Se você já investiu no Tesouro Direto, comprando títulos públicos, sabe que na prática, o investidor “empresta” dinheiro para o governo financiar suas operações e depois resgata o valor acrescido de juros. Do mesmo modo, quem investe em debêntures empresta recurso para que as empresas realizem seus planos. Para os CDBs, o raciocínio é o mesmo, o investidor empresta recurso para os bancos realizarem suas atividades.
Os chamados CDBs (Certificados de Depósito Bancário) são os investimentos mais conhecidos dentre os investimentos de renda fixa, pois oferecem baixo risco e rentabilidade maior comparada a poupança. Além da comodidade que o CDB tem por ser um produto oferecido pelos bancos comerciais, este também pode ser feito por meio de corretoras, valendo ressaltar que há CDBs com uma maior remuneração do que encontradas em grandes bancos.
O CDB é um investimento considerado conservador, tem garantia pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito), até o limite de R$250 mil por conta e até um milhão por CPF ou CNPJ e tem algumas modalidades de rentabilidade, sendo os tipos pré-fixado, pós-fixado, híbrido.
Pré-fixado: como o próprio nome sugere, é um rendimento fixado desde o início, definido pela taxa de juros. É um investimento da qual o investidor sabe a remuneração que irá receber até o vencimento do papel.
Pós-fixado: atrelado a um indexador econômico, como o CDI (Certificado de Depósito Interbancário), por exemplo. É um rendimento no qual se sabe o retorno total quando for resgatar o recurso.
Híbrido: é composto tanto por investimentos pré-fixados como pós-fixados. Onde uma parcela da rentabilidade é definida no momento da emissão do título, enquanto a outra parte usa um índice econômico como referência. Um exemplo é CDB IPCA+, onde uma parcela é prefixada e a outra parte é obtida com base na inflação do período no resgate.
Outro fator importante a ser destacado é em relação a taxação que o CDB sofre, sendo através do IOF (Imposto sobre Operação Financeira) e o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF). O IOF incide em resgates feitos antes de 30 dias da aplicação e segue tabela regressiva que pode variar de 100% e 3%.
Dias | IOF | Dias | IOF | Dias | IOF |
1 | 96 | 11 | 63 | 21 | 30 |
2 | 93 | 12 | 60 | 22 | 26 |
3 | 90 | 13 | 56 | 23 | 23 |
4 | 86 | 14 | 53 | 24 | 20 |
5 | 83 | 15 | 50 | 25 | 16 |
6 | 80 | 16 | 46 | 26 | 13 |
7 | 76 | 17 | 43 | 27 | 10 |
8 | 73 | 18 | 40 | 28 | 6 |
9 | 70 | 19 | 36 | 29 | 3 |
10 | 66 | 20 | 33 | 30 | 0 |
Já IRRF também é descontado em uma alíquota regressiva, mas que vai de 22,5% a 15% a partir do primeiro mês, conforme tabela abaixo:
Tempo investido | Come-cotas semestral |
Até 180 dias | 22,5% |
De 181 a 360 dias | 20% |
De 361 dias a 720 dias | 17,5% |
Acima de 721 dias | 15% |
QUANDO INVESTIR EM UM CBD?
Não há uma resposta única para quando é melhor investir em um CDB, pois isso depende de fatores individuais, como objetivos financeiros, perfil de risco e situação financeira. No entanto, aqui estão algumas coisas a considerar:
- Prazo: CDBs geralmente têm prazos mais longos do que outros investimentos de renda fixa, por isso é importante considerar seu horizonte de investimento antes de investir em um CDB.
- Perfil de risco: CDBs são considerados investimentos de renda fixa, o que significa que o risco é geralmente menor do que investimentos de ações. No entanto, é importante considerar que há sempre um risco de perda de capital.
- Situação financeira: Antes de investir em um CDB, é importante avaliar sua situação financeira e se ele se encaixa em sua estratégia de investimento geral.
Ademais, se pode usar estratégias em relação as modalidades:
- Pós-fixado com % do CDI: mais favorável em períodos de tendência da alta de juros.
- Pós-fixado CDI + spread: mais favorável em tendência da queda de juros.
- Pós-fixado atrelado a índices de preços: Preferível para investidores de longo prazo, que buscam preservação de patrimônio.
- Pré-fixado: mais favorável após período de alta de juros. O investidor sabe a rentabilidade que o título terá no resgate logo no momento da aplicação.
VALOR MÍNIMO PARA INVESTIR EM CDB
Existem diversas opções de se investir em um CDB com valores mínimos variando de banco para banco, mas geralmente entre R$1.000,00 à R$30.000,00. Nos grandes bancos, é possível encontrar CDBs com valores mínimos menores, contudo, é importante ressaltar que CDBs com esse perfil, via de regra, oferecem um retorno pequeno e considerado baixo.
LIQUIDEZ
A liquidez de um CDB depende de diversos fatores, como banco emissor, prazo de vencimento, entre outros. Existem CDBs que oferecem liquidez diária, dessa forma, o investidor consegue estar resgatando a qualquer momento, mesmo antes da data de vencimento.
Vale ressaltar que é importante estar identificando o momento que você está investindo no CDB, para que dessa forma você como investidor não perca dinheiro.
Para isso, antes de aplicar no CDB, é necessário considerar se esse recurso terá uso em um horizonte de tempo próximo ou se poderá ficar na aplicação até o prazo de vencimento. Portanto, se pode escolher qual será o valor aplicado, a liquidez do título e o tempo de rendimento.
Em geral, é importante analisar o retorno que o CDB oferece em relação a outros investimentos de renda fixa, além de buscar outras características significativas como banco emissor e sua solidez financeira. Para isso, é recomendável buscar orientação de um profissional de investimento antes de tomar qualquer decisão.