A Expert 2022 contou com muitas palestras enriquecedoras sobre investimentos, empreendedorismo, inovação e tecnologia. Um assunto em especial gerou muito interesse entre as pessoas: alocação de patrimônio em diferentes ativos, ou seja, a diversificação de investimentos.
A palestra contou com Thiago Nigro, CEO e fundador do grupo Primo, Rogério Xavier gestor da SPX Capital e Victor Oliveira, sócio e head de alocação da gestora Grão.
O assunto abordado foi as estratégias vencedoras com diversificação e qual o efeito nos resultados de longo prazo. Vamos falar mais sobre essa estratégia logo abaixo.
Como funciona essa estratégia milenar de diversificação de investimentos?
No Talmude – coletânea de livros sagrados dos judeus – existe uma lei que encerra muitas sabedorias. Ela consiste, metaforicamente, no fato de que uma pessoa deve sempre dividir seu dinheiro em três partes: enterrar um terço no solo, investir um terço em negócios (Bifrakmatya) e manter um terço em sua posse.
Essa ordem foi escrita há quase 2000 mil anos e é um princípio de diversificação contida na Bava Metzia – segundo dos três primeiros tratados talmúdicos. Atualmente, podemos trazer essa teoria para a realidade das alocações de recursos em terras, negócios e outra em reservas.
Também podemos destacar os produtos financeiros a serem escolhidos para poder utilizar esse método que, hoje, foi abraçado por Thiago Nigro, ou seja, a pessoa quem desenvolveu uma metodologia própria para poder aplicar essa lei contida no Talmude. Vamos falar mais sobre.
Método ARCA, como funciona?
Thiago Nigro explica que o conceito e o que quer dizer o método ARCA. Se o nome da metodologia te remeteu a Arca de Noé, você está parcialmente certo. Mas, além do nome estar relacionado à arca e o fato de ela ter sobrevivido ao grande dilúvio bíblico, ARCA é, na verdade, uma abreviação de quatro classes de ativos:
A: Ações Brasileiras;
R: Real Estate (que você pode entender como mercado imobiliário);
C: Caixa;
A: Ativos Internacionais.
Portanto, a ideia por trás da metodologia é que a sua carteira seja separada justamente entre essas 4 classes de ativos. Importante entender que cada “quadrante” da ARCA tem a sua responsabilidade dentro da carteira de investimentos.
Entendido o que é a ARCA e como ela é dividida, é o momento de entender quanto cada uma dessas classes de ativos deve representar na diversificação de portfólio da sua carteira de investimentos.
Thiago conta que, idealmente, isso é fácil de definir: como temos ao todo quatro quadrantes, podemos definir essa porcentagem para 25% em cada classe de ativo. Dessa forma, nós separamos as classes em partes iguais e deixamos a carteira bem diversificada.
Quais investimentos podem ser escolhidos em cada classe de ativo?
Ações B3
O ano de 2022 tem sido movimentado: eleições, inflação e Selic em alta e o Ibovespa em queda. O cenário parece pessimista para quem deseja investir, certo? Errado!
Esse é um período para diversificar a carteira. Em cenários incertos, a renda variável pode ser uma boa opção, uma vez que eventualmente é essa parte da carteira que vai trazer bons resultados no médio e longo prazo. Mas para ter certeza de que é o investimento adequado, procure um assessor especializado.
Real State – Fundos imobiliários
De acordo com nosso especialista Romero Oliveira:
No atual cenário, grande parte dos investidores estão preocupados em como se proteger da inflação e os FIIs são uma excelente alternativa. Como os fundos imobiliários detêm imóveis ou ativos de renda fixa atrelados à índices de inflação ou juros, com o passar dos anos a tendência natural é o seu capital investido corrigir à inflação seja por valorização patrimonial ou por dividendos ajustados ao índice.
Leia mais sobre a análise do Romero Oliveira e saiba como se proteger da inflação na bolsa: Fundo Imobiliários.
Caixa – CDI
Dentro desse ativo inclui investimentos em: renda fixa de liquidez rápida e fundos de investimento em renda fixa.
