa economia.
Assim, a tomar uma dose de risco se tornou realidade. Reside aí as oportunidades derivadas na diversificação de portfólio via mercado acionário, fundos multimercado, fundos imobiliários, maior acessibilidade e opções em investimentos internacionais como as BDR’s (Brazilian Depositary Receipts), ou seja, uma prateleira de produtos sob medida para cada perfil de investidor.
Apesar da típica volatilidade doméstica apresentada pelas incertezas em relação aos nós das reformas que persistem em não desatar, o tema das ações em Bolsa nos traz um oportuno momento para fazer uma reflexão. De maneira rápida, gostaria de apresentar 4 simples gráficos representados pelo Índice Bovespa (02/01/2001 – 11/03/2021).
» Gráfico Diário |A Bolsa é volátil, sempre será. Acompanhá-la diariamente é navegar em águas turbulentas. Contudo, há quem se sente desafiado a tocar os investimentos dessa forma. Os investidores têm perfis diferentes.
» Gráfico Anual | Olhando a Bolsa anualmente, nos certificamos da ocorrência de períodos e ondas agitadas, mas a perspectiva muda. Os dias de bonança saltam aos olhos com maior lucidez e é possível enxergar momentos de maior segurança e equilíbrio quanto aos riscos.
» Gráfico – De 5 em 5 anos | Neste caso, ao longo da jornada como investidor em Bolsa, o risco é diluído pela visão de Longo Prazo. A travessia inicialmente repleta de obstáculos, incertezas e volatilidade torna-se segura, exige paciência e é completamente praticável.
» Gráfico – De 10 em 10 anos | A grande lição ou moral da história: o investidor que visa o Longo Prazo pensa na qualidade de vida, na velhice e na aposentadoria, potencializando seus ganhos. Investir no mercado acionário é acreditar nos fundamentos das empresas. Nesse sentido, a travessia faz sentido à jornada dos investimentos de forma equilibrada e linear.
Uma curiosidade sobre este recorte temporal de 20 anos:
Maior baixa | 8.224,61 pontos
Maior Alta | 120.353,81 pontos
Diferença | 112.129,20 pontos
Variação | 678,90%
Agora, veja aonde chegou o Ibovespa no 1º de junho de 2021 e tire suas conclusões.
Podcast Valor de Mercado | O trilema do mercado: risco, retorno e liquidez
A Vai Investir tem como princípio levar até você a melhor informação sobre investimentos e mercado financeiro. Queremos compartilhar nosso primeiro podcast em parceria com o escritório Valor Investimentos. E neste primeiro episódio recebemos os especialistas e sócios da Valor Pedro Scaramussa, Adyr Nicchio e Wagner Varejão. Todo processo de decisão de investimento, ou melhor, de alocação de recursos envolve as três palavras mágicas: risco, retorno e liquidez. Esse foi o tema do bate-papo descontraído com os nossos convidados.
Panorama Mensal: Análises e Perspectivas para o segundo semestre de 2021
Segundo os relatórios da equipe XP Investimentos, o Ibovespa pode alcançar os 145.000 pontos ao fim de 2021, impulsionado pelo forte aumento nas expectativas de lucros das empresas do índice. Além disso, a redução dos riscos fiscais nos últimos dois meses, vacinação contra a Covid-19 em andamento, e dados econômicos melhores do que esperado finalmente devem permitir investidores a focar menos nas preocupações macro e mais nos fundamentos. Veja abaixo, o Panorama Mensal que os especialistas da Valor Investimentos trouxeram para o mês de junho e também, de forma macro, para o segundo semestre de 2021.
Bolsa sobe 6% e lidera aplicações em maio
O Ibovespa repetiu o feito de abril e foi a aplicação que mais rendeu em maio entre os principais investimentos, com alta de 6,16% no mês. Veja, abaixo, outros indicadores de investimentos.
Sobe e desce da Bolsa no mês de maio
MAIORES ALTAS | MAIORES BAIXAS |
1. Eneva (ENEV3, R$ 18,46 | +25,84%) | 1. Suzano (SUZB3, R$ 60,73 | -11,56%) |
2. BRF (BRFS3, R$ 25,76 | +23,91%) | 2. Banco Inter (BIDI11, R$ 68,33 | -11,53%) |
3. Cielo (CIEL3, R$ 4,21 | +23,10%) | 3. Usiminas (USIM5, R$ 19,86 | -11.49%) |
4. Ambev (ABEV3, R$ 17,95 | +20,15%) | 4. B2W (BTOW3, R$ 59,75 | -11,24%) |
5. Cia Hering (HGTX3, R$ 32,90 | +19,99%) | 5. Locaweb (LWSA3, R$ 26,16 | -9,07%) |
» Acesse nosso conteúdo: Boletim Focus do Banco Central: descubra por que e como acompanhá-lo!
