Com a desvalorização do real, muitas pessoas buscam formas de investir em câmbio — seja para proteção de portfólio ou para melhorar seus rendimentos. Na verdade, não é possível fazer um investimento direto, mas há como se expor aos efeitos cambiais.
Inclusive, é possível ter exposição a outras moedas sem precisar abrir conta fora do Brasil. Assim, quem tem obrigações em moedas estrangeiras ou interesse no câmbio deve conhecer as alternativas disponíveis.
Ficou interessado no assunto? Reserve um pouco do seu tempo para conhecer alguns investimentos em câmbio e veja se eles fazem sentido para você!
O que é o câmbio?
No geral, câmbio significa troca. Dentro do sistema monetário brasileiro, o termo diz respeito às operações regulamentadas de compra e venda de moedas. Logo, uma negociação no mercado de câmbio envolve a troca de moedas de diferentes países.
Por exemplo, caso você decida viajar para o exterior precisará realizar a compra de moedas estrangeiras junto às agências de câmbio — ou a algum agente autorizado pelo Banco Central do Brasil (BACEN).
Nesse caso, o preço será determinado pela instituição no momento da negociação. Por outro lado, caso você tenha trazido moedas estrangeiras de alguma viagem — e queira convertê-las para o real — precisará vendê-la junto a essas mesmas instituições.
Taxa de câmbio
A taxa de câmbio refere-se à diferença de valores entre duas moedas. A definição dessa taxa se dá por meio do regime cambial adotado. Existem três tipos de regimes cambiais que os países podem adotar, a saber:
- Câmbio fixo – a taxa é determinada pelo banco central;
- Câmbio flutuante – a taxa varia de acordo com a oferta e demanda;
- Câmbio atrelado – a taxa é determinada pela junção do câmbio fixo e o flutuante.
Por envolver diversos aspectos, as taxas de câmbio podem variar bastante em um intervalo muito curto de tempo. Portanto, é importante acompanhar suas cotações e as notícias econômicas — já que elas podem impactar nas expectativas de quem deseja investir em câmbio.
Quais as alternativas de investimentos em câmbio no mercado brasileiro?
Como você viu, não é possível investir propriamente em câmbio. O que há é uma exposição à relação entre as moedas. Isso é visto como uma forma de proteção de capital (operações de hedge) ou mesmo especulação, em alguns casos.
Quando visa a proteção, o segmento é bastante procurado em momentos de crise, desvalorização da moeda nacional e alta inflação.
Quem busca expor seu patrimônio ao câmbio ou ao mercado internacional, seja para proteção ou especulação, encontrará as seguintes possibilidades principais no Brasil:
Fundos cambiais
Os fundos cambiais representam um veículo de investimento coletivo, no qual o patrimônio de diversos investidores é aportado em investimentos relacionados às moedas estrangeiras.
De modo geral, seu funcionamento é semelhante ao dos demais fundos de investimento disponíveis. Cada participante é considerado um cotista e os recursos do grupo são administrados por um gestor — que busca os melhores resultados, respeitando a estratégia do fundo.
Os mais negociados nessa categoria são os fundos cambiais de dólar. Mas é importante destacar que esses fundos não compram ou vendem moedas estrangeiras. Aqui, o foco é investir em alternativas referenciadas nessas moedas.
Contratos futuros
No mercado futuro são negociados derivativos de moedas estrangeiras. Nesse caso, os contratos futuros podem ter como ativo-objeto uma moeda, como o dólar ou euro.
O mais negociado no país é o dólar futuro, que é um contrato de exposição a essa moeda comercial, baseado na taxa de câmbio atual e com data de vencimento definido. A cada dia, é feito um ajuste diário para investidores e especuladores que estejam comprados ou vendidos.
Há duas formas de realizar as operações no mercado futuro. A primeira é aguardar a data de vencimento do contrato para calcular o lucro ou prejuízo total. Geralmente, essa é a forma adotada por quem objetiva proteger sua carteira (hedge financeiro).
A segunda possibilidade é especular. Isto é, realizar compras e vendas na tentativa de lucrar com a variação de preços dos contratos. Como as cotações oscilam de acordo com a lei de oferta e procura, há espaço para a especulação.
ETFs
Os ETFs (exchange traded funds) são fundos de investimento com cotas negociadas em bolsa. Seu objetivo é replicar um índice de referência (benchmark) de mercado. Através deles é possível diversificar uma carteira com investimentos nacionais e estrangeiros.
Nesse caso, a exposição ao câmbio se dá por investir em fundos que estão atrelados a ativos internacionais. Por exemplo, o ETF IVVB11 tem como benchmark o índice S&P 500 — o principal índice de ações dos Estados Unidos.
BDRs
Investir em BDRs (brazilian depositary receipt) também é uma forma indireta se expor ao câmbio. Nesse tipo de investimento, você adquire certificados lastreados em ativos estrangeiros. Eles podem ser ligados a ações, ETFs, títulos de renda fixa etc.
Logo, seus ganhos dependem também da moeda internacional. Embora sejam negociados em reais, o preço de um BDR é influenciado tanto pela cotação do ativo estrangeiro quanto pela variação do câmbio.
Ações ou fundo de ações de empresas exportadoras
Por fim, mais uma possibilidade de ter algum tipo de exposição cambial é investindo em ações de empresas exportadoras. Apesar de serem companhias brasileiras, elas possuem toda ou parte da renda oriunda da exportação. Por isso, estão expostas ao câmbio.
Normalmente, empresas que possuem seus produtos negociados em mercados internacionais têm seus resultados atrelados à variação das moedas estrangeiras. Portanto, incluir em seu portfólio ações dessas empresas é uma forma indireta de se expor à variação cambial.
Isso porque, quando uma empresa vende seus produtos no exterior, e a respectiva moeda daquele país esteja valorizada, ela ganha duas vezes. Uma por receber pelo seu produto em uma moeda mais cara, e outra em virtude de seus custos de produção serem em reais.
Conclusão
Como você viu, investir ou ter exposição ao câmbio pode se uma forma de evitar perdas diante da desvalorização do real ou se proteger em relação às suas obrigações em outras moedas. Além disso, pode ser uma boa alternativa para a diversificação e proteção de seu patrimônio financeiro.
Existem diversas formas de investimento em câmbio — e a escolha cabe ao próprio investidor. Assim, não se esqueça de avaliar o seu perfil e os riscos de cada alternativa antes de escolher.
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