A taxa do CDI é a principal referência para diversos tipos de investimentos em renda fixa. Assim, instituições e bancos oferecem títulos e a utilizam para estabelecer a rentabilidade que os investidores têm ao adquiri-los. Esse é o caso do CDB e também das LCIs, LCAs e algumas debêntures, por exemplo.
Se você fizer uma pesquisa, verá ofertas como:
- LCA a 95% do CDI com prazo de 1 ano;
- CDB a 100% do CDI com liquidez diária.
Isso significa que, com o CDI a 6,4% ao ano, a LCA renderia 6,08% e o CDB os mesmos 6,4%.
Sempre que o CDI sofrer qualquer variação, os investimentos atrelados a ele também serão impactados. Ou seja, se o referencial diminui, a rentabilidade dos títulos baseados nele também será menor. Por isso, pode-se dizer que a relação entre essas duas siglas é direta.
Por isso, para que o investidor consiga garantir bons investimentos em renda fixa, precisa acompanhar o mercado financeiro e conhecer o índice do CDI. Só assim é possível avaliar a rentabilidade que o título oferece e se ele é vantajoso.
Leia também | Renda fixa e a Selic: entenda o impacto da taxa de juros nos investimentos
Ativos Internacionais: S&P 500
Desde a crise de 2008 os bancos centrais injetaram muita liquidez na economia fazendo com que as bolsas tivessem performance muito boas. O S&P 500 nos últimos 15 anos apenas em 2022 está com retorno negativo.
Trazendo para os dias de hoje, podemos analisar que os bancos centrais estão fazendo retirada de estímulos monetários, também, estamos vendo as economias preocupadas com a inflação. Então, de acordo com essa realidade atual será que ainda vale a penas investir no S&P 500? Para tirar essa dúvida, destacamos um trecho da palestra em que Rogério Xavier Coordenador do Comitê Executivo e Diretor da área de juros da SPX, explica sobre esse investimento.
Basicamente nós vivemos um período de enorme estímulo monetário, fiscal e de crédito que trouxe consequências diferentes do que acompanhamos nas últimas décadas. De acordo com Rogério, referente ao cenário de subida de juros pelo FED ele explica que já podemos ver uma desaceleração da inflação na economia global, que a retirada dos estímulos fiscais já está tendo efeito.
Nos próximos 12 meses – Metade do ano de 2023. Podemos ver o FED cortar as taxas de juros e com isso percebemos as curvas caírem, mas o que realmente importa são os juros de longo prazo para descontar o fluxo de caixa das empresas.
Assim sendo, quando olhamos para as empresas que souberam lidar com essa questão inflacionária e não vão passar por um ciclo tão longo de aperto monetário, podemos ver o mercado acionário performando bem no futuro, mesmo com cautela nos próximos 6 meses devido ao aperto monetário atual.
Como aplicar o método ARCA?
Como o passar do tempo, cada porcentagem de cada quadrante vai oscilar. O que se iniciou em 25% pode, depois de um ano, estar em 30%, 35%, 20%.
Portanto, um dos pontos mais importantes da metodologia da arca é o ato de rever os ativos, ou seja, o ato de periodicamente você redistribuir a sua carteira de investimentos para fazer com que cada quadrante volte para os 25% ideais.
Para mostrarmos o efeito do rebalanceamento, fizemos um backtest desde 2014 utilizando índices que representam cada um dos quadrantes
Para ações brasileiras, utilizamos o Ibovespa; para Real Estate, utilizamos o IFIX (índice de fundos imobiliários); para o Caixa, utilizamos o CDI e para os ativos internacionais utilizamos o IVVB11.
Conclusão
Essa técnica milenar do povo judeu que existe há quase 2000 mil anos e que hoje se tornou uma metodologia de fácil acesso, nos prova que conseguir investir é para quem se dedica a entender a importância de fazer escolhas inteligentes para conseguir montar uma carteira de investimentos lucrativa.
Assim como, vai trazer segurança e melhor qualidade de vida para você e sua família. Invista no seu futuro e faça escolhas inteligentes para colher bons frutos no futuro.