IPO’s pela frente?
Diante dos sinais de avanço da atividade econômica, algumas empresas começam a tirar da gaveta projetos para abertura de capital na Bolsa de Valores. A movimentação pode chegar até R$ 30 bilhões em negócios. A janela anterior de ofertas iniciais de ações (IPO), encerrada em maio, captou cerca de R$ 18 bilhões.
A fila agora é encabeçada pela Raízen, joint venture entre Cosan e Shell que tem potencial de superar R$ 10 bilhões. Há também marcas conhecidas do público em geral, como a rede de academias Smart Fit, que já formalizou seu pedido de oferta na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pretende movimentar R$ 1,7 bilhão.
A FILA DE EMPRESAS PARA ENTRAR NA BOLSA
- Raízen
Join venture da Cosan e Shell Potencial de superar os R$ 10 bilhões
- Companhia Brasileira de Alumínio (CBA)
Grupo Votorantim Potencial para alcançar os R$ 2 bilhões
- Smart Fit
Rede de academias de ginástica Potencial para movimentar R$ 1,7 bilhão
- Brisanet
Provedor de internet Potencial para alcançar os R$ 2 bilhões
- Tradersclub
Plataforma voltada a investidores do setor de varejo Potencial para alcançar R$ 700 milhões
- CSN Cimentos e Intercement
Cimenteiras Potencial para alcançar R$ 7 bilhões
Avanço do PIB brasileiro
A economia brasileira zerou no 1º trimestre as perdas da pandemia. O PIB cresceu 1,2% acima do esperado em relação ao trimestre anterior. O resultado veio acima das estimativas esperadas. Veja, abaixo, a relação de crescimento do PIB no 1º trimestre e suas variações ao longo dos anos, completando a recuperação em ‘V’ (fonte: Valor Econômico e Folha de SP).
Revisão do cenário econômico
A XP Investimentos revisou a projeção de inflação de 2021 para 6,2% (antes 5,4%), devido à pressão de custos sobre os bens industriais e à mudança no cenário de bandeira tarifária para o fim do ano (de amarela para vermelha 2). O efeito inercial e o maior crescimento econômico geraram efeito líquido de +0,30 p.p. na projeção de inflação de 2022, que subiu de 3,5% para 3,8%.
Além disso, os desdobramentos da crise hídrica – o mais recente foi um alerta emitido pelo Governo de emergência hídrica para o período de junho a setembro deste ano em cinco Estados brasileiros – reforçaram as preocupações com o baixo nível dos reservatórios e, consequentemente, maior acionamento das térmicas. Com isso, a XP revisou o cenário de bandeiras tarifárias para o ano.
Antes, projetavam bandeira amarela em dezembro, mas os modelos recentemente atualizados com dados da CCEE sugerem patamar mais elevado. Portanto, nossa projeção para o IPCA de 2021 subiu de 5,4% para 6,2%. Para 2022, apesar do efeito deflacionário de subir a bandeira de 2021 (vermelha patamar 2) e manter a de 2022 em amarela (efeito de quase -0,5 p.p. no IPCA do próximo ano), a pressão inercial e o maior crescimento da atividade nos levaram a revisar o IPCA de 2022 também para cima, de 3,5% para 3,8%.
Crash: uma breve história da economia
Em Crash: uma breve história da economia, de Alexandre Versignassi, aborda as maiores bolhas financeiras pelas quais a humanidade já passou. O autor explica a economia de forma descontraída e cheia de curiosidades. É o caso clássico da Bolha das tulipas (1637), Bolha da Companhia dos Mares do Sul (1720), Mania ferroviária britânica (1845), Grande depressão (1929), Bolha da internet (2000), Crise do subprime (2008), Bolha do Bitcoin (2017)… Crash, faz um passeio por 12 mil de civilização e traça paralelos entre passado e presente para explicar como funcionam as moedas, a inflação, o câmbio, o indo e vindo infinito de euforia e depressão na economia. Também elucida as estratégias de grandes investidores e as picaretagens dos aproveitadores.
Leituras recomendadas
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Um abraço,
Equipe Valor Investimentos
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